Estudo morfométrico e estereológico digital da mucosa do intestino delgado de crianças eutróficas e desnutridas com diarréia persistente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Ana Luiza Guedes
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Silveira, Themis Reverbel da, Silva, Vinícius Duval da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/54696
Resumo: Objetivos: testar a hipótese de que a mucosa do intestino delgado proximal de crianças com diarréia persistente apresenta alterações morfométricas e estereológicas proporcionais ao estado nutricional, utilizando captura de imagens através de microscópio acoplado ao computador. Métodos: estudo transversal incluindo 65 pacientes pediátricos, com idade entre quatro meses e cinco anos, com diarréia de mais de 14 dias de duração, avaliados pelos escores z, divididos em eutróficos = z > 2 DP e desnutridos = z < -2DP; eutróficos = z > 2 DP, risco nutricional = z < -1DP e desnutridos = z < -2DP; e de maneira contínua em ordem decrescente, utilizando-se as tabelas do NCHS. Após a captura das imagens através do programa Scion Image, foram medidas a altura dos vilos, a profundidade das criptas, a espessura da mucosa, a espessura total da mucosa e a relação vilo/cripta (100 aumentos) e a altura do enterócito, altura do núcleo e do bordo em escova (500 aumentos). A análise estereológica foi feita através de arcos ciclóides. Resultados: para os escores z P/I, P/E e E/I, divididos em duas categorias de estado nutricional, não houve diferença estatisticamente significante quanto às medidas da altura dos vilos, profundidade das criptas, espessura da mucosa, espessura total da mucosa e relação vilo/cripta. A altura do enterócito foi a característica que apresentou maior diferença entre os grupos eutróficos e desnutridos, para os índices P/I e P/E, em 500 aumentos, sem atingir significância estatística. No entanto, para três categorias de estado nutricional, a análise morfométrica digitalizada mostrou diferença estatisticamente significante para a relação vilo/cripta entre eutróficos e desnutridos leves e entre eutróficos e desnutridos moderados e graves (p=0,048). A relação vilo/cripta foi maior nos eutróficos. Através do coeficiente de correlação linear de Spearman, a altura do enterócito, a altura do núcleo do enterócito e a do bordo em escova mostraram clara associação com os índices P/I (r=0,25;p=0,038) e P/E (r=0,029; p=0,019). A altura do núcleo do enterócito e a do bordo em escova mostraram, ainda, associação com o índice P/E. Conclusões: as correlações encontradas entre o estado nutricional e a morfometria das variáveis da mucosa do intestino delgado relacionaram- se ao peso dos pacientes. Embora estas associações tenham sido de magnitude fraca a moderada, há uma tendência à diminuição do tamanho do enterócito, do seu núcleo e do bordo em escova, à medida que aumenta o grau de desnutrição.
