Associação da obesidade abdominal dinapênica com diabetes mellitus tipo 2 em pacientes idosos ambulatoriais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Júlia Freitas
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/273150
Resumo: Introdução: A obesidade abdominal (OA) e a dinapenia são duas situações de saúde distintas, mas ambas podem ocorrer em idosos e estão relacionadas ao envelhecimento e ao estilo de vida. A OA refere-se ao acúmulo de gordura visceral que tem sido associada a um maior risco de desenvolver hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A dinapenia se caracteriza pela diminuição da força muscular e pode contribuir para a redução da funcionalidade e da qualidade de vida nessa população. Assim, a dinapenia e a obesidade abdominal em conjunto podem prever melhor a incapacidade funcional do que cada condição individualmente. Portanto, esta condição recentemente reconhecida foi denominada obesidade abdominal dinapênica (OAD). Já a relação entre OAD e o DM2 é complexa, mas há uma interconexão que pode influenciar a saúde metabólica e muscular, especialmente em idosos. Neste sentido, compreender a coexistência dessas condições se torna essencial a fim de promover estratégias de manejo nutricional específicas neste grupo de indivíduos. Objetivo: Avaliar em idosos ambulatoriais a associação da OAD com as doenças crônicas: HAS e o DM2. Materiais e Métodos: Análise secundária de um estudo transversal realizado em idosos atendidos no Ambulatório de Geriatria e de Neurologia/Neurodemências do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Dados demográficos e clinicos foram coletados durante o atendimento ambulatorial. A OAD foi definida pela combinação de obesidade abdominal [circunferência cintura (CC) elevada: ≥102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres] e dinapenia [força de preensão manual (FAM) reduzida: < 27 kg para homens e < 16 kg para mulheres]. A presença da HAS foi definida pela média de valor aferido de pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90mmHg e/ou uso de medicamento com ação anti-hipertensiva. Já o diagnóstico do DM2 foi avaliado através glicemia plasmática de jejum (≥ 126 mg/dl), ou teste de tolerância oral à glicose (≥ 200 mg/dl); ou hemoglobina glicada (A1c) ≥ 6,5%. Modelo de regressão logística, ajustado para confundidores, foi utilizado para avaliar a associação da OAD com a presença da HAS e do DM2. Resultados: Foram avaliados 264 idosos (idade 70,8 ± 7,5 anos; 67% do sexo feminino). 69,3% dos participantes apresentaram Indice de Massa Corporal (IMC) ≥ 4 25 kg/m²; 49,6% OA,23,1% dinapenia e 11,7% OAD. A maioria dos idosos (58,7%) foi diagnosticada com HAS e 20,8% com DM2. Ainda, a maior proporção deles que tinham IMC ≥ 25 kg/m², HAS e DM2 apresentaram uma relação com a OA e OAD (p<0,05). No modelo de regressão logística, idosos com OA apresentaram 4,71 e 6,25 vezes mais chance de ter HAS e DM2, respectivamente. Já a OAD foi positivamente associada com o DM2 (OddsRatio: 3,35; IC95% 1,06 -10,5; p = 0,038). Não foi observada nenhuma associação da OAD com a HAS. Conclusão: Idosos com OAD apresentam mais chance de ter DM2 quando comparados a idosos sem OA e sem dinapenia.
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