Tradução de sotaque : marcas de vida nas obras de Paul Celan e Tamara Kamenszain
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1884/81442 |
Resumo: | Prof. Dr. Alexandre André Nodari |
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Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em LetrasNodari, Alexandre, 1983-Simões, Hugo2023-03-07T18:07:27Z2023-03-07T18:07:27Z2022https://hdl.handle.net/1884/81442Prof. Dr. Alexandre André NodariTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 22/11/2022Inclui referências: p. 232-245Resumo: O sotaque é uma marca de vida na língua, análoga a uma ruga que aparece, com o tempo e com a ação humana, sobre a pele. Marca, nesse sentido, a relação entre o corpo de um indivíduo e o ambiente que o cerca, o qual é, simultaneamente, paisagem e memória. O sotaque pode ser tanto um detalhe, que corrobora uma narrativa e uma ambiência rítmica, quanto um "acidente soberano" (Didi-Huberman), um elemento perturbador que expõe a poesia latente à linguagem. A ideia de sotaque, reimaginada neste trabalho, difere das categorias das ciências linguísticas que abordam a variação linguística, na medida em que o objeto último de estudo desta tese é outro, a tradução de poesia (esta, em sentido zumthoriano), mais especificamente: como se traduz poesia feita em e a partir de sotaque - "tradução de sotaque". Dois grandes "eixos teóricos", ou dimensões, orientam este trabalho: a dimensão do corpo individual afetado pela poesia e a dimensão da memória como parte do silêncio/ambiente/coletivo que subjaz ao poético, a biofonia do entorno que se manifesta no fundo da grafia. A fim de encontrar relações menos evidentes entre essas duas dimensões no âmbito do sotaque, recorre-se a um (quase-)método próprio de aproximação aos textos: a arqueologia especulativa. As poéticas de dois autores aparentemente distantes, Paul Celan e Tamara Kamenszain, são a "matéria-prima" do eixo pragmático da pesquisa, a tradução. A construção quase conceitual da ideia de sotaque é realizada a partir da tradução de textos desses poetas, que são postos em diálogo, a fim de se especular sobre a "obscuridade do poético" (Paul Celan) e sobre a "dialética do sotaque" (Tamara Kamenszain). Ao mesmo tempo, os seus esforços teóricos atravessam todo o trabalho, resultando em uma espécie de tradução daqueles pensamentos, em nova ambiência. Não se pretende realizar traduções estigmatizadas, uma vez que o sotaque aparece como excesso ("saída para fora") na poética de ambos os autores, sendo uma percepção devida à "atenção" (Zuwendung) que se dá ao poema. Assim, a tradução de sotaque é também um excesso que pode aparecer no texto traduzido, caso haja escuta atenta. A reflexão crítica e as traduções levam, ao final do trabalho, a uma antologia de poemas de Celan e Kamenszain, cujos temas orientadores são a vida e a língua (em sua polissemia, abrangendo física e metafísica), bem como a relação dessas duas categorias em meio a e no medium do "objeto distribuído" (Alfred Gell) da obra de arte.Abstract: The sotaque ["accent"] is a mark of life inside the language, analogous to a wrinkle that appears, over time and human action, on the skin. In this sense, it marks the relationship between an individual's body and its surrounding environment, which is simultaneously landscape and memory. The sotaque can be either a detail, which corroborates a narrative and a rhythmic ambience, or a "sovereign accident" (Didi- Huberman), a disturbing element that exposes latent poetry to language. The idea of sotaque, reimagined in this work, differs from the categories of linguistic sciences that deal with linguistic variation, insofar as the ultimate object of study of this thesis is another, namely the translation of poetry (this one, in the Zumthorian sense). More specifically, we seek to cast light on how to translate poetry made within and from sotaque - "sotaque translation". Two major "theoretical axes", or dimensions, guide this work: the dimension of the