Experiências de discriminação em estudantes de graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baumgarten, Alexandre
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/153020
Resumo: As experiências de discriminação e as desigualdades sociais a elas associadas, bem como o impacto dessas experiências sobre o bem estar físico e psicológico de grupos populacionais específicos tem sido foco de atenção pela comunidade científica. Características como a raça/etnia, sexo, idade, aparência física, classe social e outras características socialmente atribuídas ou adquiridas podem estar associadas e experimentadas, simultaneamente, pelas vítimas, podendo variar dependendo do contexto social e histórico em questão. No Brasil, ainda há poucos estudos avaliando a representação das experiências discriminatórias por diferentes estratos populacionais e sujeitos, sob uma perspectiva abrangente e não restrita a algum tipo particular de discriminação. Diante desse contexto, o objetivo da presente pesquisa foi compreender as experiências de discriminação em estudantes de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), analisando as reações frente a tais experiências. O estudo teve abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas com um roteiro pré-estabelecido, gravadas e transcritas. Os sujeitos da pesquisa foram estudantes dos cursos de graduação da UFRGS, selecionados intencionalmente, e o método de amostragem foi por saturação (n=8). As falas dos estudantes foram analisadas seguindo o método da análise de conteúdo de Bardin, por meio do software ATLAS.ti. Os estudantes entenderam o preconceito como um conceito pessoal, antecipado, um pré-julgamento estabelecido em relação a outros, sem a presença de ação ou atitude O preconceito seria o pensamento, a ideia, enquanto a discriminação foi compreendida como sendo o ato, a atitude, a manifestação concreta de um preconceito. Apesar dos estudantes reconhecerem a importância social de ‘não discriminar’ ou ‘não ter preconceito’, eles também manifestaram a presença do preconceito e de atitudes discriminatórias em sua trajetória de vida (experiência passadas ou presentes). As experiências discriminatórias foram relatadas em diferentes espaços e mais de um motivo foi percebido para a existência da discriminação. Todos os estudantes conseguiram identificar o motivo pelo qual a discriminação aconteceu nas diversas situações da vida cotidiana. As reações dos estudantes, a partir das experiências de discriminação (vivenciadas ou presenciadas), foram marcadas por sentimentos negativos, além de manifestações na condição de saúde, especialmente na condição de saúde mental dos indivíduos. A interpretação de um evento como discriminatório é complexo e os resultados dessa pesquisa reforçam a importância de se compreender como acontecem as experiências de discriminação, analisando as reações frente a tais situações. Estudos com esta proposta podem informar sobre as formas de discriminação predominantes no país, bem como fornecer subsídios aos trabalhos do campo da saúde, que procuram vincular a discriminação com processos ligados à saúde-doença.
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Diante desse contexto, o objetivo da presente pesquisa foi compreender as experiências de discriminação em estudantes de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), analisando as reações frente a tais experiências. O estudo teve abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas com um roteiro pré-estabelecido, gravadas e transcritas. Os sujeitos da pesquisa foram estudantes dos cursos de graduação da UFRGS, selecionados intencionalmente, e o método de amostragem foi por saturação (n=8). As falas dos estudantes foram analisadas seguindo o método da análise de conteúdo de Bardin, por meio do software ATLAS.ti. Os estudantes entenderam o preconceito como um conceito pessoal, antecipado, um pré-julgamento estabelecido em relação a outros, sem a presença de ação ou atitude O preconceito seria o pensamento, a ideia, enquanto a discriminação foi compreendida como sendo o ato, a atitude, a manifestação concreta de um preconceito. Apesar dos estudantes reconhecerem a importância social de ‘não discriminar’ ou ‘não ter preconceito’, eles também manifestaram a presença do preconceito e de atitudes discriminatórias em sua trajetória de vida (experiência passadas ou presentes). As experiências discriminatórias foram relatadas em diferentes espaços e mais de um motivo foi percebido para a existência da discriminação. Todos os estudantes conseguiram identificar o motivo pelo qual a discriminação aconteceu nas diversas situações da vida cotidiana. As reações dos estudantes, a partir das experiências de discriminação (vivenciadas ou presenciadas), foram marcadas por sentimentos negativos, além de manifestações na condição de saúde, especialmente na condição de saúde mental dos indivíduos. A interpretação de um evento como discriminatório é complexo e os resultados dessa pesquisa reforçam a importância de se compreender como acontecem as experiências de discriminação, analisando as reações frente a tais situações. Estudos com esta proposta podem informar sobre as formas de discriminação predominantes no país, bem como fornecer subsídios aos trabalhos do campo da saúde, que procuram vincular a discriminação com processos ligados à saúde-doença.The experiences of discrimination and the social inequalities associated with them, as well the impact of these experiences on the physical and psychological well-being of specific population groups has been the focus of attention by the scientific community. Characteristics such as race/ethnicity, sex, age, physical appearance, social class and other characteristics socially ascribed or acquired can be associated and experienced simultaneously by victims, and can vary depending of social and historical context in question. In Brazil, still there are few studies evaluating the representation of discriminatory experiences by different strata of the population and subject, under a broad perspective and not restricted to any particular type of discrimination. In this context, the aim of this study was to understand the experiences of discrimination in undergraduate students at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), analyzing the reactions in front of such experiences. The study had a qualitative approach, performed through interviews with a guide predetermined, recorded and transcribed. The research subjects were undergraduate students of UFRGS, intentionally selected, and the sampling method was by saturation (n=8).The speeches of the students were analyzed following the method of content analysis of Bardin, through the ATLAS.ti software. Students understand the prejudice as a personal concept, anticipated, a pre-judgment established in relation to others, without the presence of action or attitude. The prejudice is the thinking, the idea, while discrimination was understood as the act, the attitude, the concrete manifestation of prejudice Despite the students recognizing the social importance of 'does not discriminate' or 'does not have prejudice', students also demonstrated the presence of prejudice and discriminatory attitudes in their life trajectory (past or present experience).The experiences of discrimination were reported in different spaces and more than one reason was perceived for the existence of discrimination. All the students were able to identify the reason why the discrimination happened in different situations of everyday life. The reactions of students, from the experiences of discrimination (experienced or witnessed), were marked by negative feelings, well as manifestations on health status, especially in the mental health condition of the individuals. The interpretation of an event as discriminatory is complex and the results of this research reinforce the importance of understanding how the experiences of discrimination happen, analyzing the reactions front of such situations. Studies with this proposal can report forms of discrimination prevalent in the country, well as to provide subsidies to the works in the health field, which seek to link the discrimination with processes linked to health and disease.application/pdfporUniversidade Federal do Rio Grande do SulDiscriminaçãoEstudantes universitáriosDiscriminationPrejudiceRace RelationsEthnic GroupsInterviewExperiências de discriminação em estudantes de graduação na Universidade Federal do Rio Grande do SulExperiences of discrimination in undergraduate students at Federal University of Rio Grande do Sul info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2013Odontologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000940415.pdf000940415.pdfTexto completoapplication/pdf930024http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/153020/1/000940415.pdf4627aa06c1284b350baef99620d6ce3bMD51TEXT000940415.pdf.txt000940415.pdf.txtExtracted Texttext/plain138849http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/153020/2/000940415.pdf.txt411a1ce60bc4fa496425ae1e112576a1MD5210183/1530202019-01-17 04:23:03.951107oai:www.lume.ufrgs.br:10183/153020Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-01-17T06:23:03Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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