A resistência da pulsão? : um estudo sobre a noção de resistência na obra freudiana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Mariana Brandão Lourenço, 1979-
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/72145
Resumo: Orientadora: Profª. Drª. Nadja Nara Barbosa Pinheiro
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spelling Gonçalves, Mariana Brandão Lourenço, 1979-Pinheiro, Nadja Nara Barbosa, 1957-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia2021-10-20T21:14:28Z2021-10-20T21:14:28Z2021https://hdl.handle.net/1884/72145Orientadora: Profª. Drª. Nadja Nara Barbosa PinheiroDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa : Curitiba, 29/06/2021Inclui referências: p. 161-165Resumo: Esta pesquisa iniciou-se a partir da observação de um fenômeno presente no desenvolvimento da clínica psicanalítica. Há inúmeros casos em que os pacientes, após superarem resistências relativas ao recalcado, começam a apresentar um tipo de resistência radical expressa em angústia e ausência de associações que, não raro, leva à interrupção do tratamento. Identificouse tal impasse clínico como a quarta das cinco resistências à análise, a resistência do id, como proposto por Freud (1926[1925]/1996). Com o objetivo de elucidar tal resistência, foi realizada uma leitura crítica cronológica sobre a elaboração da noção de resistência ao longo da obra freudiana. Assim, o primeiro capítulo descreve o encontro de Freud com as resistências na clínica, no período pré-psicanalítico, e, em paralelo, o desenvolvimento de um primeiro modelo de aparelho psíquico que se defende reflexamente do afluxo energético. À vista disso, foram destacados dois tipos de resistência: as resistências emergentes no trabalho clínico e uma resistência inerente ao organismo. O segundo capítulo, centralizado no livro "A interpretação dos sonhos" (1900/1996), trata de cernir a resistência própria ao trabalho onírico, operante no estado de sono, como semelhante às resistências internas originais do organismo. O terceiro capítulo, sustentando-se na análise de três casos clínicos de Freud ("Dora"; "Pequeno Hans" e "Homem dos Ratos"), aborda, com base na primeira tópica, a sexualidade infantil e a ambivalência afetiva em relação às figuras parentais como núcleo das neuroses. Tal núcleo marca um lugar de fixação e de retorno pulsional em busca de satisfação direta, que se manifesta como resistência na clínica, em forma de compulsão à repetição. No quarto capítulo, partindo desse movimento regressivo da pulsão, investigou-se de que se trata a resistência do id e a resistência do superego. O movimento regressivo pulsional a momentos primitivos do desenvolvimento subjetivo foi indicado como central no mecanismo da resistência do id. Esse retorno se manifesta em compulsão à repetição à medida em que repete modos de satisfação e de defesa primitivos. O que a princípio indica um retorno pelo princípio do prazer, envolve um movimento defensivo autoconservador em relação ao mundo externo que, paradoxalmente, pode tornar-se mortífero. Conclusivamente, além das resistências ao trabalho analítico, foram identificados, na obra freudiana, dois outros tipos de resistências: uma original do organismo que se opõe ao livre fluxo energético; e uma que se apresenta como uma resistência inerente à própria pulsão, a qual foi associada à resistência do id. Nesse sentido, a resistência do id foi aqui descrita como uma resistência que se manifesta à própria maneira da pulsão, ou seja, paradoxalmente, de forma prazerosa e desprazerosa, autoconservadora e mortífera.Abstract: This research began from the observation of a phenomenon present in the development of the psychoanalytic clinic. There are numerous cases in which patients, after overcoming resistance related to the repressed, begin to show a type of radical resistance expressed in anguish and absence of associations, which often leads to treatment interruption. This clinical impasse was identified as the fourth of the five resistances to analysis, the id resistance, as proposed by Freud (1926[1925]/1996). To elucidate such resistance, a critical chronological analysis was carried out on the elaboration of the notion of resistance in Freud's work. Thus, the first chapter describes Freud's encounter with clinical resistances, in the pre-psychoanalytic period, and, in parallel, the development of a first model of the psychic apparatus that defends itself reflexively from energy influx. In view of this, two types of resistance were highlighted: resistance emerging in clinical practice and resistance inherent to the organism. The second chapter centered around "The Interpretation of Dreams" (1900/1996), tries to establish the resistance that occurs in dream work, operating in the sleep state, as similar to the organism's original internal resistances. The third chapter, based on the analysis of three clinical cases by Freud ("Dora"; "Little Hans" and "Rat Man"), discusses, based on the first topic, childhood sexuality and affective ambivalence in relation to parental figures as the nucleus of neuroses. This nucleus characterizes a place of fixation and drive return in search of direct satisfaction, which manifests itself as resistance in the clinical practice, in the form of a compulsion to repeat. The fourth chapter bases itself on this regressive movement of the drive to discuss what the resistance of the id and the resistance of the superego are about. The instinctual regressive movement toward primitive moments of subjective development was indicated as central in the id's resistance mechanism. This return manifests itself in a compulsion to repeat as it repeats primitive modes of satisfaction and defense. What at first indicates a return to the pleasure principle involves a self-conserving defensive movement towards the external world which, paradoxically, can become deadly. Conclusively, in addition to resistance to analytic work, two other types of resistance were found in Freud's work: one originating from the organism that opposes a free flow of energy; and one that presents itself as a resistance inherent to the drive itself, associated with id resistance. In this sense, the id resistance was described here as a resistance that manifests itself in the way of the drive, that is, paradoxically, in a pleasurable and unpleasant, self-conserving and deadly way.1 arquivo (165 p.).application/pdfResistência (Psicanálise)NeurosesComportamento compulsivoSonhos (Psicologia)PsicologiaA resistência da pulsão? : um estudo sobre a noção de resistência na obra freudianainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - MARIANA BRANDAO LOURENCO GONCALVES.pdfapplication/pdf1277578https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/72145/1/R%20-%20D%20-%20MARIANA%20BRANDAO%20LOURENCO%20GONCALVES.pdf86b62e12178be3b50e39e62ad221422eMD51open access1884/721452021-10-20 18:14:28.636open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/72145Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082021-10-20T21:14:28Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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