individual body affected by poetry, and the dimension of memory as part of the silence/environment/collective that underlies the poetic, i. e. the biophony of the surroundings that manifests itself in the background of the spelling. In order to find less evident relationships between these two dimensions in the context of the sotaque, we resort to a (quasi-)method of approaching texts: speculative archaeology. The poetics of two apparently distant authors, Paul Celan and Tamara Kamenszain, are the "raw material" of the pragmatic axis of the research, the translation. The quasiconceptual construction of the idea of sotaque is carried out from the translation of texts by these poets, which are brought into dialogue, in order to speculate on the "obscurity of the poetic" (Paul Celan) and on the "dialectic of the dialect" (Tamara Kamenszain). At the same time, these poets' theoretical efforts permeate this work, resulting in a kind of translation of their thoughts into a new ambience. It is not intended to make translations stigmatized, since the sotaque appears as excess (an exit) in the poetics of both authors, which is a perception derived from the "attention" (Zuwendung) that is given to the poem. Thus, the sotaque translation is also an excess that may appear in the translated text, if one listens attentively. The critical reflection and the translations ultimately lead to an anthology of poems by Celan and Kamenszain, whose guiding themes are life and language (encompassing its physics, the tonguebody, and metaphysics), as well as the relationship of these two categories in the midst of and in the medium of the "distributed object" (Alfred Gell) of the work of art.Resumen: El sotaque ["tonada"; "cantito"] es una marca de vida en la lengua, análoga a una arruga que aparece, con el tiempo y con la acción humana, sobre la piel. En este sentido, marca la relación entre el cuerpo de un individuo y el entorno que lo rodea, que es a la vez paisaje y memoria. El sotaque puede ser tanto un detalle, que corrobora una narrativa y un ambiente rítmico, como un "accidente soberano" (Didi- Huberman), un elemento perturbador que expone la poesía latente al lenguaje. La idea de sotaque, reimaginada en este trabajo, se diferencia de las categorías de las ciencias lingüísticas que abordan la variación lingüística, en tanto que el objeto último de estudio de esta tesis es otro, la traducción de poesía (ésta, en sentido zumthoriano), más concretamente: cómo traducir poesía hecha en y desde el sotaque - "traducción de sotaque". Dos grandes "ejes teóricos", o dimensiones, guían este trabajo: la dimensión del cuerpo individual afectado por la poesía y la dimensión de la memoria como parte del silencio/ambiente/colectivo que subyace a lo poético, la biofonía del entorno que se expresa en el fondo de la grafía. Con el fin de encontrar relaciones menos evidentes entre estas dos dimensiones en el contexto del sotaque, recurrimos a un (cuasi-)método de aproximación a los textos: la arqueología especulativa. Las poéticas de dos autores aparentemente distantes, Paul Celan y Tamara Kamenszain, son la "materia prima" del eje pragmático de la investigación, la traducción. La construcción cuasiconceptual de la idea de sotaque se realiza desde la traducción de textos de estos poetas, que son puestos en diálogo, con la intención de especular sobre la "oscuridad de lo poético" (Paul Celan) y sobre la " dialéctica del dialecto" (Tamara Kamenszain). Al mismo tiempo, los esfuerzos teóricos de esos poetas impregnan toda la tesis, lo que resulta en una especie de traducción de sus pensamientos a un nuevo ambiente. No se pretende realizar traducciones estigmatizadas, ya que el acento aparece como exceso ("salir afuera") en la poética de los dos autores, es decir, una percepción que se debe a la "atención" (Zuwendung) que se le da al poema. Así, la traducción de sotaque es también un exceso que puede aparecer en el texto traducido, si se escucha con atención. La reflexión crítica