Investigação de associação entre a Butirilcolinesterase e a doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bono, Gleyse Freire
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/36045
Resumo: Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência nos idosos. Patologicamente, é caracterizada pela presença de placas senis (PS) e emaranhados neurofibrilares (NFTs), os quais são formados devido ao acúmulo de peptídeo ß-amiloide (Aß) e de proteína tau hiperfosforilada (p-tau), respectivamente. Há também redução no número de neurônios e sinapses, com déficit colinérgico acentuado. O tratamento sintomático envolve o uso de inibidores das colinesterases (IChEs). A rivastigmina é um fármaco inibidor, tanto da acetilcolinesterase (AChE) como da butirilcolinesterase (BChE). A inibição pelos IChEs provoca aumento dos níveis de ACh na sinapse, melhorando a cognição. No cérebro dos pacientes com DA, a atividade da BChE está aumentada, sendo encontrada nas PS e nos NFTs. No plasma, essa enzima é encontrada em quatro formas moleculares: G4 (tetrâmero), G2 (dímero), G1 (monômero) e G1-ALB (monômero ligado à albumina). A atividade da BChE é influenciada por diversos fatores, entre eles o fenótipo CHE2 C5+ e a variante K (BChE-K). A BChE-K têm sido investigada como um fator de risco para DA. O presente estudo visa avaliar a atividade total da butirilcolinesterase e relativa das formas moleculares G1, G1-ALB, G2 e G4 no plasma de 139 pacientes com DA provável e 139 idosos cognitivamente saudáveis, levando em consideração o fenótipo do loco CHE2 e a variante K do gene BCHE; bem como determinar o efeito do tratamento com rivastigmina sobre essa enzima. Os principais resultados obtidos no estudo foram: 1) a atividade plasmática da BChE é significativamente menor nos pacientes com DA do que nos controles, sendo que a presença da doença é o principal fator que influencia nessa redução; 2) a atividade da BChE diminui com a progressão da doença; 3) a diminuição na atividade das formas moleculares da BChE não ocorreu de forma homogênea nos pacientes; 4) os pacientes do grupo CDR2 tratados com rivastigmina apresentaram redução significativa na atividade total e das formas moleculares da BChE quando comparados com os pacientes não tratados com esse fármaco; 5) a frequência do fenótipo CHE2 C5+ foi semelhante em casos e controles; 6) não foi encontrada associação entre a variante K e a DA. Esses resultados indicam que a DA interfere na regulação da proporcionalidade das formas moleculares da BChE. Além disso, foi encontrado que a doença é o principal fator envolvido na diminuição da atividade da plasmática da BChE, assim como a evolução da doença atua reduzindo ainda mais a atividade da enzima nos pacientes. A redução significativa na atividade da BChE no grupo de pacientes com DA moderada sugere que esses indivíduos podem estar mais sujeitos aos efeitos colaterais decorrentes da inibição periférica dessa enzima. Os resultados do presente estudo sugerem que a atividade reduzida da butirilcolinesterase no plasma de pacientes com DA pode ser um potencial marcador secundário da progressão doença.
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