Mulheres, economia solidária e a reinvenção de trajetórias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Maria Izabel
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/46349
Resumo: Orientador: Profª. Drª. Marlene Tamanini
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spelling Machado, Maria IzabelUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em SociologiaTamanini, Marlene, 1960-2020-07-24T16:38:09Z2020-07-24T16:38:09Z2017https://hdl.handle.net/1884/46349Orientador: Profª. Drª. Marlene TamaniniTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Defesa: Curitiba, 27/03/2017Inclui referências : f. 187-193Resumo: Esta tese é um estudo sobre a experiência de mulheres na economia solidária em clubes de troca de Curitiba e região metropolitana. Os empreendimentos econômico solidários ganharam visibilidade no cenário brasileiro a partir da década de 1990 desdobrando-se em diversas frentes: padarias comunitárias, cooperativas de catadores de materiais recicláveis, clubes de troca. Surgidas em contexto de recessão econômica, com consequente elevação do desemprego e falta de moeda em circulação, as primeiras práticas de trocas de produtos e serviços se deram em Buenos Aires. Inspirado nessa experiência o primeiro clube de trocas foi fundado em 1991 no bairro Sítio Cercado, estendendo-se para outras regiões. A principal motivação dos primeiros clubes era a substituição da distribuição de cestas básicas pela troca de itens produzidos pelos participantes. Com metodologia baseada em princípios da educação popular e fomentando a circulação de produtos sem a intermediação do dinheiro, os clubes rapidamente se multiplicaram chegando à marca de 40 grupos. Na primeira década dos anos 2000 a ausência de financiamentos à principal organização não governamental que dava suporte a essas iniciativas comprometeu as atividades reduzindo o número de grupos em funcionamento a 04 durante o período de coleta de dados (2014-2015). Mesmo com as dificuldades para dar continuidade as atividades os clubes que seguiram organizados preservaram os princípios e metodologias, reunindo um público constante de cerca de 20 participantes a cada encontro. O perfil de frequentadores é de mulheres acima dos 40 anos, com baixa escolaridade e que estão fora do mercado formal de trabalho. O foco desta tese foi compreender as experiências vivenciadas por essas mulheres a partir dos clubes e como as práticas ali desenvolvidas possibilitaram a reinvenção de suas trajetórias. Os dados necessários à pesquisa foram coletados por meio de observação participante dos encontros dos clubes e a realização de entrevistas em profundidade com mulheres dos quatro grupos, doze no total. As análises foram desenvolvidas com base na perspectiva de gênero tendo no conceito de experiência o fio condutor para a compreensão dos processos interativos vivenciados pelas participantes. Entre as conclusões deste estudo constatou-se a centralidade das trocas, desde sua materialidade no atendimento de necessidades cotidianas, a seu papel no estabelecimento de reciprocidades que ultrapassam as fronteiras dos clubes, repercutindo na ressignificação do trabalho e dos saberes das mulheres. Também foi possível compreender como a participação nos clubes possibilitou às mulheres novas miradas sobre si próprias, tensionando auto percepções e atribuições sociais na direção da produção de si mesmas como agentes, tendo no narra-se uma importante tecnologia social. Das ressignificações de si, dos saberes e práticas, desdobraram-se dimensões do cuidado na esfera comunitária que deram à noção de "ajuda" um conteúdo positivo. No entanto, a despeito da importância atribuída aos clubes pelas mulheres, esse modelo de empreendimento ocupa um lugar subalterno no conjunto de iniciativas que formam a economia solidária. A institucionalização das práticas solidárias toma como referência graus de empreendedorismo, como a movimentação de capital e a viabilidade econômica, que passam ao largo do que se experiência nos clubes. Palavras-chave: Mulheres. Economia Solidária. Clubes de Troca. Experiência.Abstract: This thesis brings a study about the experience of women in the solidarity economy through exchange clubs in Curitiba and its metropolitan area. The economic solidarity businesses have arisen in Brazil in the 90's , spreading through various fronts: community bakeries, cooperatives for people who gather recyclable materials, exchange clubs. They have sprouted in a context of economic recession, in which there is a rise in unemployment rates and lack of currency. The first practices of exchanging products and services have appeared in Buenos Aires and using this inspiration the first exchange group was founded in 1991 in the "Sítio Cercado" neighborhood, later spreading to other areas. The main motivation behind these first groups was the substitution of the distribution of basic food items for the items produced by their members. With a methodology based on principles of popular education and by encouraging the circulation of products without the use of money, the clubs rapidly multiplied reaching the figure of 40 groups. On the first decade of the year 2000 the lack of financing distributed to the main non governmental organization that supported these initiatives had an impact on their activities, which reduced the number of active groups to 04 during the period the data was collected (2014-2015). Despite the struggles to continue their activities, the remaining groups moved forward and preserved their principles and methodologies, gathering a frequent group of about 20 participants in each meeting. The profile of these participants consists in women, over 40, with low formal education and who are out of the job market. This thesis focused on understanding the experiences these women had through the clubs and how the practices experienced there enabled them to reinvent themselves. The data that was necessary to the research was collected through the active participation on the clubs' meetings and through interviews with women from the four groups, adding up to a total of 12 interviews. The analysis was developed through the gender perspective and had the experience as the basis to understanding the interactional processes in which the participants were a part of. Amongst the conclusions reached by this study is the fact that the exchange processes are a central part of the groups, whether it is by meeting the daily needs or by their role in establishing a reciprocity that extends beyond the clubs and helps to shape a new idea of work and influences these women's knowledges. Furthermore, it was possible to understand how the participation on the clubs gave the women a new perspective about themselves, pushing them, through self perception and social attributions, towards building themselves as agents and having the narrative as an important social technology. Based on the resignification of themselves, their knowledges and practices, new dimensions of care emerged within their communities, which gave the notion of "aid" a positive meaning. However, despite the importance given by these women to the clubs, this type of arrangement has lower importance when compared to other initiatives that are part of the solidary economy. This happens because the institutionalization of the solidary practices takes into account the level of entrepreneurship of the projects, along with capital and economic viability, which are not part of the experience provided by the clubs. Key words: Women. Solidary Economy. Exchange Clubs. Experience200 f.application/pdfDisponível em formato digitalSociologiaEconomia solidáriaSetor informal (Economia)Mulheres - Responsabilidade socialMulheres, economia solidária e a reinvenção de trajetóriasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - MARIA IZABEL MACHADO.pdfapplication/pdf1956417https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/46349/1/R%20-%20T%20-%20MARIA%20IZABEL%20MACHADO.pdfa5359aa66c4a96aa9fc50897de218952MD51open access1884/463492020-07-24 13:38:09.782open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/46349Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082020-07-24T16:38:09Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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