y las traducciones conducen, al final de esa tesis, a una antología de poemas de Celan y Kamenszain, cuyos ejes temáticos son la vida y la lengua (en su polisemia, abarcando la física y la metafísica), así como la relación de estas dos categorías en medio y en el medium del "objeto distribuido" (Alfred Gell) de la obra de arte.Zusammenfassung: Sotaque ["Akzent"] ist ein Lebenszeichen innerhalb der Sprache, analog zu einer Falte, die im Laufe der Zeit und durch das menschliche Handeln auf der Haut erscheint. In diesem Sinne markiert es die Beziehung zwischen dem Körper einer Person und der Umwelt, die sie umgibt und die gleichzeitig Landschaft und Erinnerung ist. Der Sotaque kann entweder ein Detail sein, das eine Erzählung untermauert und ihr rhythmisches Ambiente bildet, oder ein "souveräner Zufall" (Didi-Huberman), ein störendes Element, das die latente Poesie der Sprache aussetzt. Die in dieser Doktorarbeit neu gedachte Idee von Sotaque unterscheidet sich von den entsprechenden Kategorien der Sprachwissenschaften, die sich mit sprachlicher Variation befassen, insofern, als das erstrangige Untersuchungsobjekt dieser Dissertation ein anderes ist, nämlich die Übersetzung von Poesie (diese, im Zumthorianischen Sinne), genauer gesagt: wie man Gedichte übersetzt, die innerhalb und vom Sotaque aus entstanden sind - "Sotaque-Übersetzung". Zwei große "theoretische Achsen" oder Dimensionen leiten diese Doktorarbeit: die Dimension des individuellen Körpers, der von der Poesie beeinflusst wird, und die Dimension der Erinnerung als Teil der Stille/der Umwelt/des Kollektivs, die der Dichtkunst zugrund liegen; d. h. die Biophonie der Umgebung, die sich im Hintergrund der Schreibweise offenbart. Um weniger offensichtliche Beziehungen zwischen diesen beiden Dimensionen im Kontext von Sotaque zu finden, greifen wir auf eine (Quasi-)Methode der Annäherung an Texte zurück: die spekulative Archäologie. Die Poetik zweier scheinbar voneinander entfernter Autoren, Paul Celan und Tamara Kamenszain, ist der "Rohstoff" der pragmatischen Forschungsachse, der Übersetzung. Die quasikonzeptionelle Konstruktion der Idee von Sotaque erfolgt aus der Übersetzung von Texten dieser Dichter, die in einen Dialog gestellt werden, um über die "Dunkelheit des Dichterischen" (Paul Celan) und die "Dialektik des Dialekts" (Tamara Kamenszain) nachzudenken. Gleichzeitig durchziehen die theoretischen Bemühungen dieser Dichter die gesamte Arbeit, was zu einer Art Übersetzung ihrer Gedanken in einer neuen Umgebung führt. Es ist nicht beabsichtigt, stigmatisierte Übersetzungen vorzunehmen, da der Sotaque in der Dichtkunst beider Autoren als ein Exzess (ein Ausgang) erscheint, der eine Wahrnehmung ist, die sich aus der Zuwendung ableitet, die dem Gedicht geschenkt wird. Die Sotaque-Übersetzung ist also auch ein Exzess, der im übersetzten Text auftauchen kann, wenn man aufmerksam zuhört. Die kritische Reflexion und die Übersetzungen führen am Ende der Doktorarbeit zu einer Anthologie von Gedichten Celans und Kamenszains, deren Leitthemen Leben und Sprache (in all ihrer Mehrdeutigkeit, die die physikalische und metaphysische Dimension [der menschlichen Existenz] miteinschliesst) sind, sowie das Verhältnis von diesen beiden Kategorien inmitten und im Medium des "verteilten Objekts" (Alfred Gell) des Kunstwerks.1 recurso online : PDF.application/pdfCelan, Paul, 1920-1970Poesia alemã - TraduçõesLetrasTradução de sotaque : marcas de vida nas obras de Paul Celan e Tamara Kamenszaininfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - HUGO SIMOES.pdfapplication/pdf2559154https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/81442/1/R%20-%20T%20-%20HUGO%20SIMOES.pdf5938ea3ba64079566f082d655bbd4765MD51open access1884/814422023-03-07 15:07:27.932open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/81442Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-03-07T18:07:27Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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