Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/163629 |
Resumo: | Este artigo objetiva problematizar o conceito de saúde, entendendo-o como múltiplo, plural. Para isso, adota o pensamento filosófico de Friedrich Nietzsche como ferramenta analítica, permitindo-nos chegar a uma tipologia que envolve pequenas e grandes saúdes. Enquanto a primeira é normativa e sustentada por um ideal de cura, a segunda passa a ser compreendida enquanto força expansiva, como um estado a que continuamente se conquista. Se, por um lado, uma saúde apequenada obedece a um script prévio de moralização da vida, uma grande saúde diz respeito à expansão daquilo que vive, que afirma seu caráter criador e não instituído pelo rebanho. A concepção de uma grande saúde vai ao encontro da superação dos modelos imperativos que se fixam nas práticas fundadas na biomedicina, aproximando-se das ações coletivas em saúde. No entanto, se por um lado esse movimento amplia o caráter coparticipativo entre equipe e usuários do sistema de saúde, ele carece, de outro, de maior radicalidade no que tange aos rompimentos com o caráter moral dos processos de saúde-doença. Ao não permitir a recusa de altos e baixos próprios à vida, uma grande saúde compreende como necessária a incorporação da dor e do sofrimento implicados em movimentos de individuação. |
id |
UFRGS-2_30c2ecfab7ac0cc91192961029f9c24e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163629 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Biato, Emília Carvalho LeitãoCosta, Luciano Bedin daMonteiro, Silas Borges2017-07-04T02:32:03Z20171413-8123http://hdl.handle.net/10183/163629001020189Este artigo objetiva problematizar o conceito de saúde, entendendo-o como múltiplo, plural. Para isso, adota o pensamento filosófico de Friedrich Nietzsche como ferramenta analítica, permitindo-nos chegar a uma tipologia que envolve pequenas e grandes saúdes. Enquanto a primeira é normativa e sustentada por um ideal de cura, a segunda passa a ser compreendida enquanto força expansiva, como um estado a que continuamente se conquista. Se, por um lado, uma saúde apequenada obedece a um script prévio de moralização da vida, uma grande saúde diz respeito à expansão daquilo que vive, que afirma seu caráter criador e não instituído pelo rebanho. A concepção de uma grande saúde vai ao encontro da superação dos modelos imperativos que se fixam nas práticas fundadas na biomedicina, aproximando-se das ações coletivas em saúde. No entanto, se por um lado esse movimento amplia o caráter coparticipativo entre equipe e usuários do sistema de saúde, ele carece, de outro, de maior radicalidade no que tange aos rompimentos com o caráter moral dos processos de saúde-doença. Ao não permitir a recusa de altos e baixos próprios à vida, uma grande saúde compreende como necessária a incorporação da dor e do sofrimento implicados em movimentos de individuação.This paper aims to discuss the concept of health, understood as multiple and plural. We use Friedrich Nietzsche’s philosophical thought as an analytical tool, allowing us to reach a typology involving minor and major health. While the first is normative and sustained by an ideal of healing, the second is an expanding strength, a condition constantly achieved. If minor health follows a preset life moralization script, major health relates to the expanded living being, which affirms its creative nature and transcends established rules. The notion of major health embraces the overcoming of imperative models rooted in biomedicine-based practices and approaches to health collective actions. Nevertheless, on the one hand, if this movement extends the co-participatory nature between staff and users of the health system, on the other hand, it lacks more radical actions to break with the moral nature of health-disease processes. Not refusing life’s own vicissitudes, major health understands the need to incorporate pain and suffering involved in individuation movements.application/pdfporCiência & saúde coletiva. Rio de Janeiro. Vol. 22, n.3 (2017), p. 965-974MoralFilosofiaEstilo de vidaLifestylePhilosophyMoralePequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschianaMinor and major health : a Nietzschean readinginfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001020189.pdf001020189.pdfTexto completoapplication/pdf195909http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/1/001020189.pdfd91d90315c90990c17f0d8d2fa2853e6MD51TEXT001020189.pdf.txt001020189.pdf.txtExtracted Texttext/plain42804http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/2/001020189.pdf.txt73c0fd8e92287c6554aa557b60481f7fMD52THUMBNAIL001020189.pdf.jpg001020189.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1533http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/3/001020189.pdf.jpg5235a772800f1b074d3f292aa8bfdc7eMD5310183/1636292021-11-20 06:06:12.817925oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163629Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-11-20T08:06:12Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Minor and major health : a Nietzschean reading |
title |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
spellingShingle |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana Biato, Emília Carvalho Leitão Moral Filosofia Estilo de vida Lifestyle Philosophy Morale |
title_short |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
title_full |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
title_fullStr |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
title_full_unstemmed |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
title_sort |
Pequenas e grandes saúdes : uma leitura nietzschiana |
author |
Biato, Emília Carvalho Leitão |
author_facet |
Biato, Emília Carvalho Leitão Costa, Luciano Bedin da Monteiro, Silas Borges |
author_role |
author |
author2 |
Costa, Luciano Bedin da Monteiro, Silas Borges |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Biato, Emília Carvalho Leitão Costa, Luciano Bedin da Monteiro, Silas Borges |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Moral Filosofia Estilo de vida |
topic |
Moral Filosofia Estilo de vida Lifestyle Philosophy Morale |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Lifestyle Philosophy Morale |
description |
Este artigo objetiva problematizar o conceito de saúde, entendendo-o como múltiplo, plural. Para isso, adota o pensamento filosófico de Friedrich Nietzsche como ferramenta analítica, permitindo-nos chegar a uma tipologia que envolve pequenas e grandes saúdes. Enquanto a primeira é normativa e sustentada por um ideal de cura, a segunda passa a ser compreendida enquanto força expansiva, como um estado a que continuamente se conquista. Se, por um lado, uma saúde apequenada obedece a um script prévio de moralização da vida, uma grande saúde diz respeito à expansão daquilo que vive, que afirma seu caráter criador e não instituído pelo rebanho. A concepção de uma grande saúde vai ao encontro da superação dos modelos imperativos que se fixam nas práticas fundadas na biomedicina, aproximando-se das ações coletivas em saúde. No entanto, se por um lado esse movimento amplia o caráter coparticipativo entre equipe e usuários do sistema de saúde, ele carece, de outro, de maior radicalidade no que tange aos rompimentos com o caráter moral dos processos de saúde-doença. Ao não permitir a recusa de altos e baixos próprios à vida, uma grande saúde compreende como necessária a incorporação da dor e do sofrimento implicados em movimentos de individuação. |
publishDate |
2017 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2017-07-04T02:32:03Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/163629 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
1413-8123 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001020189 |
identifier_str_mv |
1413-8123 001020189 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/163629 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Ciência & saúde coletiva. Rio de Janeiro. Vol. 22, n.3 (2017), p. 965-974 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/1/001020189.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/2/001020189.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163629/3/001020189.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
d91d90315c90990c17f0d8d2fa2853e6 73c0fd8e92287c6554aa557b60481f7f 5235a772800f1b074d3f292aa8bfdc7e |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224920613519360 |