Investigação do efeito da variabilidade da Butirilcolinesterase na resposta a intervenção dietética em mulheres obesas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Willian dos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/35090
Resumo: Resumo: A Butirilcolinesterase (BChE; EC 3.1.1.8) é uma esterase sérica produzida principalmente no fígado e amplamente distribuída pelo organismo. Sua função fisiológica e substrato natural ainda são desconhecidos porém há estudos que sugerem que possui papel no metabolismo lipídico e associação com IMC, razão cintura-estatura, circunferência de cintura, peso e obesidade. No plasma, a BChE pode ser encontrada na forma de monômeros (G1), monômero ligado à albumina (G1-A), dímeros (G2), trímeros (G3) e tetrâmeros (G4). Pode ser encontrada associada à um produto desconhecido do locus CHE2, formando dois fenótipos, CHE2 C5+ e CHE2 C5-, caracterizados, respectivamente, pela presença e ausência da banda C5. Codificada pelo gene BCHE (3q26.1-q26.2) que possui mais de 65 variantes descritas, das quais -116A e a A539T (1615A, K) são duas das variantes mais frequentes e que estão em desequilíbrio de ligação, preferencialmente na conformação cis. Este trabalho avaliou o efeito de variantes da BChE em parâmetros bioquímicos e antropométricos de mulheres obesas participantes de uma intervenção dietética de restrição (2500 kJ/dia, por 8 semanas). Participaram dessa intervenção 147 mulheres obesas, de idade ?20, IMC ? 29,9, pré-menopausa, não grávidas, não lactantes. Foram coletados dados antropométricos e sangue, para parâmetros bioquímicos (colesterol total, triglicerídeos, LDL e HDL), antes e depois da intervenção. Foi realizada a aferição da atividade da BChE, fenotipagem do locus CHE2, análise das formas moleculares da BChE e genotipagem para as variantes -116A e K. Após a intervenção foi verificada a diminuição significativa das médias do IMC, circunferência de cintura e abdominal. As frequências fenotípicas do locus CHE2 e as alélicas dos sítios -116 e 1615 não diferiram de outras amostragens em Curitiba. A atividade enzimática antes da intervenção se mostrou maior do que de mulheres não obesas e depois da intervenção essa atividade se igualou à de mulheres não obesas. A banda G4 foi a única que sofreu alterações em sua atividade relativa, sendo que o fenótipo CHE2 C5+ atuou como efeito protetor da atividade, pois mulheres CHE2 C5+ não sofreram diminuição na média da atividade plasmática ou da banda G4. Após as genotipagens serem feitas, foi possível observar que mulheres usuais/usuais e com a presença da -116A/K diminuíram todos os parâmetros antropométricos, ao contrário daquelas portadoras da mutação K. Desse modo, quando a variante K está sozinha as mulheres tiveram uma dificuldade maior em emagrecer sendo que os dados antropométricos diminuíram menos do que dos outros dois genótipos, provavelmente devido a desestabilização do tetrâmero que estaria atingindo outras vias metabólicas, diminuindo portanto a resposta à intervenção.Análise da atividade de portadoras da variante -116A antes e após a intervenção sugere que há inicialmente uma diminuição da atividade a um nível mínimo para manter as funções fisiológicas da BChE, pois quando estava presente não foi possível observar uma diminuição da atividade e as homozigotas usuais para os dois sítios (-116 e K) igualaram seus dados aos das portadoras -116A.
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