Caracterização cromossômica de espécies de Cipura Aubl. (Iridaceae) do Cerrado (Goiás, Brasil)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Kelli Cristina Oliveira das Neves
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/198223
Resumo: Cipura Aubl., gênero pertencente à família Iridaceae (tribo Tigridieae) é constituída por cerca de oito espécies cujas plantas são herbáceas com presença de bulbos. Ocorre no Novo Mundo desde o sul do Brasil e Paraguai até o México. Espécies de Cipura ocorrem na região de Cerrado do Estado de Góias e no Nordeste do Brasil. Embora estudos de espécies do Cerrado sejam especialmente relevantes devido à vulnerabilidade desse bioma, inexistem dados citogenéticos para as espécies de Cipura ali presentes. Populações de Cipura xanthomelas coletadas no Cerrado exibem uma acentuada variação fenotípica. Em Iridaceae, grande parte da variabilidade morfológica intraespecífica e intragenérica se deve à diversidade cariotípica resultante de eventos de poliploidia e disploidia. Assim, é possível que a caracterização cariotípica de C. xanthomelas contribua para uma melhor resolução taxonômica. Contudo, estudos citogenéticos em Cipura são limitados a quatro espécies. O presente estudo tem por objetivo caracterizar citogeneticamente espécies de Cipura ocorrentes no Cerrado (estado de Goiás). Bulbos de Cipura formosa e de C. xanthomelas foram coletados a partir de três populações do Cerrado e mantidos em cultivo. Para a contagem cromossômica e análise da arquitetura cariotípica foram analisados cromossomos metafásicos a partir de meristemas radiculares. No preparo das lâminas foi empregada a técnica de gotejamento e coloração com Giemsa. As análises foram realizadas em fotomicroscópio óptico Zeiss Axioplan. As medições cromossômicas foram feitas pelo programa Karyotype Analysis 2.0, sendo determinados a fórmula cariotípica (FC), o número de cromossomos com satélite, a razão entre os cromossomos maior e menor (L/S), índice de assimetria intercromossômica (A2), categoria de assimetria de Stebbins (Steb) e comprimento cromossômico total (CCT). Estimou-se também a quantidade de DNA por citometria de fluxo. Os resultados obtidos para Cipura formosa são inéditos e evidenciam ser esta uma espécie diploide com 2n = 14. Cipura xanthomelas apresenta 2n =28, sendo tetraploide e corroborando dados anteriores para populações do Nordeste. Assim, as duas espécies apresentam o número básico descrito para o gênero x = 7, sendo esse altamente conservado na tribo Tigridieae. As duas espécies têm cariótipos assimétricos e bimodais, característicos do clado A de Tigridieae. Cipura formosa apresenta dois pares de cromossomos maiores e cinco pares consideravelmente menores, sendo um par satelitado. Cipura xanthomelas possui quatro pares grandes e os demais pequenos, com quatro satélites. O heteromorfismo cromossômico também foi evidenciado nas duas espécies, caráter esse recorrente em espécies dessa tribo. Estimativas de tamanho de genoma mostram que C. xanthomelas possui maior quantidade de DNA (2C) do que C. formosa, fato esse esperado considerando seus níveis de ploidia tetraploide e diploide, respectivamente. Porém, o valor monoploide Cx maior em C. formosa sugere “Genome Downsizing”. A dificuldade de se obter cromossomos com espalhamento adequado e com boa condensação da cromatina impossibilitou realização das medidas cariotípicas nos diferentes morfotipos coletados (“antera amarela” X “antera preta”) de C. xanthomelas. Contudo, os números cromossômicos de ambos morfotipos são o mesmo.
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