Taxonomia, macroecologia e ecologia de Gastropoda terrestre (Mollusca, Orthogastropoda) do Estado do Paraná, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/32096 |
Resumo: | Resumo: As florestas tropicais, subtropicais e regiões áridas ao redor do planeta abrigam uma extraordinária diversidade de moluscos terrestres. Esta malacofauna possui importância intrínseca e funcional para a manutenção dos ecossistemas nos quais estão inseridos. Apesar da pesquisa sobre sua taxonomia e biologia ter avançado em nível global nas últimas décadas, o conhecimento sobre esta malacofauna no Brasil permanece incipiente. Considerando o ritmo acelerado de degradação dos ambientes naturais, em virtude do desenvolvimento humano e a vulnerabilidade dos moluscos terrestres em relação à perda de habitat, certamente existem espécies que correm risco de serem extintas antes de serem devidamente conhecidas. Neste contexto está inserida a malacofauna terrestre do Estado do Paraná. A superfície da região se distingue por apresentar cinco zonas de paisagens geográficas, onde se distribuem 16 bacias hidrográficas. A extensão leste-oeste do estado, que era originalmente coberta pelo Bioma Floresta Atlântica (83%), intercalado por formações não-florestadas (17%), é representada por cinco unidades vegetacionais distintas. Diante deste panorama, é a urgente necessidade da realização de inventários e a publicação dos dados que tornem esta malacofauna conhecida, bem como a ameaça que ela enfrenta. Partindo-se da premissa que os gastrópodes terrestres são animais sedentários, que possuem íntima dependência das condições bióticas e abióticas em relação ao ecossistema onde estão inseridos, a hipótese fundamental do presente estudo é de que estes moluscos se constituem um bom modelo para análise de dados biogeográficos e ecológicos. O trabalho foi baseado no levantamento dos moluscos terrestres do Paraná em museus e em campo, tendo como objetivo: 1. Caracterizar taxonomicamente as espécies; 2. Analisar como a malacofauna está distribuída em relação ao perfil orográfico e as formações vegetacionais; 3. Inventariar e comparar a diversidade e a ecologia da comunidade de moluscos terrestres em quatro remanescentes dos planaltos do Paraná em relação a formação vegetacional, composição da serrapilheira, preferência por substrato e variação anual. Para tanto, a taxonomia foi baseada na conquiliologia; a distribuição foi analisada através do Método de Agrupamento Fenético; o inventário foi baseado em coletas padronizadas e sua eficiência avaliada através de curvas de acumulação de espécies e extrapolação (EstimateS 9.0). A diversidade foi comparada pelo Diagrama de Whittaker (Excel) e Perfis de Diversidade (Past 2.17). A ecologia da comunidade foi avaliada através de análises multivariadas, PCoA e PCA, testadas por Anosim e Mantel (Past 2.17). Foram registradas 148 espécies (54 gêneros e 25 famílias), que corresponderam a 105 novos registros e 38 espécies potencialmente novas para ciência. A distribuição das espécies em relação a orografia, formações vegetacionais e bacias hidrográficas, evidenciou a existência de duas regiões biogeográficas: região leste (planície litorânea, serra do mar e vale do Ribeira) e a região oeste (planaltos do interior). A eficiência de coleta e a diversidade variaram entre os remanescentes em relação aos macrogastrópodes e microgastrópodes. Esta variação, no caso dos macrogastrópodes, foi influenciada pela sazonalidade em razão da variação anual. A comunidade de moluscos mostrou-se significativamente distinta entre os remanescentes quanto a composição e abundância de espécies, revelando associação com a formação vegetacional. No verão, o subbosque foi a principal variável relacionada à riqueza e abundância e o substrato mais utilizados pelos moluscos. No inverno, os moluscos predominaram na serrapilheira e as variáveis relacionadas à riqueza e abundância foram subbosque, dossel e umidade, sendo inversamente proporcionais a luz e temperatura. |
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Neste contexto está inserida a malacofauna terrestre do Estado do Paraná. A superfície da região se distingue por apresentar cinco zonas de paisagens geográficas, onde se distribuem 16 bacias hidrográficas. A extensão leste-oeste do estado, que era originalmente coberta pelo Bioma Floresta Atlântica (83%), intercalado por formações não-florestadas (17%), é representada por cinco unidades vegetacionais distintas. Diante deste panorama, é a urgente necessidade da realização de inventários e a publicação dos dados que tornem esta malacofauna conhecida, bem como a ameaça que ela enfrenta. Partindo-se da premissa que os gastrópodes terrestres são animais sedentários, que possuem íntima dependência das condições bióticas e abióticas em relação ao ecossistema onde estão inseridos, a hipótese fundamental do presente estudo é de que estes moluscos se constituem um bom modelo para análise de dados biogeográficos e ecológicos. O trabalho foi baseado no levantamento dos moluscos terrestres do Paraná em museus e em campo, tendo como objetivo: 1. Caracterizar taxonomicamente as espécies; 2. Analisar como a malacofauna está distribuída em relação ao perfil orográfico e as formações vegetacionais; 3. Inventariar e comparar a diversidade e a ecologia da comunidade de moluscos terrestres em quatro remanescentes dos planaltos do Paraná em relação a formação vegetacional, composição da serrapilheira, preferência por substrato e variação anual. Para tanto, a taxonomia foi baseada na conquiliologia; a distribuição foi analisada através do Método de Agrupamento Fenético; o inventário foi baseado em coletas padronizadas e sua eficiência avaliada através de curvas de acumulação de espécies e extrapolação (EstimateS 9.0). A diversidade foi comparada pelo Diagrama de Whittaker (Excel) e Perfis de Diversidade (Past 2.17). A ecologia da comunidade foi avaliada através de análises multivariadas, PCoA e PCA, testadas por Anosim e Mantel (Past 2.17). Foram registradas 148 espécies (54 gêneros e 25 famílias), que corresponderam a 105 novos registros e 38 espécies potencialmente novas para ciência. A distribuição das espécies em relação a orografia, formações vegetacionais e bacias hidrográficas, evidenciou a existência de duas regiões biogeográficas: região leste (planície litorânea, serra do mar e vale do Ribeira) e a região oeste (planaltos do interior). A eficiência de coleta e a diversidade variaram entre os remanescentes em relação aos macrogastrópodes e microgastrópodes. Esta variação, no caso dos macrogastrópodes, foi influenciada pela sazonalidade em razão da variação anual. A comunidade de moluscos mostrou-se significativamente distinta entre os remanescentes quanto a composição e abundância de espécies, revelando associação com a formação vegetacional. 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