Estudo do comportamento do fogo e de alguns efeitos da queima controlada em povoamentos de Eucalyptus viminalis Labill em Tres Barras, Santa Catarina
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Tese |
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Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Engenharia FlorestalSoares, Ronaldo Viana, 1943-Ribeiro, Guido Assunção2022-11-08T18:44:54Z2022-11-08T18:44:54Z1997https://hdl.handle.net/1884/26758Orientador: Ronaldo Viana SoaresTese (doutorado) - Universidade Federal do ParanaÁrea de concentração: Conservação da naturezaResumo: O presente estudo foi desenvolvido num povoamento de Eucalyptus viminalis Labill pertencente à RIGESA Celulose, Papel e Embalagens Ltda., localizada no município de Três Santa Catarina. Os objetivos foram: determinar os efeitos da queima sobre a redução material combustível; analisar os principais parâmetros do comportamento do fogo; quantitativamente a queima, baseando-se em algumas relações existentes na literatura.; avaliar os efeitos da queima controlada sobre o rendimento de corte das árvores; alguns efeitos provocados pela queima na composição química do solo e no número e dos brotos; avaliar a técnica de queima mais adequada para a primavera e o outono. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com 5 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos basearam-se nas técnicas de queima, ou seja, em faixas a favor e contra o vento e testemunha, nas estações de primavera e outono. As queimas, devido a inexistência de condições meteorológicas favoráveis na primavera e outono, foram realizadas em 10/10/94 (primavera) e em 23/03/95 (outono), respectivamente. O material combustível foi inventariado antes e depois da queima para determinação do peso de matéria seca por unidade de área, consumo pelo fogo, espessura da camada orgânica, poder calorífico, percentagem de matéria inorgância e de nutrientes. Antes da queima, a carga total de material combustível foi 32,8 t.ha-1 na primavera e 35,8 t.ha-1 no outono e, após incinerado em mufla, 26,2 e 27,8 t.ha-1 para primavera e outono, respectivamente. O consumo médio geral da carga de material combustível foi de 56 % nas duas épocas (56, 61 e 90 % para as classes C-1, C-2 e C-3 respectivamente). Após incinerado em mufla a queima em faixas a favor do vento consumiu, em média, 3,7 t.ha-1 na primavera e 2,9 t.ha-1 no outono a mais do que a queima contra o vento. A distribuição percentual das classes permaneceu a mesma antes e depois da queima, pois o percentual de redução entre os tratamentos não apresentou diferença estatística significativa. O mesmo aconteceu com a espessura da camada orgânica, cuja redução média geral foi 30 e 34,7 % para as duas épocas, respectivamente. As médias do poder calorífico efetivo e real foram estatisticamente diferentes entre as classes de combustível, exceto entre as classes C-1MV e C-2 (efetivo) e C-1MF e C-2 (real). Em média, a velocidade de queima foi 0,0477 m.s-1 e 0,0131 m.s-1 para a queima em faixas a favor e contra o vento, respectivamente, o que corresponde a uma diferença estatística significativa. A intensidade da linha de fogo, determinada pela equação de Byram, variou entre 50 e 211 kcal.s-1.m-1 e entre 48 e 229 kcal.s-1.m-1 para as queimas contra e em faixas a favor do vento na primavera e no outono, respectivamente, apresentando diferença estatística apenas entre as técnicas de queima. As médias da quantidade de energia liberada por unidade de área (Ha) foram maiores para as queimas em faixas a favor do vento, não apresentando diferença significativa entre as técnicas e época de queima. A altura de crestamento variou de 4,9 m (contra) a 13,5 m (a favor) enquanto a altura de carbonização variou entre 63 cm (contra) e 74 cm (a favor), portanto, apresentando correlação significativa com a altura de crestamento, carga de material combustível, velocidade de propagação e intensidade da linha de fogo. A análise de correlação entre o rendimento de corte e outras variáveis (declividade, número e volume das árvores) resultou em coeficiente significativo apenas para o volume das parcelas da queima de primavera. A análise de contraste não mostrou diferença entre o rendimento de corte das parcelas de todos os tratamentos. A queima de