Avaliação do Status Quo da Tilápia do Nilo Oreochromis Niloticus no Reservatório de Itaipú e na Bacia do Rio Uruguai
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/27671 |
Resumo: | Resumo: As tilápias, ciclídeos da tribo Tilapiine, possuem grande importância na aquicultura, sendo o terceiro grupo mais produzido na aquicultura mundial e o segundo na aquicultura brasileira, com grande destaque para a Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Contudo, as diversas características que as tornam eficientes para o cultivo potencializam sua capacidade de estabelecimento de populações em uma ampla variedade de ambientes, causando preocupantes impactos ambientais. No Brasil, o cultivo de espécies exóticas (e.g. tilápias) é proibido, como no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai, exceto se existirem populações estabelecidas na Unidade Geográfica de Referência. Dessa forma, são necessários estudos que testem o estabelecimento das Tilápias do Nilo e de outros organismos exóticos, uma vez que a avaliação de tal estabelecimento diversas vezes é baseada em apenas em conhecimentos anedóticos (e.g. pela simples captura de uns poucos indivíduos), sem a realização de teste de hipótese baseados em dados científicos. Nesse trabalho, portanto, foi desenvolvida uma rigorosa metodologia baseada em uma análise multidisciplinar (i.e. dados de abundância, reprodução, estrutura, identificação de linhagens e dieta) para testar a hipótese de estabelecimento de populações da Tilápia do Nilo, O. niloticus, no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai. Inicialmente, foi desenvolvido um protocolo de identificação de linhagens de tilápias e de seus híbridos através de marcadores moleculares microssatélites. Esse protocolo foi utilizado para caracterizar as linhagens produzidas em pisciculturas nos dois sistemas hidrológicos. Em seguida, para avaliação da presença de populações estabelecidas nessas regiões, foram capturadas tilápias em pesca científica e profissional, trimestralmente, entre outono/2010 e outono/2011. Para ambos os sistemas hidrológicos, foram encontradas baixa abundância da Tilápia do Nilo, sazonalidade na coleta de indivíduos e ausência de indivíduos de pequeno porte, de fêmeas desovadas e de uniformidade genética dos estoques ao longo do ano. Além disso, as análises de conteúdo estomacal dos indivíduos demonstraram que ração é um importante item alimentar dos estoques e as análises moleculares indicaram que o perfil genético dos espécimes coletados é semelhante aos encontrados em pisciculturas das regiões. Dessa forma, rejeita-se a hipótese de estabelecimento de populações de O. niloticus no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai, sendo que escapes de pisciculturas determinam a presença de tilápias em tais sistemas hidrológicos. Apesar da alta quantidade de indivíduos provenientes de escapes em mais de 40 anos de cultivo, fatores abióticos (i.e. temperatura da água) e bióticos (i.e. controle por predação) provavelmente impedem o estabelecimento da Tilápia do Nilo na bacia do Rio Uruguai e no reservatório de Itaipu. Por fim, a metodologia desenvolvida nesse estudo demonstrou-se eficaz no teste da existência de populações estabelecidas de espécies exóticas, e pode ser utilizado em estudos de invasões biológicas de diversas espécies de peixes. |
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Baggio, Rafael AntunesUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em ZoologiaBoeger, Walter Antonio Pereira, 1957-2012-08-24T15:54:33Z2012-08-24T15:54:33Z2012-08-24http://hdl.handle.net/1884/27671Resumo: As tilápias, ciclídeos da tribo Tilapiine, possuem grande importância na aquicultura, sendo o terceiro grupo mais produzido na aquicultura mundial e o segundo na aquicultura brasileira, com grande destaque para a Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Contudo, as diversas características que as tornam eficientes para o cultivo potencializam sua capacidade de estabelecimento de populações