Avaliação do efeito do ácido docosahexaenóico na carcinogênese bucal in vivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Eduardo Liberato da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/175086
Resumo: O câncer bucal se caracteriza por um crescimento desordenado e descontrolado de células, invadindo os tecidos adjacentes e formando massas tumorais malignas. É uma doença multifatorial, mas os principais fatores de risco são hábitos como fumo e consumo de álcool. A carcinogênese se inicia após a célula acumular alterações que a façam perder a capacidade de indução da apoptose associada a uma proliferação intensa e descontrolada. O reticulo endoplasmático e a via “unfolded protein response” (UPR) desempenham papel importante nesse mecanismo. A super-expressão da proteína GRP78 (reguladora da ativação da UPR) já foi detectada em vários tipos de câncer, associada a um fenótipo mais agressivo e um pior prognóstico. O ácido Docosahexaenóico (DHA), componente derivado do Omega 3, surgiu como opção potencialmente preventiva devido à sua atividade pró-apoptotica, em parte por regular a expressão de GRP78 durante a carcinogênese. O objetivo deste artigo foi avaliar o efeito preventivo do DHA na carcinogênese bucal por meio de modelo animal com 86 ratos Wistar. Os animais foram divididos em 3 grupos: controle (Grupo 1), indução de carcinogênese (Grupo 2), indução de carcinogênese associada ao tratamento com óleo de peixe enriquecido com DHA (Grupo 3). A carcinogênese foi induzida com a aplicação tópica em borda direita de língua de 4NQO associado à ingestão de solução alcoólica 15%. Um grupo de animais recebeu óleo de peixe enriquecido com DHA por meio de gavagem. O desenvolvimento das lesões em língua foi avaliado durante 8(n=28), 15(n=28) e 24(n=30) semanas, quanto ao tipo, número, área e diagnóstico histopatológico. O peso dos animais, assim como o consumo de ração e líquidos foi monitorado ao longo do tempo. Observamos um consumo médio significativamente menor de ração e líquidos nos grupos onde a carcinogênese foi induzida. Lesões clínicas foram detectadas a partir de 15 semanas: duas leucoplasias, uma no grupo 2 e uma no grupo 3. Enquanto que em 24 semanas, todos os animais dos grupos 2 e 3 desenvolveram leucoplasias e/ou leucoeritroplasias. Não houve diferença quanto ao número e a área das lesões entre o grupo 2 e o grupo 3 nos tempos de 15 e 24 semanas. Em relação às alterações histopatológicas, no tempo 8 semanas foram diagnosticadas alterações epiteliais de hiperplasia epitelial e/ou hiperceratose em 5 e 7 animais dos grupos 2 e 3 respectivamente. Em 15 semanas, 81,82% e 98,91% dos animais apresentavam alterações epiteliais dos grupos 2 e 3 respectivamente. No tempo de 24 semanas, já foi possível identificar displasias epiteliais em mais de 90% dos animais onde a carcinogênese foi induzida. A administração de óleo de peixe enriquecido em DHA não alterou a carcinogênese em língua de ratos.
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O peso dos animais, assim como o consumo de ração e líquidos foi monitorado ao longo do tempo. Observamos um consumo médio significativamente menor de ração e líquidos nos grupos onde a carcinogênese foi induzida. Lesões clínicas foram detectadas a partir de 15 semanas: duas leucoplasias, uma no grupo 2 e uma no grupo 3. Enquanto que em 24 semanas, todos os animais dos grupos 2 e 3 desenvolveram leucoplasias e/ou leucoeritroplasias. Não houve diferença quanto ao número e a área das lesões entre o grupo 2 e o grupo 3 nos tempos de 15 e 24 semanas. Em relação às alterações histopatológicas, no tempo 8 semanas foram diagnosticadas alterações epiteliais de hiperplasia epitelial e/ou hiperceratose em 5 e 7 animais dos grupos 2 e 3 respectivamente. Em 15 semanas, 81,82% e 98,91% dos animais apresentavam alterações epiteliais dos grupos 2 e 3 respectivamente. No tempo de 24 semanas, já foi possível identificar displasias epiteliais em mais de 90% dos animais onde a carcinogênese foi induzida. A administração de óleo de peixe enriquecido em DHA não alterou a carcinogênese em língua de ratos.Oral cancer is characterized by a disordered and uncontrolled growth of cells, invading adjacent tissues and forming malignant tumor masses. It is a multifactorial disease, but the main risk factors are habits such as smoking and alcohol consumption. Carcinogenesis starts when cells accumulate alterations that results in loss of apoptosis induction capacity associated with intense and uncontrolled proliferation. The endoplasmic reticulum and the unfolded protein response (UPR) play an important role in this mechanism. The overexpression of the GRP78 protein (regulator of UPR activation) has already been detected in several types of cancer, associated with a more aggressive phenotype and worst prognosis. Docosahexaenoic acid (DHA), a component of Omega 3, has emerged as a potentially preventive option due to its pro-apoptotic activity, in part by regulating GRP78 expression during the carcinogenesis. The objective of this article is to evaluate the UPR pathway in oral carcinogenesis and the therapeutic effect of DHA on oral cancer, by means of an animal model with 86 Wistar rats. The animals were divided in three groups: control (Group 1), carcinogenesis induction (Group 2), carcinogenesis induction associated with treatment of fish oil enriched with DHA (Group 3). Carcinogenesis was induced by 4NQO topical application on the right border of the tongue associated with 15% alcohol solution ingest. A group of animals received fish oil enriched with DHA through gavage. Lesions type, number, area and histopathological diagnostic, development in tongue was evaluated during 8(n=28), 15(n=28) and 24(n=30) weeks. The weight of the animals, as well as the feed and liquid consumption was monitored over time. We observed a significantly lower average consumption of feed and liquids in the groups where carcinogenesis was induced. Clinical lesions were detected from 15 weeks: two leukoplasias, one in group 2 and one in group 3. At 24 weeks, all animals in groups 2 and 3 developed leukoplasias and/or leukoeritroplasias. There was no difference in number and area of lesions among groups 2 and 3 at 15 and 24 weeks. Regarding histopathological alterations, at the time 8 weeks, epithelial hyperplasia and/or hiperkeratosis were diagnosed in 5 and 7 animals from group 2 and 3 respectively. At 15 weeks, 81.82% and 98.91% of the animals presented epithelial alterations in groups 2 and 3 respectively. At the time of 24 weeks, it has been possible to identify epithelial dysplasia in more than 90% of the animals where carcinogenesis was induced. Fish oil enriched with DHA treatment does not change tongue carcionogenesis.application/pdfporNeoplasias bucaisPatologia bucalOral cancerAnimal modelDocosahexaenoic acidGRP78Unfolded Protein ResponseOral carcinogenesisAvaliação do efeito do ácido docosahexaenóico na carcinogênese bucal in vivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2018Odontologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001063992.pdf.txt001063992.pdf.txtExtracted Texttext/plain78920http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175086/2/001063992.pdf.txt6d3f08d1e609137a395cf5481009f5f9MD52ORIGINAL001063992.pdf001063992.pdfTexto completoapplication/pdf1252265http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175086/1/001063992.pdf194b6f9c5e8e26c1d9943421de62a2ceMD5110183/1750862022-03-26 05:05:23.373995oai:www.lume.ufrgs.br:10183/175086Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-03-26T08:05:23Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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