Política cartográfica e conflitos territoriais no campo brasileiro : uma geografia crítica do Novo Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Ralph de Medeiros
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/81793
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro Gómez
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spelling Montenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em GeografiaAlbuquerque, Ralph de Medeiros2023-04-03T13:57:10Z2023-04-03T13:57:10Z2022https://hdl.handle.net/1884/81793Orientador: Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro GómezTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Defesa : Curitiba, 30/05/2022Inclui referências: p. 327-341Resumo: Nesta tese temos o objetivo de compreender profundamente a política ambiental brasileira: o Novo Código Florestal e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). A reforma do Código Florestal, em 2012, significou uma grande vitória para o agronegócio, representado no Congresso Nacional pela bancada ruralista. Esses dispositivos, o Novo Código e o CAR, assumiram formas de apropriação e acumulação que vão muito além da terra. Assumiram profundas lógicas de mercantilização e financeirização da natureza, gerando conflitos, complexificando e atualizando os debates sobre a questão agrária no Brasil. Assim, buscamos oferecer novos olhares sobre esse debate a partir da dimensão ambiental/natureza. A partir desse interesse pela questão agrária e sua perspectiva ambiental, pretende-se desvendar lógicas de acumulação e dominação em torno do Novo Código e do CAR, entendendo esses instrumentos como dispositivos de uma política cartográfica. Ao mesmo tempo, investigamos outras experiências cartográficas, lógicas, r-existências e alternativas ao mapeamento do CAR, com foco no campo brasileiro. Procurando responder que interesses e lógicas de poder orientam o gesto cartográfico do CAR, a partir da revisão bibliográfica, levantamento de dados e documental, partimos para a compreensão da política cartográfica que orienta estas diferentes cartografias. No primeiro caso, identificamos uma política cartográfica hegemônica delineada por poderes estatais e importantes interesses econômicos. É uma política orientada pela territorialidade da propriedade privada, não só da terra, mas da natureza. Por outro lado, outras experiências cartográficas construídas a partir dos sujeitos revelam r-existências e alternativas profundas, tornando-se cartografias de emergências que, sem esconder os conflitos, demonstram a existência de outras lógicas/mundos ou ontologias na relação/apropriação da natureza que os compõe. novas geografias/cartografias cuja centralidade é a vida. A pesquisa foi estruturada em três capítulos, no primeiro, subdividido em duas partes, apresentamos uma realidade do Novo Código Florestal e do CAR mediada por noções de política cartográfica, dispositivos e experiências outras de cartografia, bem como de tramas territoriais e cartográficas. No segundo capítulo, os dispositivos Novo Código e CAR, são confrontados com frentes, fronteiras, fundos territoriais, desigualdade ambiental e acumulação por espoliação, resultando em uma concepção de política cartográfica que, além das lógicas de acumulação capitalistas apresenta-se racista e uma necropolítica. No terceiro capítulo, o movimento é triplo, uma primeira parte que apresenta uma cartografia das ausências levada a cabo pelo Novo Código Florestal e pelo CAR; uma segunda parte que, a partir dos conflitos e das práticas revela cartografias das emergências e; uma terceira parte que revela uma geografia/cartografia de outras formas de apropriação da natureza, experiências que pela centralidade da vida, revelam-se como outros mundos, ontologias relacionais que, considerando o pluriverso, opõem-se e ao mesmo tempo significam alternativas às monoculturas da modernidade / colonialidadecapitalista.Abstract: In this thesis we aim to deeply understand the Brazilian environmental policy: the New Forest Code and the Rural Environmental Registry (CAR). The reform of the Forest Code, in 2012, meant a great victory for agribusiness, represented in the National Congress by the ruralist group. These devices, the New Code and the CAR, took on forms of appropriation and accumulation that go far beyond the land. They assumed profound logics of commodification and financialization of nature, generating conflicts, complexifying and updating debates on the agrarian question in Brazil. Thus, we seek to offer new perspectives on this debate from the environmental/nature dimension. Based on this interest in the agrarian question and its environmental perspective, the aim is to unveil logics of accumulation and domination around the New Code and the CAR, understanding these instruments as devices of a cartographic policy. At the same time, we investigate other cartographic experiences, logics, re-existences and alternatives to CAR mapping, focusing on the Brazilian countryside. Seeking to answer what interests and logics of power guide CAR's cartographic gesture, based on the bibliographical review, data and documental survey, we set out to understand the cartographic policy that guides these different cartographies. In the first case, we identify a hegemonic cartographic policy outlined by state powers and important economic interests. It is a policy guided by the territoriality of private property, not only of land, but of nature. On the other hand, other cartographic experiences constructed from the subjects reveal deep r-existences and