em uma ampla variedade de ambientes, causando preocupantes impactos ambientais. No Brasil, o cultivo de espécies exóticas (e.g. tilápias) é proibido, como no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai, exceto se existirem populações estabelecidas na Unidade Geográfica de Referência. Dessa forma, são necessários estudos que testem o estabelecimento das Tilápias do Nilo e de outros organismos exóticos, uma vez que a avaliação de tal estabelecimento diversas vezes é baseada em apenas em conhecimentos anedóticos (e.g. pela simples captura de uns poucos indivíduos), sem a realização de teste de hipótese baseados em dados científicos. Nesse trabalho, portanto, foi desenvolvida uma rigorosa metodologia baseada em uma análise multidisciplinar (i.e. dados de abundância, reprodução, estrutura, identificação de linhagens e dieta) para testar a hipótese de estabelecimento de populações da Tilápia do Nilo, O. niloticus, no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai. Inicialmente, foi desenvolvido um protocolo de identificação de linhagens de tilápias e de seus híbridos através de marcadores moleculares microssatélites. Esse protocolo foi utilizado para caracterizar as linhagens produzidas em pisciculturas nos dois sistemas hidrológicos. Em seguida, para avaliação da presença de populações estabelecidas nessas regiões, foram capturadas tilápias em pesca científica e profissional, trimestralmente, entre outono/2010 e outono/2011. Para ambos os sistemas hidrológicos, foram encontradas baixa abundância da Tilápia do Nilo, sazonalidade na coleta de indivíduos e ausência de indivíduos de pequeno porte, de fêmeas desovadas e de uniformidade genética dos estoques ao longo do ano. Além disso, as análises de conteúdo estomacal dos indivíduos demonstraram que ração é um importante item alimentar dos estoques e as análises moleculares indicaram que o perfil genético dos espécimes coletados é semelhante aos encontrados em pisciculturas das regiões. Dessa forma, rejeita-se a hipótese de estabelecimento de populações de O. niloticus no reservatório de Itaipu e na bacia do Rio Uruguai, sendo que escapes de pisciculturas determinam a presença de tilápias em tais sistemas hidrológicos. Apesar da alta quantidade de indivíduos provenientes de escapes em mais de 40 anos de cultivo, fatores abióticos (i.e. temperatura da água) e bióticos (i.e. controle por predação) provavelmente impedem o estabelecimento da Tilápia do Nilo na bacia do Rio Uruguai e no reservatório de Itaipu. Por fim, a metodologia desenvolvida nesse estudo demonstrou-se eficaz no teste da existência de populações estabelecidas de espécies exóticas, e pode ser utilizado em estudos de invasões biológicas de diversas espécies de peixes.application/pdfTesesBioinvasãoTilapia (Peixe)AquiculturaAvaliação do Status Quo da Tilápia do Nilo Oreochromis Niloticus no Reservatório de Itaipú e na Bacia do Rio Uruguaiinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - BAGGIO, RAFAEL ANTUNES.pdfapplication/pdf2535930https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27671/1/R%20-%20D%20-%20BAGGIO%2c%20RAFAEL%20ANTUNES.pdf555985e38ef3d8208aefc7537ef5a231MD51open accessTEXTR - D - BAGGIO, RAFAEL ANTUNES.pdf.txtR - D - BAGGIO, RAFAEL ANTUNES.pdf.txtExtracted Texttext/plain207021https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27671/2/R%20-%20D%20-%20BAGGIO%2c%20RAFAEL%20ANTUNES.pdf.txtd542b287fe1c4fc97a46f18b73322675MD52open accessTHUMBNAILR - D - BAGGIO, RAFAEL ANTUNES.pdf.jpgR - D - BAGGIO, RAFAEL ANTUNES.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1365https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27671/3/R%20-%20D%20-%20BAGGIO%2c%20RAFAEL%20ANTUNES.pdf.jpgf3f395e12d470f9c60c2e99dfed943adMD53open access1884/276712016-04-07 06:58:49.156open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/27671Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T09:58:49Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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