Ecomorfologia de caranguejos e siris (Crustacea Decapoda Brachyura) de ecossistemas costeiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marochi, Murilo Zanetti
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/27632
Resumo: Resumo: Ecomorfologia de caranguejos e siris (CRUSTACEA DECAPODA BRACHYURA) de ecossistemas costeiros. O presente estudo objetivou avaliar se diferentes espécies de Brachyura possuem padrões ecomorfológicos em comum ligados ao habitat em que estão inseridas. Foram analisados 528 exemplares pertencentes a 24 espécies e provenientes dos seguintes ecossistemas costeiros: manguezal, costão rochoso, praia arenosa, bentopelagial e mar aberto. De todos os exemplares foram mensuradas 16 dimensões para machos e 17 para fêmeas. Os valores proporcionais destas dimensões foram utilizados para a Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Agrupamento. Também, foram elaborados e interpretados 12 atributos ecomorfológicos. Para os machos, os dois primeiros eixos produzidos pela ACP acumularam 77,52% da variação. As dimensões que mais influenciaram a distribuição foram o comprimento total da perna ambulatória 1 (CTP1), comprimento total da perna ambulatória 4 (CTP4), comprimento do quelípodo maior (CQM) e comprimento da carapaça (CC). Para as fêmeas, os dois primeiros eixos da ACP foram responsáveis por 74,73% da variação. As dimensões que mais influenciaram foram CTP4, CTP1, CQM e (altura do quelípodo maior) AQM. Através da ACP e Análise de Agrupamento foi possível separar as espécies em quatro grupos principais: 1. espécies de substrato complexo, 2. espécies semiterrestres, 3. espécies bentopelágicas e de mar aberto e 4. espécie fital. As espécies de substratos complexos apresentaram P1 e P4 de comprimentos semelhantes e forte heteroquilia relacionados, respectivamente, à vida em substratos irregulares e alimentação com animais providos de exoesqueleto ou conchas. As espécies semiterrestres apresentaram P1 e P4 de diferentes tamanhos e o mais longo pedúnculo ocular, indicando, respectivamente, agilidade nas passadas em substrato terrestre e importância da comunicação visual. As espécies bentopelágicas e de mar aberto apresentaram fraca heteroquilia, maiores dimensões da carapaça e o pedúnculo ocular mais curto, indicando que no meio aquático, o movimento do corpo é facilitado pelo empuxo e a comunicação visual é menos importante. A única espécie fital Epialtus brasiliensis apresentou, proporcionalmente, o mais longo P1 dentre todas as espécies e dátilo fortemente recurvado relacionado com o hábito epibionte em algas.
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