primavera, praticamente, não afetou as propriedades químicas do solo, quando os tratamentos foram comparados para cada mês apenas o teor de carbono diferiu da testemunha no segundo mês de coleta. Na queima de outono, o Ca+2 + Mg+2, H+Al, m (saturação em Al) e pH apresentaram alterações estatisticamente significativas ao longo dos 6 meses de coleta após a queima enquanto o Al+3, C, T (CTC) e P apresentaram diferença estatística significativa entre os tratamentos, mesmo antes da queima. As principais alterações verificadas foram: a maior diferença detectada para o pH foi de 0,52 entre a primeira e a sétima coletas, da queima contra o vento; ocorreu redução no teor de Al+3 a partir do teor inicial até o sétimo mês; H+Al comportamento semelhante ao do alumínio; tendência à redução na concentração· de C nos 6 meses de coleta após a queima; ocorreu redução de T (CTC) após as duas queimas. Na queima de primavera foi registrada maior variação entre a primeira e sétima coletas do que na de outono e as parcelas-testemunha apresentaram variação estatística significativa; houve tendência à redução dos valores de m (saturação em Al) até o sétimo mês de coleta; Ca+2+Mg+2 tendeu aumentar a concentração ao longo dos 6 meses de coleta após a queima; P apresentou um pequeno aumento após a queima, mas não-significativo. A técnica de queima não influenciou a altura de brotação durante cada época de queima. Analisando as duas épocas conjuntamente, a queima contra o vento de primavera apresentou maior altura, diferenciando estatisticamente de todos os tratamentos da queima de outono. Os tratamentos de queima não influenciaram a percentagem de brotação das cepas e nem o percentual de nutrientes (N, P, K, Ca e Mg) analisados aos 8 meses de idade. A análise de tecido feita no material combustível, antes e depois da queima, detectou diminuição (depois da queima) estatisticamente significativa para o K nos tratamentos aplicados durante as duas épocas de queima, bem como aumento de Ca após a queima, exceto para a queima contra o vento de outono.Abstract: This work was developed in an Eucalyptus viminalis Labill stand pertaining to RIGESA Celulose, Papel e Embalagens Ltda, located in Três Barras, State of Santa Catarina. The purposes of this study were to determine burning effects on forest fuel reduction; to analyze the main parameters of fire behavior; to characterize burning quantitatively based on some relations existing in the available literature; to estimate the effects of a control burning on the tree cutting productivity; to evaluate some burning effects on soil chemical composition and number and height of sprouts; to determine a more adequate burning technique for spring and fall. It was used a randomized block experimental design, with five treatments and four replicates. The treatments were based on the burning technique (strip headfire, backfire and control) on spring and fall seasons. The burnings were conducted on October 10, 1994 and March 23, 1995, respectively. The fuel was inventoried before and after burnings to determine the dry weight fuel load, fuel consumption, duff depth, fuel heating content and percentage of inorganic matter and mineral nutrients. Before burning, the total fuel load, without incineration in muffle furnace, was 32,8 ton.ha-1 in spring and 35,8 ton.ha-1 in fall, and after incineration it was 26,2 and 27,8 ton.ha-1 in spring and fall, respectively. The general average consumptiom of fuel load was 56 % (56, 61 and 90 % for C-I, C-2 and C-3 classes, respectively). After the muffle furnace incineration the strip headfire consumed, in the average, 3,7 ton.ha-1 (in spring) and 2,9 ton.ha-1 (in fall) more than backfire. The class percent distribution remained the same either before and after burning, since the reduction percent among the treatments didn't shown any statistical differences. The same is true for the duff depth which presented a general average reduction of 30 % and 34,7 % for both seasons, respectively. The effective and useful or real heating content averages were statistically different among fuel classes, except between C-1MV an C-2 (effective) and C-1MF and C-2 (useful or real). In the average, the rate of spread was 0,0477 ms'! and 0,0131 ms-! for strip headfire and backfire, respectively, which corresponds to