Gestão gerencialista e estilos de vida de executivos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/115513 |
Resumo: | Aos estilos de vida da sociedade líquido-moderna (Bauman, 2001, 2007), associam- se indicadores de desempenhos vinculados ao curto prazo e à obsolescência condizentes com a gestão gerencialista (Gaulejac, 2007). Tal modo de gestão, constituído em essência por características ideológicas, aproveita-se dos discursos ligados à eficiência e eficácia para gerar uma falsa neutralidade da gestão nos ambientes de trabalho. O gerencialismo ganha vulto ainda ao expandir as mais diversas prescrições para além das empresas, contribuindo para que outras esferas da vida passem a ser produzidas segundo os moldes definidos pela gestão. Nesse contexto, merecem atenção os executivos, por se caracterizarem como ícones da (re)produção de estilos de vida (Tanure, Carvalho, & Andrade, 2007; Gaulejac, 2007; Boltanski & Chiapello, 2009). Diante disso, indagou-se: “Que possíveis influências da gestão gerencialista encontram-se na produção de estilos de vida de executivos?”. E constituiu-se o objetivo de compreender que elementos da gestão gerencialista promovem a (re)produção de seus estilos de vida. Para tanto, tomou-se como método a história de vida. Tecidas a partir da realização de entrevistas em profundidade e analisadas à luz da literatura pertinente, as histórias de vida de dois executivos permitiram apontar que os seguintes elementos contribuem para a (re)produção dos estilos de vida de executivos: a glamourização do mundo executivo; as constantes situações de pressões vivenciadas no dia a dia de trabalho; a despersonalização do trabalhador avaliado com base em índices e resultados; e a relação com a família intimamente alcançada pela lógica da gestão. Ao produzir um indivíduo que se vê seduzido pelo glamour, a gestão gerencialista apresenta sua faceta de máquina produtiva e de controle social, uma vez que os estilos que dela resultam são estilos de vida, não somente de uma parcela da vida. Tal recurso, de certo modo, instila características e sensações compensatórias que mascaram os sofrimentos ou mesmo os mecanismos de poder e dominação existentes em tais modos de gestão. |
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Tonon, LeonardoGrisci, Carmem Ligia Iochins2015-04-23T01:58:59Z20151518-6776http://hdl.handle.net/10183/115513000964101Aos estilos de vida da sociedade líquido-moderna (Bauman, 2001, 2007), associam- se indicadores de desempenhos vinculados ao curto prazo e à obsolescência condizentes com a gestão gerencialista (Gaulejac, 2007). Tal modo de gestão, constituído em essência por características ideológicas, aproveita-se dos discursos ligados à eficiência e eficácia para gerar uma falsa neutralidade da gestão nos ambientes de trabalho. O gerencialismo ganha vulto ainda ao expandir as mais diversas prescrições para além das empresas, contribuindo para que outras esferas da vida passem a ser produzidas segundo os moldes definidos pela gestão. Nesse contexto, merecem atenção os executivos, por se caracterizarem como ícones da (re)produção de estilos de vida (Tanure, Carvalho, & Andrade, 2007; Gaulejac, 2007; Boltanski & Chiapello, 2009). Diante disso, indagou-se: “Que possíveis influências da gestão gerencialista encontram-se na produção de estilos de vida de executivos?”. E constituiu-se o objetivo de compreender que elementos da gestão gerencialista promovem a (re)produção de seus estilos de vida. Para tanto, tomou-se como método a história de vida. Tecidas a partir da realização de entrevistas em profundidade e analisadas à luz da literatura pertinente, as histórias de vida de dois executivos permitiram apontar que os seguintes elementos contribuem para a (re)produção dos estilos de vida de executivos: a glamourização do mundo executivo; as constantes situações de pressões vivenciadas no dia a dia de trabalho; a despersonalização do trabalhador avaliado com base em índices e resultados; e a relação com a família intimamente alcançada pela lógica da gestão. Ao produzir um indivíduo que se vê seduzido pelo glamour, a gestão gerencialista apresenta sua faceta de máquina produtiva e de controle social, uma vez que os estilos que dela resultam são estilos de vida, não somente de uma parcela da vida. Tal recurso, de certo modo, instila características e sensações compensatórias que mascaram os sofrimentos ou mesmo os mecanismos de poder e dominação existentes em tais modos de gestão.The lifestyles of the liquid-modern society (Bauman, 2001, 2007) are associated with performance indicators linked to short-term and obsolescence, which are aligned with managerialism (Gaulejac, 