Avaliação da ingestão de sódio, calorias e desnutrição em pacientes com cirrose hepática e ascite refratária
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/233187 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A fase descompensada da cirrose é marcada pela presença de ascite e está associada com mau prognóstico e baixa qualidade de vida (QV). A primeira linha de tratamento preconizada para ascite é a terapia diurética e adequação de sódio dietético, entretanto a restrição severa de sódio vem sendo questionada, uma vez que poderia ter impacto negativo sobre a aceitação da dieta com redução na ingestão calórica, podendo inclusive comprometer o estado nutricional e QV dos pacientes. OBJETIVO: Avaliar a ingestão de sódio em pacientes com cirrose e ascite refratária e sua associação com a ingestão calórica e peso corporal. MÉTODOS: Estudo transversal que incluiu pacientes ambulatoriais adultos com cirrose e ascite refratária submetidos à paracentese de alívio. Para avaliação do consumo de sódio e de calorias utilizou-se o registro alimentar de 3 dias. A avaliação do consumo de sódio total inclui a soma do sódio intrínseco (do alimento) e extrínseco (adicionado às preparações). Foi também avaliado o sódio urinário em 24 horas (sódio24h) pelo método íon eletrodo seletivo indireto. Todos os pacientes tiveram peso pós paracentese e altura aferidos e realizaram dinamometria (força do aperto da mão - FAM). A gravidade da doença foi avaliada a partir do MELDNa e a QV foi avaliada através do Short Form Health Survey (SF-36). RESULTADOS: Foram incluídos 17 pacientes (14 homens, de idade média 59,5 ± 12,5 anos). Quanto ao consumo energético, a média de calorias foi de 24 ± 2,6 kcal/kg e de proteínas 1 ± 0,17 g/kg. A ingestão média de sódio total foi 3903 ± 429,7 mg, de sódio intrínseco 1151 ± 612 mg e de sódio extrínseco 2752 ± 1726,2 mg. A ingestão de sódio total se correlacionou positivamente com ingestão calórica (r = 0,6; p < 0,05) e peso seco (r = 0,6; p < 0,05). A ingestão de sódio extrínseco se correlacionou positivamente com sódio24h (r = 0,6; p < 0,05), já o sódio intrínseco se correlacionou com a ingestão protéica (r = 0,6; p < 0,05) e FAM (r = 0,8; p < 0,001). O escore médio de MELDNa foi 16,3 ± 4,8 e do SF-36, 41,4 ± 21,8. CONCLUSÕES: Neste estudo, pacientes com menor consumo de sódio apresentaram menor peso e ingestão calórica mais baixa. O consumo de sódio mais próximo do que é preconizado para a população em geral, e não a restrição severa, parece estar associado ao melhor estado nutricional, visto que a ingestão de sódio se correlacionou positivamente com FAM, ingestão calórica, proteica e peso seco. A 7 restrição severa de sódio pode levar a uma menor aceitação da dieta e comprometimento do estado nutricional. |
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Luchi, Moiséli MoreiraDall'Alba, ValescaAlves, Bruna Cherubini2021-12-21T04:28:10Z2021http://hdl.handle.net/10183/233187001134716INTRODUÇÃO: A fase descompensada da cirrose é marcada pela presença de ascite e está associada com mau prognóstico e baixa qualidade de vida (QV). A primeira linha de tratamento preconizada para ascite é a terapia diurética e adequação de sódio dietético, entretanto a restrição severa de sódio vem sendo questionada, uma vez que poderia ter impacto negativo sobre a aceitação da dieta com redução na ingestão calórica, podendo inclusive comprometer o estado nutricional e QV dos pacientes. OBJETIVO: Avaliar a ingestão de sódio em pacientes com cirrose e ascite refratária e sua associação com a ingestão calórica e peso corporal. MÉTODOS: Estudo transversal que incluiu pacientes ambulatoriais adultos com cirrose e ascite refratária submetidos à paracentese de alívio. Para avaliação do consumo de sódio e de calorias utilizou-se o registro alimentar de 3 dias. A avaliação do consumo de sódio