Olhares que se cruzam : os muitos outros no filme Santiago

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schuch, Laura Wulff
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Fischer, Rosa Maria Bueno
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/140389
Resumo: Este trabalho está inserido em uma pesquisa que investiga os modos através dos quais jovens estudantes de Pedagogia e Comunicação da Grande Porto Alegre experimentam e se relacionam com a imagem cinematográfi ca. Este estudo propõe um recorte específi co em seus dados e base teórica: indagar de que forma a narrativa cinematográfi ca nos coloca na presença do outro. Temos como ponto de partida o documentário Santiago, de João Moreira Salles, e os dados empíricos da pesquisa, compostos por entrevistas individuais com estudantes sobre sua relação com a imagem, e produções textuais de alunos sobre a experiência com fi lmes específi cos trabalhados em sala de aula. Nesse percurso, entenderemos, junto com Didi-Huberman, que a imagem supõe uma cisão do ato de ver, que faz com que aquilo que olhamos nos olhe também. No fi lme escolhido, esses olhares se multiplicam: há um cruzamento de olhares dentro de Santiago, entre cineasta e entrevistado, patrão e mordomo, cineasta e material bruto; e esses olhares encontram e refl etem, ainda, o olhar do espectador. Esses vários outros podem abrir questionamentos em relação à imagem e ao pensamento nela presente. Afi nal, a imagem cinematográfi ca, segundo Badiou, é uma espécie de matéria-prima através da qual o cinema “pensa”; ela traz à tona, também, a experiência radical do outro. Segundo Carlos Skliar, essa irrupção do outro nos devolve nosso próprio “ser outro”. No entrelaçamento desses conceitos e dos dados empíricos a respeito da experiência dos jovens com a imagem, que narram transformações de si resultantes desse contato, buscamos pensar também o cinema como formação ético-estética, partindo das refl exões de Michel Foucault acerca do cuidado consigo como prática ética de liberdade.
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