a significative difference. The fire line intensity, determined by Byram's equation, ranged from 50 and 211 kcal.s-1.m-1 and 48 and 229 kcal.s-1.m-1 for backfire and strip headfire in the spring and fall, respectively, presenting a statistical difference between burning techniques only. The averages of released heat per unity area were higher for strip headfire and didn't present any significative difference between the techniques and burning times. The scorch height ranged from 4,9 m (backfire) to 13,5 m (strip headfire) while the bark charing height ranged from 63 cm (backfire) to 74 em (strip headfire), presenting a significative correlation with scorch height, fuel load, spread rate and fire line intensity. The correlation analysis between harvesting productivity and other variables (declivity, tree numbers and volumes) resulted a significative coefficient only for the volume in the experimental plots in the spring burning. The contrasts didn't show any differences among plot cutting productivities in all treatments. Pratically, the spring burnings didn't affect the soil chemical characteristics, when treatments were compared for each month only the carbon contents differed from control in the second month sampling. In the fall burnings the Ca+2+Mg+2, H+Al, m (Al saturation) contents and the pH presented significative statiscal changes during all the six collecting months after burning and the Al+3, C, T and P contents presented significative statistical differences among the treatments even before burning. The main changes observed were: the greater pH difference was 0,52 between first and seventh sampling in the backfire technique; there was a reduction in Al content from the initial content until the seventh month; H+Al presented a similar performance to aluminum; there was a tendency to reduce C content during the six sampling months after burning; T (CTC) was reduced after two season burnings. The spring burning presented greater changes between first and seventh sampling than fall burnings; the control-plots presented a statiscally significative difference; there was a tendency to reduction "m" values until the seventh collecting month; Ca+2+Mg+2 tended to increasing content during the seventh collecting months; P presented a low increase after burning, but it was non-significative. The burning technique didn't influence sprouting height within each burning season. Analysing both seasons together, the spring backfire burning presented the greatest height thus differing statistically from all fall burning treatments. The burning treatments didn't influence the stock sprounting percentage neither the nutrient percentage (N, P, K, Ca and Mg) which were analysed from nine months old leaves. The tissue analysis conducted before and after fuel burning detected a significative decrease after burning for K in the two-season burning treatments and a Ca increase after burning, except for fall backfire burning.145f. : il. color., grafs., tabs. ; 30cm.application/pdfDisponivel em formato digitalQueimada ordenada - Santa CatarinaIncendios florestais - Santa CatarinaEucalyptus viminalisTesesEstudo do comportamento do fogo e de alguns efeitos da queima controlada em povoamentos de Eucalyptus viminalis Labill em Tres Barras, Santa Catarinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALT - RIBEIRO, GUIDO ASSUNCAO.pdfapplication/pdf7060972https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26758/1/T%20-%20RIBEIRO%2c%20GUIDO%20ASSUNCAO.pdffbe72045bbc031dab3c21141e0bb128aMD51open accessTEXTT - RIBEIRO, GUIDO ASSUNCAO.pdf.txtExtracted Texttext/plain314559https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26758/2/T%20-%20RIBEIRO%2c%20GUIDO%20ASSUNCAO.pdf.txt507cb6fdbc8195001bac4957478e51beMD52open accessTHUMBNAILT - RIBEIRO, GUIDO ASSUNCAO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1360https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26758/3/T%20-%20RIBEIRO%2c%20GUIDO%20ASSUNCAO.pdf.jpg9f630ff37cc77a0b248f96a80139eba7MD53open access1884/267582022-11-08 15:44:54.467open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/26758Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-11-08T18:44:54Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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