Distribuição espacial de Uca (Minuca) mordax (Smith, 1870) (Crustacea, decapoda, ocypodidae) durante o ciclo de vida na Baía de Guaratuba, Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Salise Brandt
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/35675
Resumo: Orientadora : Profª Drª. Setuko Masunari
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spelling Martins, Salise BrandtUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em ZoologiaMasunari, Setuko, 1948-2019-03-21T16:11:09Z2019-03-21T16:11:09Z2014https://hdl.handle.net/1884/35675Orientadora : Profª Drª. Setuko MasunariDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Defesa: Curitiba, 20/02/2014Inclui referênciasÁrea de concentração : ZoologiaResumo: Um estudo sobre a ocupação espacial das categorias demográficas do chamamaré Uca (Minuca) mordax (Smith, 1870) ocorrente no setor oligohalino da Baía de Guaratuba, PR, foi realizado de 2012 a 2013. Embora os adultos tenham hábito semi-terrestre, as suas larvas desenvolvem-se em ambiente aquático. A influência da salinidade e da temperatura sobre a sobrevivência e a duração do desenvolvimento larval da espécie desde a eclosão até a fase de megalopa foi realizado em laboratório. Larvas provenientes de quatro fêmeas ovígeras (F1, F2, F3 e F4) foram submetidas a cinco tratamentos de salinidades (S0, S5, S15, S20 e S30), contendo 20 larvas cada um. A maior taxa de sobrevivência com desenvolvimento completo até megalopa foi obtida em S20 (F1 80%, F2 65%, F3 90% e F4 80%), seguido de S15 e S30. Em S0 e S5, houve sobrevida de larvas por poucos dias, entretanto, sem qualquer muda para estágios subsequentes. A temperatura não interferiu na taxa final de sobrevivência nos cultivos realizados a 21 e 25°C, mas houve aumento significativo na duração do desenvolvimento larval até megalopa naquela mais alta (32,82 ± 2,57 dias em 21°C e 20,94 ± 1,98 dias em 25°C). Adicionalmente, larvas megalopas foram submetidas a quatro tratamentos de salinidade (S0, S5, S20 e S30), tendo as mesmas metaformoseadas para o primeiro estágio juvenil somente em S5 (maior taxa) e em S20 (menor taxa); todas morreram em S0 após seis dias e todas permaneceram como megalopas em S30. No estudo da distribuição dos adultos, nove pontos no setor oligohalino da Baía de Guaratuba (Ponta do Cedro, Ponta do Descoberto, Rio São Joãozinho, Rio Riozinho, Rio São João, Rio Nhundiaquara, Rio do Chapéu, Rio Cubatão, e Rio Guanxuma) foram amostrados, tendo sido a espécie registrada somente nos rios com águas de salinidade abaixo de oito na sua desembocadura para a baía. As inspeções para localizar os juvenis foram realizadas nos meses em que é esperado que ocorra a maior taxa de recrutamento (fevereiro/12, dezembro/12 e de janeiro a março/13), em sete substratos potencialmente colonizáveis (troncos e raízes de árvores em decomposição, substratos lodosos não vegetados, tapetes de algas que cobrem o solo da floresta, tapetes flutuantes de Salvinia auriculata e malhas de fibras vegetais na base das samambaias e do pirizal). Os juvenis e as megalopas se assentam preferencialmente nos tapetes de alga, onde ocorreu a densidade máxima de megalopas e juvenis (n=119), seguido de substrato lodoso não vegetado (n=28). Para inspecionar a existência de larvas de U. (M.) mordax na Baía de Guaratuba, foram realizadas coletas de plâncton em quatro pontos num gradiente crescente de salinidade em novembro/13 (Rio São João, salinidade = 0, Ilha do Capim de Cima, salinidade = 12 a 13, Ilha do Araçá, salinidade = 20, Ilha da Sepultura, salinidade = 25 a 29). As salinidades da superfície, meiaágua e fundo, também, foram medidas nestes pontos de coleta. No setor oligohalino da baía, foram encontradas somente larvas zoea I (ZI), enquanto que no intermediário, ZI e ZII e no externo, ZI, ZII e ZIV, indicando que as larvas necessitam de águas mais salinas para completarem o seu desenvolvimento e comprovando os resultados dos experimentos. O fato das larvas estarem se desenvolvendo nos setores mesohalinos (Ilha do Araçá, salinidade = 20 e Ilha da Sepultura, salinidade = 25 a 29), é um indicativo de uma possível retenção larval. As salinidades máximas registradas nos rios São João e São Joãozinho durante a maré máxima foi de 0,3 e 8, respectivamente, portanto, águas com salinidade favorável para o desenvolvimento da espécie não estão presentes no setor mais interno da baía. Diante do exposto, pode-se concluir que as larvas zoeas dispersam por aproximadamente 13,5 Km até os setores mesohalinos da baía, onde sofrem sucessivas ecdises até a megalopa, a qual retorna para junto da população parental, após 32,82 ± 2,57 (21°C) ou 20,94 ± 1,98 (25°C) dias, assentando nos tapetes de alga para se metamorfosear para primeiro estágio juvenil. Este migra para o substrato lodoso quando ganha a capacidade de construir a sua própria toca. Os caranguejos ocupam os terrenos arenosos da floresta de restinga e das margens dos rios somente quando possuem capacidade para cavar tocas nestes substratos compactos. As fêmeas ovígeras procuram substratos lodosos nas imediações dos tapetes de alga para construir uma chaminé em torno de suas tocas.Abstract: A study on the space occupation of demographic categories of the fiddler crab Uca (Minuca) mordax (Smith 1870) occurring in the