total inclui a soma do sódio intrínseco (do alimento) e extrínseco (adicionado às preparações). Foi também avaliado o sódio urinário em 24 horas (sódio24h) pelo método íon eletrodo seletivo indireto. Todos os pacientes tiveram peso pós paracentese e altura aferidos e realizaram dinamometria (força do aperto da mão - FAM). A gravidade da doença foi avaliada a partir do MELDNa e a QV foi avaliada através do Short Form Health Survey (SF-36). RESULTADOS: Foram incluídos 17 pacientes (14 homens, de idade média 59,5 ± 12,5 anos). Quanto ao consumo energético, a média de calorias foi de 24 ± 2,6 kcal/kg e de proteínas 1 ± 0,17 g/kg. A ingestão média de sódio total foi 3903 ± 429,7 mg, de sódio intrínseco 1151 ± 612 mg e de sódio extrínseco 2752 ± 1726,2 mg. A ingestão de sódio total se correlacionou positivamente com ingestão calórica (r = 0,6; p < 0,05) e peso seco (r = 0,6; p < 0,05). A ingestão de sódio extrínseco se correlacionou positivamente com sódio24h (r = 0,6; p < 0,05), já o sódio intrínseco se correlacionou com a ingestão protéica (r = 0,6; p < 0,05) e FAM (r = 0,8; p < 0,001). O escore médio de MELDNa foi 16,3 ± 4,8 e do SF-36, 41,4 ± 21,8. CONCLUSÕES: Neste estudo, pacientes com menor consumo de sódio apresentaram menor peso e ingestão calórica mais baixa. O consumo de sódio mais próximo do que é preconizado para a população em geral, e não a restrição severa, parece estar associado ao melhor estado nutricional, visto que a ingestão de sódio se correlacionou positivamente com FAM, ingestão calórica, proteica e peso seco. A 7 restrição severa de sódio pode levar a uma menor aceitação da dieta e comprometimento do estado nutricional.INTRODUCTION: The decompensated phase of cirrhosis is marked by the presence of ascites and is associated with poor prognosis and poor quality of life (QoL). The first line of treatment recommended for ascites is diuretic therapy and dietary sodium adequacy, however severe sodium restriction has been questioned, as it could have a negative impact on dietary intake with a reduction in caloric intake, and may even compromise the nutritional status and QoL of patients. OBJECTIVE: The aim of this study is to assess sodium intake in patients with cirrhosis and refractory ascites and its association with caloric intake and body weight. METHODS: Cross-sectional study that included adult outpatients with cirrhosis and refractory ascites undergoing large-volume paracentesis. Sodium and caloric intake were assessed by the 3-day food record. Total sodium was the sum of intrinsic (from food) and extrinsic (added to preparations) sodium. Urinary sodium in 24 hours (24 hours sodium) was also assessed by the indirect selective electrode ion method. All patients had their post-paracentesis weight and height measured. Handgrip strength (HGS) was assessed by dynamometry. Disease severity was assessed using MELDNa and QoL was assessed using the Short Form Health Survey (SF-36). RESULTS: Seventeen patients (14 men, mean age 59.5 ± 12.5 years) were included. The mean dietary intake was calories 24 ± 2.6 kcal/kg and protein 1 ± 0.17 g/kg. The mean intake of total sodium was 3903 ± 429.7 mg, intrinsic sodium 1151 ± 612 mg and extrinsic sodium 2752 ± 1726.2 mg. Total sodium intake positively correlated with caloric intake (r = 0.6; p < 0.05) and dry weight (r = 0.6; p < 0.05). Extrinsic sodium intake was positively correlated with 24-hour sodium (r = 0.6; p < 0.05), while intrinsic sodium was correlated with protein intake (r = 0.6; p < 0.05) and HGS( r = 0.8; p < 0.001). The mean score for MELDNa was 16.3 ± 4.8 and for the SF-36, 41.4 ± 21.8. CONCLUSION: In this study, patients with lower sodium intake had lower weight and lower caloric intake. Sodium consumption closer to what is recommended for the general population, and not severe restriction, seems to be associated