Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Henrique Shody Hono
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/87424
Resumo: Orientador: Profª. Drª. Joanneliese de Lucas Freitas
id UFPR_d8cabc3418f4628ba8a3d63250be360e
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/87424
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaFreitas, Joanneliese de Lucas, 1972-Batista, Henrique Shody Hono2024-04-10T21:32:08Z2024-04-10T21:32:08Z2023https://hdl.handle.net/1884/87424Orientador: Profª. Drª. Joanneliese de Lucas FreitasDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa : Curitiba, 30/11/2023Inclui referênciasResumo: Este estudo teve por objetivo compreender a experiência de psicólogas e psicólogos hospitalares que lidam profissionalmente com situações de terminalidade e o fim da vida. Para tanto, foi desenvolvido um método de pesquisa fenomenológico-hermenêutico inspirado na filosofia de Martin Heidegger. A partir deste método, foi possível caminhar pela pesquisa, de modo a compreender as constituintes ontológicas, históricas e sociais que acarretaram em tentativas de controle do fenômeno da morte por parte da medicina e dos hospitais modernos. A medicina e os hospitais tentaram lidar com a morte como mero objeto de intervenção disciplinar e técnica, sem colocar em questão as experiências existenciais vinculadas à lida humana com a morte. Nesse sentido, a psicologia buscou teorizar sobre a relação humana com a finitude, desenvolvendo teorias, técnicas e postulados sobre uma psicologia da morte. Porém, a partir de um olhar fenomenológico-hermenêutico, foi preciso se aproximar do modo como a experiência ocorre no mundo, o que nos levou à realização de cinco entrevistas com psicólogas e psicólogos hospitalares que lidam com situações de terminalidade e o fim da vida. Estas entrevistas foram analisadas a partir de narrativas, que desvelou seis eixos de compreensão existencial, a saber: 1) Trabalhar com a morte é, na verdade, trabalhar com o modo pelo qual o paciente ou a família lidam com a vida ao longo do processo de morrer; 2) Não existem receitas prontas, mas disposição e sensibilidade em se aproximar do modo singular como paciente e família lidam com o fim da vida; 3) A morte escancara o imprevisível e a incerteza diante do tempo, o que pode exigir ações urgentes e imediatas; 4) A ação do psicólogo hospitalar envolve o reconhecimento e a flexibilização do modus operandi da instituição; 5) Trabalhar com a morte envolve, necessariamente, se deixar afetar pelo sofrimento humano, sendo fonte de aprendizado para o psicólogo e 6) As experiências profissionais convidam o psicólogo para refletir sobre sua lida pessoal com a morte e a própria condição de finitude. Os eixos abordam a relação dos psicólogos com a morte em sua vida pessoal e profissional, convocando estes profissionais a assumirem suas próprias existências como mortais e finitas. Ao lidarem com situações de terminalidade e fim de vida, os psicólogos hospitalares abrem possibilidades de cuidado como forma de resistência aos ditames da técnica moderna, de modo que a experiência afetiva possa aparecer em meio a frieza das instituições. Assim, a "boa morte" almejada pela psicologia é a "morte possível" de ser vivida, a partir do horizonte de possibilidades daquele que está diante do morrer.Abstract: This study aimed to understand the experience of hospital psychologists who professionally deal with terminal situations and the end of life. To achieve this, a phenomenologicalhermeneutic research method was developed, inspired by the philosophy of Martin Heidegger. Using this method, it was possible to navigate through the research, in order to understand the ontological, historical and social constituents that led to attempts to control the phenomenon of death, by modern medicine and hospitals. Medicine and hospitals tried to deal with death as a mere object of disciplinary and technical intervention, without questioning the existential experiences related to the human encounter with death. In this sense, psychology sought to theorize about the human relationship with finitude, developing theories, techniques and postulates about the psychology of death. However, from a phenomenological-hermeneutic perspective, it was necessary to approach how the experience unfolds in the world, with five interviews being carried out with hospital psychologists who deal with end-of-life situations. These interviews were analyzed, based on narratives, which revealed six axes of existential understanding of these experiences, namely: 1) Working with death is, in fact, working with the way in which the patient or the family deals with life throughout the dying process; 2) There are no ready-made recipes, but willingness and sensitivity to approach the unique way in which patient and family deals with the end of life; 3) Death reveals the unpredictable and uncertainty in the face of time, which may require urgent and immediate actions; 4) The action of the hospital psychologist involves the recognition and flexibility of the institution's modus operandi; 5) Working with death necessarily involves allowing oneself to be affected by human suffering, which is a source of learning for the psychologist and 6) Professional experiences invite the psychologist to reflect on their personal dealings with death and their own condition of finitude. The axes address the relationship between psychologists and death in their personal and professional lives, calling on these professionals to assume their own existences as mortal and finite. When dealing with terminal and end-of-life situations, hospital psychologists open up possibilities of care as a form of resistance to the dictates of modern technique, so that the affective experience can appear amidst the coldness of institutions. Thus, the "good death" desired by psychology is the "possible death" to be lived, based on the horizon of possibilities of the person facing death.1 recurso online : PDF.application/pdfDoentes terminais - PsicologiaPsicologia existencialMorte - Aspectos psicológicosPsicologiaPráticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - HENRIQUE SHODY HONO BATISTA.pdfapplication/pdf1567772https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/87424/1/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20SHODY%20HONO%20BATISTA.pdff1b3022617cc8bf583942005f9cd8fe5MD51open access1884/874242024-04-10 18:32:08.793open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/87424Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082024-04-10T21:32:08Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
title Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
spellingShingle Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
Batista, Henrique Shody Hono
Doentes terminais - Psicologia
Psicologia existencial
Morte - Aspectos psicológicos
Psicologia
title_short Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
title_full Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
title_fullStr Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
title_full_unstemmed Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
title_sort Práticas psicológicas, terminalidade e fim de vida : uma compreensão existencial da experiência de psicólogos
author Batista, Henrique Shody Hono
author_facet Batista, Henrique Shody Hono
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Freitas, Joanneliese de Lucas, 1972-
dc.contributor.author.fl_str_mv Batista, Henrique Shody Hono
contributor_str_mv Freitas, Joanneliese de Lucas, 1972-
dc.subject.por.fl_str_mv Doentes terminais - Psicologia
Psicologia existencial
Morte - Aspectos psicológicos
Psicologia
topic Doentes terminais - Psicologia
Psicologia existencial
Morte - Aspectos psicológicos
Psicologia
description Orientador: Profª. Drª. Joanneliese de Lucas Freitas
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-04-10T21:32:08Z
dc.date.available.fl_str_mv 2024-04-10T21:32:08Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/87424
url https://hdl.handle.net/1884/87424
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 1 recurso online : PDF.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/87424/1/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20SHODY%20HONO%20BATISTA.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv f1b3022617cc8bf583942005f9cd8fe5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801860725976596480