Consumo alimentar, controle metabólico e obesidade abdominal dinapênica em pacientes com diabetes tipo 2 atendidos em ambulatório especializado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dambrowski, Antônia Gonçalves
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/274107
Resumo: Introdução: O Diabetes Melito Tipo 2 é caracterizado pela presença persistente de hiperglicemia, consequente da deficiência na secreção e funcionalidade da insulina. Além da captação de glicose na corrente sanguínea, a insulina tem importante papel no metabolismo de proteínas e inibição do catabolismo muscular. Em pacientes com DM2, percebe-se uma alteração na composição corporal, com incongruências entre massa muscular e adiposidade. Uma característica clínica relevante nesses indivíduos é a perda de força e funcionalidade muscular (dinapenia). A obesidade abdominal associada com a presença de dinapenia é classificada como obesidade abdominal dinapênica e é relacionada a piores desfechos de saúde. O consumo proteico pelos indivíduos com DM2, torna-se essencial para preservação de massa e funcionalidade muscular. Assim, este estudo busca avaliar a possível associação entre obesidade abdominal dinapênica, consumo proteico e controle metabólico em pacientes com diabetes tipo 2 atendidos em ambulatório de nutrição especializado. Metodologia: Estudo transversal realizado a partir dos dados basais de um ensaio clínico randomizado, incluindo 208 pacientes ambulatoriais com DM2, atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A partir de prontuário eletrônico, foram coletados dados como nome, idade, data e valor do último exame de HbA1c. Os fatores avaliados foram o consumo alimentar, peso corporal, controle glicêmico, perfil lipídico e valores pressóricos. A distribuição gaussiana das variáveis foi testada. As características dos participantes foram comparadas pelos testes Kruskal-Wallis (com teste post-hoc de bonferroni), Qui-quadrado ou exato de Fisher. Modelos de regressão logística múltipla foram construídos para demais avaliações. Considerou-se significativo p<0,05. Resultados: Entre os 208 participantes estudados, 14,14% foram diagnosticados com obesidade abdominal dinapênica. Uma maior proporção de mulheres foi observada no grupo de participantes com obesidade abdominal com ou sem dinapenia (P = 0,015). Pacientes com obesidade abdominal e sem dinapenia apresentaram valores maiores de triglicerídeos (p <0,028) e menores de LDL-colesterol (p <0,047). Os participantes com obesidade abdominal apresentaram menor consumo (porções/kg de peso atual) de alimentos fontes de proteína (carnes, ovos, leguminosas e laticínios) quando comparado com os indivíduos sem obesidade abdominal e sem dinapenia (P <0,001). Ao incluir a ingestão de embutidos no modelo da recomendação de proteínas, a associação com obesidade abdominal dinapênica perde a significância estatística, mostrando uma possível interação. Conclusão: O presente estudo fornece evidências de uma possível associação entre consumo de proteínas e obesidade abdominal dinapênica em pacientes com DM2. Porém, novos estudos de intervenção podem explicar melhor os nossos achados.
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Porém, novos estudos de intervenção podem explicar melhor os nossos achados.Introduction: Type 2 Diabetes Mellitus is characterized by persistent hyperglycemia, resulting from impaired insulin secretion and functionality. Beyond its role in glucose regulation, insulin is crucial for protein metabolism and inhibiting muscle catabolism. Individuals with Type 2 Diabetes Mellitus (T2DM) often exhibit changes in body composition, marked by inconsistencies between muscle mass and adiposity. Notably, a significant clinical feature in these individuals is the loss of muscle strength and functionality, referred to as dynapenia. The coexistence of abdominal obesity and dynapenia is termed dynapenic abdominal obesity, and it is associated with adverse health outcomes. In this context, protein consumption plays a pivotal role for individuals with T2DM, as it is essential for preserving muscle mass and functionality. The objective of this study is to assess the potential association between dynapenic abdominal obesity, protein intake, and metabolic control in patients with T2DM treated at a specialized nutrition outpatient clinic. Methods: A cross-sectional study was conducted, utilizing baseline data derived from a randomized clinical trial, encompassing 208 outpatients diagnosed with T2DM at the Hospital de Clínicas in Porto Alegre. Participants' information was extracted from electronic medical records. The factors under investigation encompassed aspects such as food consumption, body weight, glycemic control, lipid profile, and blood pressure values. The Gaussian distribution of the variables was assessed using the Shapiro-Wilk test. To compare participant characteristics, statistical tests such as the Kruskal-Wallis test (with Bonferroni post-hoc test), Chi-square, or Fisher's exact test were employed. Multiple logistic regression models were constructed for additional evaluations. A significance level of p<0.05 was adopted for statistical inference. Results: Among the 208 participants included in the study, 11.70% did not exhibit abdominal obesity or dynapenia, 74.14% presented with abdominal obesity without dynapenia, and 14.14% were diagnosed with dynapenic abdominal obesity. Notably, a higher proportion of women was observed in the group of participants with abdominal obesity with or without dynapenia (P = 0.015). Further analysis revealed that patients with abdominal obesity and without dynapenia had higher triglyceride values (p < 0.028) and lower LDL-cholesterol values (p < 0.047). In terms of dietary habits, participants with abdominal obesity reported lower intakes (measured in servings per kilogram of current weight) of protein-source foods such as meat, eggs, legumes, and dairy products when compared to individuals without abdominal obesity or dynapenia (P < 0.001). Intriguingly, when the intake of sausages was incorporated into the protein recommendation model, the association with dynapenic abdominal obesity lost statistical significance, indicating a potential interaction. Conclusion: The current study presents evidence suggesting a potential association between protein and dynapenic abdominal obesity in patients with T2DM. Nevertheless, further clarification of our findings may be obtained through additional intervention studies.application/pdfporIngestão de alimentosMetabolismoDiabetes mellitus tipo 2Força muscularObesidade abdominalFood intakeProtein intakeDiabetes Mellitus type 2DynapeniaDynapenic abdominal obesityConsumo alimentar, controle metabólico e obesidade abdominal dinapênica em pacientes com diabetes tipo 2 atendidos em ambulatório especializadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2024Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001198567.pdf.txt001198567.pdf.txtExtracted Texttext/plain76151http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274107/2/001198567.pdf.txt1d6f76f8c1979326fa59288ed8216ea2MD52ORIGINAL001198567.pdfTexto parcialapplication/pdf772518http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274107/1/001198567.pdf6229cb712ce0dcb46450e3962457dc9bMD5110183/2741072024-03-24 04:58:31.995443oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274107Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-03-24T07:58:31Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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