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Após a captura das imagens através do programa Scion Image, foram medidas a altura dos vilos, a profundidade das criptas, a espessura da mucosa, a espessura total da mucosa e a relação vilo/cripta (100 aumentos) e a altura do enterócito, altura do núcleo e do bordo em escova (500 aumentos). A análise estereológica foi feita através de arcos ciclóides. Resultados: para os escores z P/I, P/E e E/I, divididos em duas categorias de estado nutricional, não houve diferença estatisticamente significante quanto às medidas da altura dos vilos, profundidade das criptas, espessura da mucosa, espessura total da mucosa e relação vilo/cripta. A altura do enterócito foi a característica que apresentou maior diferença entre os grupos eutróficos e desnutridos, para os índices P/I e P/E, em 500 aumentos, sem atingir significância estatística. No entanto, para três categorias de estado nutricional, a análise morfométrica digitalizada mostrou diferença estatisticamente significante para a relação vilo/cripta entre eutróficos e desnutridos leves e entre eutróficos e desnutridos moderados e graves (p=0,048). A relação vilo/cripta foi maior nos eutróficos. Através do coeficiente de correlação linear de Spearman, a altura do enterócito, a altura do núcleo do enterócito e a do bordo em escova mostraram clara associação com os índices P/I (r=0,25;p=0,038) e P/E (r=0,029; p=0,019). A altura do núcleo do enterócito e a do bordo em escova mostraram, ainda, associação com o índice P/E. Conclusões: as correlações encontradas entre o estado nutricional e a morfometria das variáveis da mucosa do intestino delgado relacionaram- se ao peso dos pacientes. Embora estas associações tenham sido de magnitude fraca a moderada, há uma tendência à diminuição do tamanho do enterócito, do seu núcleo e do bordo em escova, à medida que aumenta o grau de desnutrição.Objectives: to test the hypothesis that the proximal small intestines of children with persistent diarrhea present morphometric and stereologic changes proportional to their nutritional status, using microscope images stored in a computer. Methods: cross-sectional study with 65 pediatric patients, whose ages ranged from 4 months to 5 years, with persistent diarrhea for over 14 days. The nutritional assessment was performed according to the z-scores for weight/age (W/A), weight/height (W/H) and height/age (H/A) ratios, divided into: well-nourished = z >2SD and malnourished = z <2SD; wellnourished = z >2SD, nutritional risk = z <-1SD and malnourished = z <- 2SD; and continuously, in descending order, using the NCHS charts. After obtaining the computer images using the software Scion Image, villous height, crypt depth, mucosal thickness, total mucosal thickness, and villous/crypt ratio were measured in the fragments of the small intestinal mucosa, enlarged 100 times. When images were enlarged 500 times, enterocyte height, nuclear height and brush-border height were measured. Stereologic analysis was performed using cycloid arcs. Results: for W/A, W/H and H/A z-scores, divided into two nutritional status categories, no statistically significant difference was observed in regard to villous height, crypt depth, mucosal thickness, total mucosal thickness and villous/crypt ratio. Enterocyte height presented the most significant difference between well-nourished and malnourished groups, for W/A and W/H ratios, with a 500x enlargement, although this difference was not statistically significant. When z-scores were subdivided into three nutritional status categories, a digital morphometric analysis showed a statistically significant difference for villous/crypt ratio between the wellnourished and slightly malnourished group and the well-nourished and mild to severe malnourished group (p = 0.048). The villous/crypt ratio was higher among well-nourished children. Using the Spearman coefficient, the variables enterocyte height, height of enterocyte nucleus and brushborder height presented a clear association with the W/A ratio (r = 0.25; p = 0.038), W/H ratio (r = 0.029; p = 0.019). The height of the enterocyte and the brush-border height were associated with W/H ratio. Conclusions: the observed associations between nutritional status and the analyzed small intestinal mucosa variables showed a positive correlation with patients’ weight. Although these associations were of a slight to moderate magnitude, we observed a tendency of enterocyte size reduction, as well as a reduction in the size of its nucleus and brush-border, as the level of malnutrition increases.application/pdfporJornal de pediatria. Vol. 79, n. 4 (2003), p. 329-336Diarréia infantilTranstornos da nutrição infantilMucosa intestinalDiarrheaMalnutritionDigital morphometric analysisStereologic analysisEstudo morfométrico e estereológico digital da mucosa do intestino delgado de crianças eutróficas e desnutridas com diarréia persistenteinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000377685.pdf000377685.pdfTexto completoapplication/pdf171251http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54696/1/000377685.pdfbce35fa9f84e64b961798cfec1c3989fMD51TEXT000377685.pdf.txt000377685.pdf.txtExtracted Texttext/plain34827http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54696/2/000377685.pdf.txt1b6e5ea44f11ee5ca043be1107c4e936MD52THUMBNAIL000377685.pdf.jpg000377685.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1826http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54696/3/000377685.pdf.jpgc62aef0f1457bc90a187af34d3cb2469MD5310183/546962018-10-15 08:27:00.309oai:www.lume.ufrgs.br:10183/54696Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-15T11:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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