A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: D’Avila, Giovanni Costa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/221960
Resumo: Esta monografia tem como objetivo apresentar uma resposta sobre a compatibilidade entre a personalidade jurídica enquanto estrutura simbólica e a representação geral da Inteligência Artificial, para identificar de que modo os entes artificialmente inteligentes integrarão a sociedade. Formulou-se hipótese, então, da atribuição da personalidade jurídica ao ente dotado de Inteligência Artificial que desenvolve consciência, identificando-se a sua consequência jurídica através de sua submissão ao teste dialético. O método empregado para testagem da hipótese foi o hipotético-dedutivo, com a utilização da técnica da pesquisa bibliográfica. Na primeira parte, identificaram-se os fundamentos históricos, jurídicos e filosóficos na construção do instituto da personalidade jurídica. Concluiu-se que ao se definir pessoa como o sujeito a quem se podem imputar ações e como coisa aquilo para o qual nada pode ser imputado – residindo, então, a diferença entre pessoa e coisa na possibilidade de imputação de atos de escolha –, identificou-se que a personalidade é uma estrutura composta por níveis por meio dos quais a liberdade em seu sentido positivo é reificada em seu estado negativo e devido à qual é possível a imputação de ações, em sentido amplo, em conformidade com representações, para as quais é essencial a abstração do corpo na criação personalidade jurídica enquanto símbolo. Na segunda parte, identificaram-se o desenvolvimento histórico, a definição, as características e a normatividade da Inteligência Artificial. Concluiu-se que se trata de gênero que abarca diferentes espécies de técnicas, as quais são utilizadas para propósitos distintos. Assim, a depender da espécie, a comunidade moral terá de debater qual valor orientará a normatização jurídica das próximas gerações. Na terceira parte, foi realizado teste pragmático a fim de identificar as consequências jurídicas da atribuição da personalidade jurídica ao ente artificialmente inteligente dotado de consciência. Concluiu-se que o emprego do princípio da superveniência formulado por Robert Alexy é compatível com o ordenamento jurídico brasileiro. Por isso, podem-se desvencilhar os institutos jurídicos de humano e pessoa. Portanto, pode ser atribuída personalidade jurídica ao ente consciente dotado de Inteligência Artificial pela abstração do corpo.
id UFRGS-2_32dd34fa9a67d1671a70500a5e2375d7
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/221960
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling D’Avila, Giovanni CostaCachapuz, Maria Claudia Mercio2021-06-08T04:29:38Z2020http://hdl.handle.net/10183/221960001126340Esta monografia tem como objetivo apresentar uma resposta sobre a compatibilidade entre a personalidade jurídica enquanto estrutura simbólica e a representação geral da Inteligência Artificial, para identificar de que modo os entes artificialmente inteligentes integrarão a sociedade. Formulou-se hipótese, então, da atribuição da personalidade jurídica ao ente dotado de Inteligência Artificial que desenvolve consciência, identificando-se a sua consequência jurídica através de sua submissão ao teste dialético. O método empregado para testagem da hipótese foi o hipotético-dedutivo, com a utilização da técnica da pesquisa bibliográfica. Na primeira parte, identificaram-se os fundamentos históricos, jurídicos e filosóficos na construção do instituto da personalidade jurídica. Concluiu-se que ao se definir pessoa como o sujeito a quem se podem imputar ações e como coisa aquilo para o qual nada pode ser imputado – residindo, então, a diferença entre pessoa e coisa na possibilidade de imputação de atos de escolha –, identificou-se que a personalidade é uma estrutura composta por níveis por meio dos quais a liberdade em seu sentido positivo é reificada em seu estado negativo e devido à qual é possível a imputação de ações, em sentido amplo, em conformidade com representações, para as quais é essencial a abstração do corpo na criação personalidade jurídica enquanto símbolo. Na segunda parte, identificaram-se o desenvolvimento histórico, a definição, as características e a normatividade da Inteligência Artificial. Concluiu-se que se trata de gênero que abarca diferentes espécies de técnicas, as quais são utilizadas para propósitos distintos. Assim, a depender da espécie, a comunidade moral terá de debater qual valor orientará a normatização jurídica das próximas gerações. Na terceira parte, foi realizado teste pragmático a fim de identificar as consequências jurídicas da atribuição da personalidade jurídica ao ente artificialmente inteligente dotado de consciência. Concluiu-se que o emprego do princípio da superveniência formulado por Robert Alexy é compatível com o ordenamento jurídico brasileiro. Por isso, podem-se desvencilhar os institutos jurídicos de humano e pessoa. Portanto, pode ser atribuída personalidade jurídica ao ente consciente dotado de Inteligência Artificial pela abstração do corpo.The purpose of this undergraduate thesis is to provide an answer on the compatibility between legal personality as a symbolic structure and general representation of Artificial Intelligence, to identify how artificially intelligent beings will integrate society. Thus, the hypothesis that was established was the attribution of the legal personality to the entity endowed with Artificial Intelligence that develops awareness, which was subjected to the dialectic test to assess its legal consequence. The method used to test the hypothesis was hypothetical-deductive, using the technique of bibliographic research. In the first part, the historical, legal and philosophical foundations in the construction of the institute of legal personality were identified. It was concluded that when defining person as the subject to whom actions can be imputed and as thing for which nothing can be imputed, the difference between person and thing is identified in the possibility of imputing acts of choice. Thus, personality is a structure composed of levels through which freedom in