O preconceito racial no contexto escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roos, Roseli Rezende
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/71890
Resumo: O presente trabalho tem como tema central o preconceito racial no contexto escolar. Investiga as relações preconceituosas e excludentes que permeiam o cotidiano escolar e a forma com essas ações influenciam na formação identitária do aluno negro e na construção de sua aprendizagem. Os principais objetivos desse trabalho foram materializar a discriminação e o preconceito presentes no contexto escolar e a influência que exercem, na autoestima dos alunos negros, bem como a indiferença e omissão existentes nas atitudes dos educadores em relação à ausência de práticas pedagógicas e metodologias que possibilitem a real discussão em torno da diversidade étnica, na busca do distanciamento de atitudes excludentes e discriminatórias. Para elucidar e apoiar estas questões buscou-se apoio no referencial teórico de Paré, Gomes, Romão, Meyer e Lei nº 10.639/2003. Nesse sentido, foram ouvidos através de atividades desenvolvidas em sala de aula durante o estágio curricular, os 24 alunos que compõem a turma 41, bem como a realização de observações no cotidiano da escola em sua amplitude, onde se percebe que os alunos afros descendentes são permanentemente alvos de piadas e chacotas o que gera muitas vezes violência dentro da escola, fazendo com que o esse espaço que deveria oferecer e construir uma formação alicerçada no respeito às diferenças de qualquer natureza, na busca de uma convivência harmoniosa, seja palco de humilhações e racismo. Os alunos negros demonstraram através das atividades propostas vergonha de ser negro, sentimento de baixa autoestima, ressentimento, tristeza e desvalia. Presenciou-se que o aluno negro carrega em si o estigma de ser um mau aluno, desordeiro, desrespeitoso e indisciplinado e de ter sempre notas baixas e dificuldades de aprendizagem, sentimentos resultantes da invisibilidade e indiferença produzidas pela escola que minimiza suas responsabilidades e omite-se como instituição formadora de valores necessários a formação dos indivíduos. Porém, ao contrário, quando as desigualdades e o preconceito são enfrentados, quando propomos nas práticas pedagógicas, sistematicamente, situações que possibilitem a quebra de paradigmas e estereótipos, a alma do aluno negro se fortalece, pois o preconceito é discutido abertamente, desmascarando a hipocrisia, possibilitando a construção da democracia e do respeito às diferenças. Ao final do estudo foi constatado que a escola não só contribui como incentiva a manutenção e permanência do preconceito racial, quando não oferece práticas pedagógicas inclusivas que fortaleçam a identidade negra dos alunos. Logo é necessária a elaboração e adequação do Currículo onde a abordagem da questão étnico-racial, através de práticas educativas inclusivas, possibilite a construção identitária do aluno negro, na busca da formação de novas concepções e da reversibilidade do preconceito e da discriminação. Não basta a existência da lei, pois para que seja modificada a visão dos educadores em relação à cultura eurocêntrica dominante, fez-se necessário o reconhecimento e valorização da contribuição étnico-cultural dos alunos negros e de sua ancestralidade. Acredita-se que através de ações afirmativas e do engajamento real de todos os envolvidos no processo educativo será possível à construção da valorização e do respeito sobre a historicidade do negro.
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