A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Vanessa Chiari
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/80914
Resumo: Orientador : Prof. Dr. Juarez Cirino dos Santos
id UFPR_3cb961d12dd5d915465b7db4faa1ecfd
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/80914
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Santos, Juarez Cirino dosUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em DireitoGonçalves, Vanessa Chiari2023-01-26T19:16:03Z2023-01-26T19:16:03Z2011https://hdl.handle.net/1884/80914Orientador : Prof. Dr. Juarez Cirino dos SantosTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito. Defesa: Curitiba, 2011Bibliografia: fls. 212-218Resumo: O delito de tortura, quando praticado por policiais no âmbito da investigação penal, apresenta-se como um problema inquietante e de difícil solução. No contexto brasileiro, algumas peculiaridades contribuem para que a violência policial, não apenas seja praticada cotidianamente, mas, também, legitimada socialmente. Pretende-se, assim, desenvolver um modelo explicativo criminológico da tortura-prova, aquela realizada com a finalidade de obter informações, declarações ou a confissão do acusado, quando praticada por policiais brasileiros, dando-se ênfase ao Estado do Rio Grande do Sul. Para isso, problematizam-se algumas questões relevantes, optando-se por uma abordagem interdisciplinar. O alto valor da confissão como prova no âmbito do processo penal revela a raiz inquisitória do sistema processual penal pátrio, estimulando arbitrariedades no contexto da investigação criminal e neutralizando o direito de defesa e de autodeterminação do acusado. A relação do julgador com a produção da prova revela o tipo de resultado que se pretende alcançar ao final da instrução do processo: verdade ou certeza. Os atos de tortura praticados por policiais direcionam-se de maneira seletiva preferencialmente aos subcidadãos torturáveis, dentre a população como um todo. Instala-se, assim, um estado de polícia normalizado, que fragiliza a concretização dos direitos fundamentais. Ao lado dessas circunstâncias, os discursos punitivos, que pretendem justificar os abusos de poder com fundamento em um direito de exceção ou de emergência, reforçam a despersonalização dos excluídos, que passam à condição de inimigos públicos. A fim de corroborar a pesquisa bibliográfica realiza-se uma pesquisa qualitativa, por meio de entrevistas com policiais militares gaúchos e vítimas de tortura, pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Privilegia-se a análise de discurso com a finalidade de clarificar a imensa cifra obscura que envolve os delitos praticados por agentes públicos no Brasil.Abstract: The crime of torture as committed by police officers as a means of criminal investigation is a troublesome and hard to solve problem. In the Brazilian context there are some peculiarities that contribute to the fact that police violence is not only routine but also socially tolerated. Therefore the present work aims at developing a criminal model to explain evidence torture, i.e., those acts of mistreating done by the Brazilian police in order to get information, a statement or a confession from the accused, especially in the state of Rio Grande do Sul. Some relevant questions have been raised to interpret such practice and an interdisciplinary approach has been chosen. The high value of a confession as an evidence in the criminal lawsuit reveals the inquisitorial background of criminal investigation and neutralizes the accused’s right to defense and selfdetermination. The judge’s relation with evidence production also reveals the sort of result which is intended at the end of the pretrial discovery stage: the truth or the certainty. Torture practiced by the police is in a selective manner directed only to a class of "torturable subcitizens" in the overall population, characterizing a normalized police state that does not guarantee the fundamental rights. Together with such a reality, punishing discourses which try to justify power abuse as an exception or emergency law reinforce the depersonalization of the outcast, who are labeled as public enemies. In order to give support to the literature research a qualitative research has been carried out through interviews with military police members and torture victims belonging to the Landless Rural Workers Movement (Movimento dos rabalhadores Rurais sem Terra). The discourse analysis has been focused to clarify the enormous and unclear number of crimes committed by public agents in Brazil.273 f.application/pdfDisponível em formato digitalTorturaDireito penalDireitoA tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confessoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - VANESSA CHIARI GONCALVES.pdfapplication/pdf7050029https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/80914/1/R%20-%20T%20-%20VANESSA%20CHIARI%20GONCALVES.pdf0260bc1095b435cf9e6617d53baf0b61MD51open access1884/809142023-01-26 16:16:03.523open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/80914Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-01-26T19:16:03Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
title A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
spellingShingle A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
Gonçalves, Vanessa Chiari
Tortura
Direito penal
Direito
title_short A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
title_full A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
title_fullStr A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
title_full_unstemmed A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
title_sort A tortura como violência instituída e instrumento para a simulação do réu confesso
author Gonçalves, Vanessa Chiari
author_facet Gonçalves, Vanessa Chiari
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Santos, Juarez Cirino dos
Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em Direito
dc.contributor.author.fl_str_mv Gonçalves, Vanessa Chiari
dc.subject.por.fl_str_mv Tortura
Direito penal
Direito
topic Tortura
Direito penal
Direito
description Orientador : Prof. Dr. Juarez Cirino dos Santos
publishDate 2011
dc.date.issued.fl_str_mv 2011
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-01-26T19:16:03Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-01-26T19:16:03Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/80914
url https://hdl.handle.net/1884/80914
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.pt_BR.fl_str_mv Disponível em formato digital
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 273 f.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/80914/1/R%20-%20T%20-%20VANESSA%20CHIARI%20GONCALVES.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 0260bc1095b435cf9e6617d53baf0b61
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801860923174944768