Efeitos da fragmentação e perturbação sobre aves de remanescentes de floresta ombrófila mista no Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carrano, Eduardo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/30447
Resumo: Resumo: Este trabalho analisou a riqueza e a abundância de espécies e grupos funcionais de aves florestais considerando-se dois ambientes (borda e interior) e a sazonalidade, em um remanescente secundário (52 ha) de Floresta Ombrófila Mista (FOM) na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Paraná. Foram realizadas 17 amostragens entre agosto/2009 e abril/2012 utilizando redes de neblina, sendo obtidas 570 capturas pertencentes a 63 espécies e 19 famílias. Diferenças significativas (PERMANOVA) na riqueza e abundância de espécies e guildas entre os dois ambientes e também em relação à sazonalidade foram registradas. As espécies mais abundantes nas capturas foram Turdus rufiventris (12,7%) e Poospiza cabanisi (9,84%), as quais apresentaram as maiores contribuições (SIMPER) para o interior (60,9%) e borda (24,6%). As espécies foram distribuídas em 18 grupos funcionais, sendo os onívoros e frugívoros de borda e interior (OFbi) e granívoros de borda (Gb) os mais representativos quanto à riqueza e abundância em ambos os ambientes. As diferenças na riqueza e abundância de espécies e grupos funcionais refletem de forma direta os efeitos da fragmentação sobre o remanescente, principalmente na estrutura da floresta, com o interior assumindo uma maior semelhança com a borda. No futuro é provável que este remanescente configure uma fisionomia homogênea, beneficiando ainda mais espécies de bordas e clareiras em detrimento daquelas essencialmente silvícolas. Em julho de 2000, ocorreu um derramamento de petróleo na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), atingindo um remanescente florestal e várzeas adjacentes. Em função do ocorrido, a comunidade local de aves florestais foi avaliada quanto às variações na riqueza e abundância de espécies e grupos funcionais. Foram consideradas três magnitudes de distúrbio (agudo, intermediário e tardio), definidas em função do dano ambiental e da duração dos impactos. Entre maio/2002 e abril/2012 foram realizadas 84 amostragens utilizando contato visual e auditivo, e também 60 amostragens com redes de neblina. Foram registradas 134 espécies, sendo 83 dessas capturadas em redes. Análises de PERMANOVA demonstraram diferenças significativas para a riqueza e abundância de espécies e guildas na comparação entre as três magnitudes de distúrbio. Os maiores valores de riqueza e abundância ocorreram no distúrbio agudo. As guildas que apresentaram as maiores contribuições quanto às magnitudes de distúrbio e sazonalidade foram OFbi e Gb. As diferenças nas comunidades entre as três magnitudes refletem os efeitos da descaracterização ambiental. A composição de aves observada se revelou dentro do esperado para um fragmento florestal de pequeno porte e estrutura vegetacional secundária, apresentando maior riqueza e abundância de guildas e espécies generalistas, além de grande contribuição de espécies com baixa frequência de ocorrência. Comunidades de aves foram avaliadas em nove fragmentos de FOM na RMC, com diferentes tamanhos (1,1 a 61,4 ha) e estruturas florestais, com o objetivo de comparar a riqueza, guildas e sazonalidade de ocorrência de aves entre os fragmentos, utilizando-se também algumas características que determinam a suscetibilidade das espécies em relação à perda de habitat (massa corporal, dependência do ambiente florestal e grau de endemismo). Os inventários foram realizados entre maio/2009 e abril/2012 através de contato visual e auditivo. Foram registradas 144 espécies de aves e 34 famílias. Uma correlação positiva entre riqueza e tamanho dos fragmentos foi registrada. Não houve decréscimo da riqueza de aves não Passeriformes e do tamanho corporal com a diminuição dos fragmentos. Foi registrada maior riqueza de espécies dependentes florestais em fragmentos acima de cinco ha. As guildas mais representativas (SIMPER) foram onívoros, insetívoros e carnívoros. O tamanho dos fragmentos apresentou influência na caracterização das comunidades e na relação de espécies com dependência do ambiente florestal. Apesar do longo histórico de alterações antrópicas na região e da simplificação na riqueza de aves, estes fragmentos ainda desempenham importante papel ecológico para a avifauna florestal.
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As espécies mais abundantes nas capturas foram Turdus rufiventris (12,7%) e Poospiza cabanisi (9,84%), as quais apresentaram as maiores contribuições (SIMPER) para o interior (60,9%) e borda (24,6%). As espécies foram distribuídas em 18 grupos funcionais, sendo os onívoros e frugívoros de borda e interior (OFbi) e granívoros de borda (Gb) os mais representativos quanto à riqueza e abundância em ambos os ambientes. As diferenças na riqueza e abundância de espécies e grupos funcionais refletem de forma direta os efeitos da fragmentação sobre o remanescente, principalmente na estrutura da floresta, com o interior assumindo uma maior semelhança com a borda. No futuro é provável que este remanescente configure uma fisionomia homogênea, beneficiando ainda mais espécies de bordas e clareiras em detrimento daquelas essencialmente silvícolas. Em julho de 2000, ocorreu um derramamento de petróleo na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), atingindo um remanescente florestal e várzeas adjacentes. Em função do ocorrido, a comunidade local de aves florestais foi avaliada quanto às variações na riqueza e abundância de espécies e grupos funcionais. Foram consideradas três magnitudes de distúrbio (agudo, intermediário e tardio), definidas em função do dano ambiental e da duração dos impactos. Entre maio/2002 e abril/2012 foram realizadas 84 amostragens utilizando contato visual e auditivo, e também 60 amostragens com redes de neblina. Foram registradas 134 espécies, sendo 83 dessas capturadas em redes. Análises de PERMANOVA demonstraram diferenças significativas para a riqueza e abundância de espécies e guildas na comparação entre as três magnitudes de distúrbio. Os maiores valores de riqueza e abundância ocorreram no distúrbio agudo. As guildas que apresentaram as maiores contribuições quanto às magnitudes de distúrbio e sazonalidade foram OFbi e Gb. As diferenças nas comunidades entre as três magnitudes refletem os efeitos da descaracterização ambiental. A composição de aves observada se revelou dentro do esperado para um fragmento florestal de pequeno porte e estrutura vegetacional secundária, apresentando maior riqueza e abundância de guildas e espécies generalistas, além de grande contribuição de espécies com baixa frequência de ocorrência. Comunidades de aves foram avaliadas em nove fragmentos de FOM na RMC, com diferentes tamanhos (1,1 a 61,4 ha) e estruturas florestais, com o objetivo de comparar a riqueza, guildas e sazonalidade de ocorrência de aves entre os fragmentos, utilizando-se também algumas características que determinam a suscetibilidade das espécies em relação à perda de habitat (massa corporal, dependência do ambiente florestal e grau de endemismo). Os inventários foram realizados entre maio/2009 e abril/2012 através de contato visual e auditivo. Foram registradas 144 espécies de aves e 34 famílias. Uma correlação positiva entre riqueza e tamanho dos fragmentos foi registrada. Não houve decréscimo da riqueza de aves não Passeriformes e do tamanho corporal com a diminuição dos fragmentos. Foi registrada maior riqueza de espécies dependentes florestais em fragmentos acima de cinco ha. As guildas mais representativas (SIMPER) foram onívoros, insetívoros e carnívoros. O tamanho dos fragmentos apresentou influência na caracterização das comunidades e na relação de espécies com dependência do ambiente florestal. 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