oligohaline area of Guaratuba Bay, PR, was held from 2012 to 2013. Although adults have semiterrestrial habit, their larvae develop in aquatic environment. The influence of salinity and temperature on larval development and survival of the species from hatching to the megalopa stage was performed at the laboratory. Larvae from four ovigerous (F1, F2, F3, F4) were reared in five different salinities (S0, S5, S15, S20 and S30), each containing 20 larvae. The highest rate of survival with full development until megalopae was obtained in S20 (F1 80%, F2 65%, F3 90% and F4 80%), followed by S15 and S30. In S0 and S5, larvae survived for a few days, however, without any edysis to subsequent stages. The temperature did not affect the final rate of survival in cultures performed at 21 and 25°C, but a significant difference in the duration of larval development to megalopae was observed: 32.82 ± 2.57 days at 21°C and 20.94 ± 1.98 94 days at 25°C. Additionally, megalopae larvae were reared in four different salinities (S0, S5, S20 and S30), and they moulted to the first juvenile stage only at S5 (higher rate) and at S20 (lower rate); all died in S0 after six days and all remained as megalopae in S30. In the study of the distribution of adults, nine collection sites in the oligohaline area of the bay (Ponta do Cedro, Ponta do Descoberto, São Joãozinho River, Riozinho River, São João River, Nhundiaquara River, Chapéu River, Cubatão River, and Guanxuma River) were sampled. The species was recorded only in rivers with salinity waters below than 8 at its mouth to the bay. Inspections for juveniles were held in the months in which it is expected to occur the highest rate of recruitment (february/12, december/12, and from january to march/13), in seven potentially probable substrates to be settled (trunks and roots in decomposition, muddy substrates non-vegetated, algae carpets covering the forest floor, floating mats of Salvinia auriculata, and meshes of vegetable fibers at the base of the ferns and pirizal). Most juveniles and megalopae settled on the algae carpets, where the maximum density of megalopae and juveniles (n = 119) was recorded, followed by non-vegetated muddy substrate (n = 28). To inspect the existence of larvae of U. (M.) mordax in the Guaratuba Bay, plankton collections were held at four sites in an increasing gradient of salinity in november/13 (São João River, salinity = 0, Capim de Cima Island, salinity = 12 to 13, Araçá Island, salinity = 20, Sepultura Island, salinity = 25 to 29). The salinity of the surface, mid-water and bottom, were also measured in these collection sites. In the inner area of the bay, there were found only zoea I larvae (ZI), while in the intermediate, ZI and ZII and in the outer area, ZI, ZII and ZIV; this indicates that larvae require saltier waters to complete their development and confirms the results of the experiments. It is probable that larvae are under retention inside of the bay, and they develop in mesohalines (Araçá Island, salinity = 20 and Sepultura Island, salinity = 25 to 29). As the maximum salinities in São João and São Joãozinho rivers (parental area) during the maximum tide was 0.3 and 8.0, respectively, it is quite improbable that larvae can develop in these almost freshwaters. It can be deduce that the zoea larvae disperse for approximately 13.5 Km towards mesohalines areas of the bay, where they suffer successive moults to megalopas that return to the parental area after 32.82 ± 2.57 (21°C) or 20.94 ± 1.98 (25°C) days. Once they had been settled the algae carpets they moult into first juvenile stage. This migrates to the muddy substrate when aquire ability to build its own burrow. Crabs can colonize the sandy soils in the restinga forest the in the river banks only when they have ability to dig these compact substrates. The ovigerous females seek muddy substrates in the vicinity of algae carpet to construct a chimney around their burrows.131f. : il. algumas color., tabs., grafs.application/pdfDisponível em formato digitalDissertaçõesSalinidadeCrustaceoLarvaEstágios do Ciclo de VidaCiências BiológicasDistribuição espacial de Uca (Minuca) mordax (Smith, 1870) (Crustacea, decapoda, ocypodidae) durante o ciclo de vida na Baía de Guaratuba, Paranáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - SALISE BRANDT MARTINS.pdfapplication/pdf11019420https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35675/1/R%20-%20D%20-%20SALISE%20BRANDT%20MARTINS.pdffd3fc36de4f3bc86e468139b4544d3e6MD51open accessTEXTR - D - SALISE BRANDT MARTINS.pdf.txtExtracted Texttext/plain208188https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35675/2/R%20-%20D%20-%20SALISE%20BRANDT%20MARTINS.pdf.txt9e5beaa51bd7cce0d4f27cf4ab584a6dMD52open accessTHUMBNAILR - D - SALISE BRANDT MARTINS.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1509https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35675/3/R%20-%20D%20-%20SALISE%20BRANDT%20MARTINS.pdf.jpg004e039936525a1f13c52f05bd9aa961MD53open access1884/356752019-03-21 13:11:10.062open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/35675Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082019-03-21T16:11:10Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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