alternatives, becoming cartographies of emergencies that, without hiding the conflicts, demonstrate the existence of other logics/worlds or ontologies in the relationship/appropriation of nature that composes them. new geographies/cartographies whose centrality is life. The research was structured in three chapters, in the first, divided into two parts, we present a reality of the New Forestry Code and the CAR mediated by notions of cartographic policy, devices and other experiences of cartography, as well as territorial and cartographic plots. In the second chapter, the New Code and CAR devices are confronted with fronts, borders, territorial backgrounds, environmental inequality and accumulation by dispossession, resulting in a conception of cartographic policy that, in addition to the logic of capitalist accumulation, is racist and a necropolitics. In the third chapter, the movement is threefold, a first part that presents a cartography of the absences carried out by the New Forestry Code and by the CAR; a second part which, based on conflicts and practices, reveals maps of emergencies and; a third part that reveals a geography/cartography of other forms of appropriation of nature, experiences that, due to the centrality of life, reveal themselves as other worlds, relational ontologies that, considering the pluriverse, oppose and at the same time mean alternatives to monocultures of modernity / coloniality-capitalist.Resumen: En esta tesis tenemos el objetivo de comprender profundamente la política ambiental brasileña: el Nuevo Código Forestal y el Catastro Ambiental Rural (CAR). La reforma del Código Forestal, en 2012, significó una enorme victoria al agronegocio, representado en el Congreso Nacional por la banca rural. Estos dispositivos, el Nuevo Código y el CAR, asumieron formas de apropiación y acumulación que van mucho más allá de la tierra. Asumieron lógicas profundas de mercantilización y financiación de la naturaleza generando conflictos, acomplejando y actualizando debates de la cuestión agraria en Brasil. Así, buscamos ofrecer nuevas miradas a ese debate a partir de la dimensión ambiental / de la naturaleza. A partir de ese interés en la cuestión agraria y su perspectiva ambiental, la intención es desvendar lógicas de acumulación y de dominación en torno del Nuevo Código y del CAR comprendiendo estos instrumentos, como dispositivos de una política cartográfica. Al mismo tiempo, investigamos en experiencias otras de cartografía, lógicas, re-existencias y alternativas al mapeo del CAR, volcadas al campo brasileño. Buscando responder qué intereses y lógicas de poder orientan el gesto cartográfico del CAR, a partir de la revisión bibliográfica, relevamiento de datos y documental, partimos hacia la comprensión de la política cartográfica que orienta esas distintas cartografías. En el primer caso, identificamos una política cartográfica hegemónica delineada por los poderes estatales y de importantes intereses económicos. Es una política orientada por la territorialidad de la propiedad privada, no sólo de la tierra, sino de la naturaleza. Por otro lado, experiencias cartográficas otras construidas desde los sujetos nos revelan profundas re-existencias y alternativas, constituyéndose en cartografías de las emergencias que, sin ocultar los conflictos, demuestran la existencia de lógicas/mundos u ontologías otras en la relación/apropiación de la naturaleza componiendo nuevas geografías/cartografías cuya centralidad es la vida. La investigación se estructuró en tres capítulos, en el primero, subdividido en dos partes, presentamos una realidad del Nuevo Código Forestal y del CAR mediada por nociones de política cartográfica y dispositivos y experiencias otras de cartografía, además de la política cartográfica, tramas territoriales y cartográfica. En el segundo, los dispositivos del Nuevo Código Forestal y del CAR son confrontados con frentes, fronteras, fondos territoriales, desigualdad ambiental y acumulación por despojo resultando en una concepción de política cartográfica que, además de las lógicas de acumulación capitalistas se presenta racista y como necropolítica. En el tercer capitulo, el análisis es triple, una primera parte que muestra una cartografía de las ausencias llevas a cabo por el Nuevo Código Forestal y el CAR; la segunda parte que, a partir de los conflictos y de las prácticas demuestra cartografías de las emergencias y; la tercera parte que revela una geografía/cartografía de otras formas de apropiación de la naturaleza, experiencias que tener como centro la vida, identificamos como otros mundos, ontologías relacionales que, considerando el pluriverso, se oponen y, al mismo tiempo, son alternativas a las monoculturas de la modernidad/colonialidadcapitalista.1 recurso online : PDF.application/pdfCartografiaFlorestas - LegislaçãoCadastro ambientalGeografiaPolítica cartográfica e conflitos territoriais no campo brasileiro : uma geografia crítica do Novo Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural (CAR)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - RALPH DE MEDEIROS ALBUQUERQUE.pdfapplication/pdf20096438https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/81793/1/R%20-%20T%20-%20RALPH%20DE%20MEDEIROS%20ALBUQUERQUE.pdf677c59d2fa7c68aa4857db5eb7d5ff02MD51open access1884/817932023-04-03 10:57:10.899open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/81793Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-04-03T13:57:10Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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