Produção e caracterização de filmes inteligentes a partir do bagaço da produção do suco de uva

• Autor(a) principal: Nakatsukasa, Jun
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/235816
• topic: Embalagem inteligente; Reaproveitamento de resíduos; Bagaço de uva; Anthocyanins; Inteligent packaging; Sustainability; Grape pomace; Films

Debates a respeito da preservação ambiental e sustentabilidade tem aumentado ao longo dos anos. Entre as pautas abordadas está o impacto causado pelas embalagens plásticas ao ambiente. Em paralelo, estudos focados no desenvolvimento de embalagens inteligentes estão emergindo no meio acadêmico, visto que são uma solução para problemas como o monitoramento do frescor de produtos, já que são capazes de fornecer informações sobre a qualidade do produto, do produtor ao consumidor. Dessa forma, a utilização de matérias-primas renováveis e biodegradáveis tem sido o alvo no desenvolvimento dessas embalagens, pois são uma substituição sustentável ao plástico. Dentre as embalagens inteligentes, existem os filmes indicadores, compostos por polímeros que servem como matriz para a incorporação de um indicador, possivelmente de fonte natural que reage a variações de pH, como é o caso das antocianinas. Existem diversas fontes naturais de antocianinas, sendo que muitas podem ser advindas de resíduos agroindustriais, como o bagaço da produção de suco de uva. Esse resíduo é largamente produzido na serra gaúcha proveniente da produção de vinhos e sucos, sendo normalmente utilizado como adubo, tendo pouco valor agregado. Portanto, o objetivo desse trabalho foi produzir e caracterizar filmes inteligentes a partir do bagaço advindo da produção do suco de uva. Os filmes foram produzidos com amido de mandioca como matriz polimérica, glicerol como agente plastificante, e foram utilizados tanto o pó do bagaço como o extrato do bagaço de uva como indicadores. Visto que o trabalho tem um caráter sustentável, também foi utilizado o filtro de papel empregado no processo de filtração do extrato para produção de um potencial indicador. Os filmes foram caracterizados através de análises colorimétricas com o intuito de verificar a diferença total de cor frente a diversas soluções tampão de pH entre 2 e 10, de forma a identificar as características indicadoras dos filmes inteligentes. Verificou-se que os filmes com extratos ácidos não são indicados para utilização como filmes indicadores, devido a sua alta adesividade, sendo necessários estudos futuros para minimizar esse efeito. Quanto aos filmes com extratos aquosos, observou-se uma ótima resposta às variações de pH, assim como para os filmes produzidos com pó do bagaço. Por meio da plataforma de simulação de cores utilizando os parâmetros de cor CIELab*, assim como dos resultados de ΔE*, foi possível definir que os filmes contendo o pó de bagaço apresentaram melhores variações de cor ao longo das faixas de pH, sendo estas visíveis ao olho humano. Quanto aos papéis indicadores, conclui-se que são potenciais indicadores, apresentando variações perceptivas de cor em faixas de pH entre 6 e 7, mas pesquisas futuras necessitam ser realizadas de forma a obter mais dados.