its positive state is reified in its negative state and due to which it is possible to impute actions, in a broad sense, in accordance with representations, for which the abstraction of the body is essential in creating legal personality as a symbol. In the second part, the historical development, definition, characteristics and normativity of Artificial Intelligence were identified. It was concluded that Artificial Intelligence is a genre that embraces different kinds of techniques, which are used for different purposes. Thus, depending on its species, the moral community will have to debate which value will guide the legal standardization for the next generations. In the third part, a pragmatic test was carried out in order to identify the legal consequences of the attribution of legal personality to the artificially intelligent being endowed with conscience. It was concluded that the use of the principle of supervenience formulated by Robert Alexy is compatible with the Brazilian legal system. For this reason, the legal institutes of human and person can be disengaged. Therefore, legal personality can be attributed to the conscious being endowed with Artificial Intelligence by the abstraction of the body.application/pdfporDireitos fundamentaisInteligência artificialTecnologiaHumanismArtificial intelligenceFundamental rightsA abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2020Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001126340.pdf.txt001126340.pdf.txtExtracted Texttext/plain397596http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221960/2/001126340.pdf.txt9638287b622aeb767bcaa1f4318454dfMD52ORIGINAL001126340.pdfTexto completoapplication/pdf1435960http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221960/1/001126340.pdfa2366ec05e3d3d8e8e3705158ad83ca7MD5110183/2219602021-06-13 04:37:22.059122oai:www.lume.ufrgs.br:10183/221960Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-06-13T07:37:22Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
title A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
spellingShingle A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
D’Avila, Giovanni Costa
Direitos fundamentais
Inteligência artificial
Tecnologia
Humanism
Artificial intelligence
Fundamental rights
title_short A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
title_full A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
title_fullStr A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
title_full_unstemmed A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
title_sort A abstração do corpo : a representação como meio de atribuição de personalidade jurídica à consciência artificial
author D’Avila, Giovanni Costa
author_facet D’Avila, Giovanni Costa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv D’Avila, Giovanni Costa
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Cachapuz, Maria Claudia Mercio
contributor_str_mv Cachapuz, Maria Claudia Mercio
dc.subject.por.fl_str_mv Direitos fundamentais
Inteligência artificial
Tecnologia
topic Direitos fundamentais
Inteligência artificial
Tecnologia
Humanism
Artificial intelligence
Fundamental rights
dc.subject.eng.fl_str_mv Humanism
Artificial intelligence
Fundamental rights
description Esta monografia tem como objetivo apresentar uma resposta sobre a compatibilidade entre a personalidade jurídica enquanto estrutura simbólica e a representação geral da Inteligência Artificial, para identificar de que modo os entes artificialmente inteligentes integrarão a sociedade. Formulou-se hipótese, então, da atribuição da personalidade jurídica ao ente dotado de Inteligência Artificial que desenvolve consciência, identificando-se a sua consequência jurídica através de sua submissão ao teste dialético. O método empregado para testagem da hipótese foi o hipotético-dedutivo, com a utilização da técnica da pesquisa bibliográfica. Na primeira parte, identificaram-se os fundamentos históricos, jurídicos e filosóficos na construção do instituto da personalidade jurídica. Concluiu-se que ao se definir pessoa como o sujeito a quem se podem imputar ações e como coisa aquilo para o qual nada pode ser imputado – residindo, então, a diferença entre pessoa e coisa na possibilidade de imputação de atos de escolha –, identificou-se que a personalidade é uma estrutura composta por níveis por meio dos quais a liberdade em seu sentido positivo é reificada em seu estado negativo e devido à qual é possível a imputação de ações, em sentido amplo, em conformidade com representações, para as quais é essencial a abstração do corpo na criação personalidade jurídica enquanto símbolo. Na segunda parte, identificaram-se o desenvolvimento histórico, a definição, as características e a normatividade da Inteligência Artificial. Concluiu-se que se trata de gênero que abarca diferentes espécies de técnicas, as quais são utilizadas para propósitos distintos. Assim, a depender da espécie, a comunidade moral terá de debater qual valor orientará a normatização jurídica das próximas gerações. Na terceira parte, foi realizado teste pragmático a fim de identificar as consequências jurídicas da atribuição da personalidade jurídica ao ente artificialmente inteligente dotado de consciência. Concluiu-se que o emprego do princípio da superveniência formulado por Robert Alexy é compatível com o ordenamento jurídico brasileiro. Por isso, podem-se desvencilhar os institutos jurídicos de humano e pessoa. Portanto, pode ser atribuída personalidade jurídica ao ente consciente dotado de Inteligência Artificial pela abstração do corpo.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-06-08T04:29:38Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/221960
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001126340
url http://hdl.handle.net/10183/221960
identifier_str_mv 001126340
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221960/2/001126340.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221960/1/001126340.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 9638287b622aeb767bcaa1f4318454df
a2366ec05e3d3d8e8e3705158ad83ca7
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447276251774976