with better nutritional status, as sodium intake was positively correlated with HGS, caloric and protein intake and dry weight. Severe sodium restriction can lead to reduced diet acceptance and impaired nutritional status.application/pdfporCirrose hepáticaDesnutriçãoAsciteSódio na dietaIngestão de alimentosIngestão de energiaAvaliação nutricionalLiver cirrhosisAscitesDietary sodiumEatingEnergy intakeNutritional assessmentAvaliação da ingestão de sódio, calorias e desnutrição em pacientes com cirrose hepática e ascite refratáriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2021Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001134716.pdf.txt001134716.pdf.txtExtracted Texttext/plain87160http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233187/2/001134716.pdf.txt8ae541e9385eef194ae7d9e533833031MD52ORIGINAL001134716.pdfTexto completoapplication/pdf492854http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233187/1/001134716.pdfffdf4680e1a4a0fd2996eaf2dfc1e6beMD5110183/2331872023-12-23 04:29:27.52455oai:www.lume.ufrgs.br:10183/233187Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-12-23T06:29:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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INTRODUÇÃO: A fase descompensada da cirrose é marcada pela presença de ascite e está associada com mau prognóstico e baixa qualidade de vida (QV). A primeira linha de tratamento preconizada para ascite é a terapia diurética e adequação de sódio dietético, entretanto a restrição severa de sódio vem sendo questionada, uma vez que poderia ter impacto negativo sobre a aceitação da dieta com redução na ingestão calórica, podendo inclusive comprometer o estado nutricional e QV dos pacientes. OBJETIVO: Avaliar a ingestão de sódio em pacientes com cirrose e ascite refratária e sua associação com a ingestão calórica e peso corporal. MÉTODOS: Estudo transversal que incluiu pacientes ambulatoriais adultos com cirrose e ascite refratária submetidos à paracentese de alívio. Para avaliação do consumo de sódio e de calorias utilizou-se o registro alimentar de 3 dias. A avaliação do consumo de sódio total inclui a soma do sódio intrínseco (do alimento) e extrínseco (adicionado às preparações). Foi também avaliado o sódio urinário em 24 horas (sódio24h) pelo método íon eletrodo seletivo indireto. Todos os pacientes tiveram peso pós paracentese e altura aferidos e realizaram dinamometria (força do aperto da mão - FAM). A gravidade da doença foi avaliada a partir do MELDNa e a QV foi avaliada através do Short Form Health Survey (SF-36). RESULTADOS: Foram incluídos 17 pacientes (14 homens, de idade média 59,5 ± 12,5 anos). Quanto ao consumo energético, a média de calorias foi de 24 ± 2,6 kcal/kg e de proteínas 1 ± 0,17 g/kg. A ingestão média de sódio total foi 3903 ± 429,7 mg, de sódio intrínseco 1151 ± 612 mg e de sódio extrínseco 2752 ± 1726,2 mg. A ingestão de sódio total se correlacionou positivamente com ingestão calórica (r = 0,6; p < 0,05) e peso seco (r = 0,6; p < 0,05). A ingestão de sódio extrínseco se correlacionou positivamente com sódio24h (r = 0,6; p < 0,05), já o sódio intrínseco se correlacionou com a ingestão protéica (r = 0,6; p < 0,05) e FAM (r = 0,8; p < 0,001). O escore médio de MELDNa foi 16,3 ± 4,8 e do SF-36, 41,4 ± 21,8. CONCLUSÕES: Neste estudo, pacientes com menor consumo de sódio apresentaram menor peso e ingestão calórica mais baixa. O consumo de sódio mais próximo do que é preconizado para a população em geral, e não a restrição severa, parece estar associado ao melhor estado nutricional, visto que a ingestão de sódio se correlacionou positivamente com FAM, ingestão calórica, proteica e peso seco. A 7 restrição severa de sódio pode levar a uma menor aceitação da dieta e comprometimento do estado nutricional. |
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