"O som e a fúria" sob novas perspectivas : mente, formas e mundos possíveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Forgiarini, Eduardo da Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/79917
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Pedro Ramos Dolabela Chagas
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spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em LetrasChagas, Pedro DolabelaForgiarini, Eduardo da Silva2022-11-04T10:38:41Z2022-11-04T10:38:41Z2022https://hdl.handle.net/1884/79917Orientador: Prof. Dr. Pedro Ramos Dolabela ChagasDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 09/06/2022Inclui referências: p. 100-103Resumo: Este trabalho aplica novos métodos à leitura do romance O Som e a Fúria, do norte-americano William Faulkner, permitindo, assim, novos resultados para a análise de um romance modernista. Para isso, partimos da seguinte pergunta: como essas novas contribuições à narratologia podem nos ajudar a ler O Som e a Fúria? A resposta para ela se encontra dividida em três capítulos. O primeiro capítulo versará a respeito do trabalho de Caroline Levine, que se dedica ao estudo das formas sociais e as entende como sendo formas literárias, e não algo à parte como quereria um formalismo mais clássico. Ela demonstra o caráter a-histórico dessas formas e como elas podem não apenas viajar através de tempos e espaços, mas também a sua permanência em determinados contextos, tornando possível a tarefa de mapeá-las e estudá-las através de narrativas, por exemplo. Em outras palavras, Levine compreende o texto literário como uma forma social. O segundo capítulo, por sua vez, mais analítico, entende as ficções como mundos possíveis, ancorado nas proposições de Lubomír Doležel. Esse entendimento nos permite analisar a criação ficcional faulkneriana como um mundo possível. Para entender melhor: essa teoria, por natureza interdisciplinar, fornece-nos um modelo de poiesis que não se pode encontrar numa narratologia mais estrutural (DOLEŽEL, 1998). E, por fim, o terceiro capítulo argumentará em favor de uma teoria da leitura baseada no trabalho de Terence Cave, que contém um viés mais cognitivo. Diferentemente de Wolfgang Iser, por exemplo, Cave está munido de anos em avanços de teorias da mente, neurociência e psicologia, para entender melhor o que ocorreria na mente do leitor quando ele se debruça sobre o texto ficcional. Nesse sentido, ele nos ajuda a compreender não apenas os mecanismos utilizados por William Faulkner na construção da sua narrativa, mas também o que tais mecanismos podem suscitar na mente do seu leitor. Como resultado, encontramos Caroline Levine, cuja maior contribuição seja talvez seu método em auxiliar o leitor no entendimento das formas não como estanques e fechadas (ou seja, formas literárias são uma coisa, formas sociais, outra), mas sim múltiplas, nalguma medida estáveis (porque se preservam ao longo do tempo e das sociedades), e presentes nos menores detalhes a que possamos nos atentar, detalhes estes que nem sequer são falados abertamente no romance, como as implicações da Guerra Civil sobre aquele microcosmo. Já a proposta de Doležel contribui porque se sustenta até mesmo diante de um objeto complexo como esse. As suas categorias de análise, ao se fazerem instrumentais, demonstram a técnica e a efetividade com que Faulkner emprega recursos (à época algo inovadores) para contar a história. E a proposta de Cave vem a enriquecer a leitura com sua inovação na concepção de mente como algo também corpóreo e não somente cerebral, e como o corpo está presente na nossa apreensão do mundo, o que podemos chamar de cognição corporificada.Abstract: This work applies new methods to the reading of William Faulkner's novel The Sound and the Fury, thus allowing new results for the analysis of a modernist novel. For that, we started from the following question: how can those new contributions to narratology help us to read The Sound and the Fury? The answer to it is divided into three chapters. The first chapter will deal with the work of Caroline Levine, who is dedicated to the study of social forms and understands them as being literary forms, and not something apart as would want a more classical formalism. It demonstrates the ahistorical character of those forms and how they cannot only travel through times and spaces, but also remain in certain contexts, making it possible to map and study them through narratives, for example. In other words, Levine understands the literary text as a social form. The second chapter, in turn, more analytical, understands fictions as possible worlds, anchored in the propositions of Lubomír Doležel. This understanding allows us to analyze Faulkner's fictional creation as a possible world. To put it better: that theory, by its interdisciplinary nature, provides us with a model of poiesis that cannot be found in a more structural narratology (DOLEŽEL, 1998). And finally, the third chapter will argue in favor of a theory of reading based on the work ofTerence Cave, which contains a more cognitive bias. Unlike Wolfgang Iser, for example, Cave is equipped with years of advances in theories of mind, neuroscience and psychology, to better understand what would occur in the reader's mind when he pores over the fictional text. In this sense, he helps us to understand not only the mechanisms used by William Faulkner in the construction of his narrative, but also what such mechanisms can arouse in the mind of his reader. As a result, we find Caroline Levine, whose greatest contribution is perhaps her method helping the reader to understand forms not as watertight and closed (that is, literary forms are one thing, social forms another one), but multiple, - to some extent - stable (because they are preserved over time and across societies), and present in the smallest details that we can pay attention to, details that are not even spoken openly in the novel, such as the implications of the Civil War on that microcosm. On the other hand, Doležel's proposal contributes because it holds up even in the face of a complex object like that. His analysis’ categories, by making themselves instrumental, demonstrate the technique and effectiveness with which Faulkner uses resources (somewhat innovative at the time) to tell the story. And Cave's proposal enriches the reading with its innovation in the conception of the mind as something also corporeal and not only cerebral, and how the body is present in our apprehension of the world, which we can call embodied cognition.1 recurso online : PDF.application/pdfFormalismo (Analise literaria)Abordagem interdisciplinar do conhecimentoLetras"O som e a fúria" sob novas perspectivas : mente, formas e mundos possíveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - EDUARDO DA SILVA FORGIARINI.pdfapplication/pdf1981957https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/79917/1/R%20-%20D%20-%20EDUARDO%20DA%20SILVA%20FORGIARINI.pdfaf2026cf022643287b9cc9952d296968MD51open access1884/799172022-11-04 07:38:42.017open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/79917Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-11-04T10:38:42Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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