2007). Such kind of management, composed essentially by ideological characteristics, takes advantage of the discourses linked to efficiency and effectiveness to create a false neutrality of management in the workplace. The managerialism also becomes important to expand the several different precepts that go beyond companies, contributing to make other ambits of life be produced in the patterns defined by management. In this context, it is important to devote attention to the executives, since they are characterized as icons of the (re)production of lifestyles (Tanure et al., 2007; Gaulejac, 2007; Boltanski & Chiapelo, 2009). Considering that, the following question emerged: what are the possible influences of the managerialism present in the production of executives’ lifestyles? Hence, the objective to understand which elements of the managerialism promote the (re)production of executives’ lifestyles was brought up. In order to do so, the life story approach was adopted. The life stories of two executives – whose elaboration was based on the conduct of in-depth interviews and whose analyses were done in the light of relevant literature – allow the observation of a set of elements that foster the (re)production of the executives’ lifestyles. These elements are the glamorization of the executive world; the constant pressure experienced at work daily; the depersonalization of the worker, who is evaluated based on indexes and results; and the relationship with the family, closely achieved by the logic of management. By producing an individual who finds him/herself seduced by the glamour, managerialism presents its facet of production machine and social control, since its resulting styles are lifestyles and not only a portion of life. This feature, to a certain extent, instills characteristics and compensatory feelings that mask the suffering or even the power and domination mechanisms that exist in such managerial stream.Los estilos de vida de una sociedad líquido-moderna (Bauman, 2001, 2007) están asociados a indicadores de desempeño vinculados a la obsolescencia y al corto plazo, alineados con el gerencialismo (Gaulejac, 2007). Esta gestión, que consta esencialmente de las características ideológicas, se aprovecha de los discursos vinculados a la eficiencia y eficacia para generar una falsa neutralidad de la gestión en el trabajo. El gerencialismo gana importancia cuando se apropia de las más diversas prescripciones no sólo en los negocios sino también en otros ámbitos de la vida que también vienen a ser producidos en la forma definida por la gestión. En este contexto, los ejecutivos se caracterizan como iconos de la (re)producción de estilos de vida (Tanure, Carvalho, & Andrade, 2007; Gaulejac, 2007; Boltanski & Chiapello, 2009). Por lo que nos preguntamos: “¿Cuales son las posibles influencias del gerencialismo encontradas en la producción de estilos de vida de los ejecutivos?”. Por lo tanto, el objetivo de este estudio fue comprender qué elementos del gerencialismo promueven la reproducción de estilos de vida de los ejecutivos. Se adoptó como método la historia de vida, de dos ejecutivos, los cuales estuvieron basados en entrevistas profundas. El análisis fue realizado a la luz de una literatura consistente, que permitió la observación de una clase de elementos que promueven la reproducción de los estilos de vida de los ejecutivos. Estos elementos son: el glamour del mundo ejecutivo, la presión cotidiana en el trabajo; la despersonalización del trabajador, quien es evaluado en base a resultados e índices; y la relación con la familia, estrechamente ligada a la lógica de la gestión. Al verse el individuo seducido por el glamour, el gerencialismo se transforma en una máquina de producción y de control social, debido a sus estilos de vida, no solamente a una parte de la vida. Este aspecto en cierta medida, infunde características y sentimientos compensatorios que enmascaran el dolor o incluso mecanismos de poder y dominación que existen en esa corriente gerencial.application/pdfporRam. São Paulo. Vol. 16, n. 1 (jan./fev. 2015), p. 15-39GestãoGerencialismoExecutivoEstilo de vidaManagerialismSubjectivityLifestylesExecutivesContemporaneitySubjetividadEjecutivosContemporaneidadGestão gerencialista e estilos de vida de executivosinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000964101.pdf000964101.pdfTexto completoapplication/pdf177351http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115513/1/000964101.pdfccf6739e6c1a06ab51676ee6cce096dcMD51TEXT000964101.pdf.txt000964101.pdf.txtExtracted Texttext/plain68659http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115513/2/000964101.pdf.txtcbf39084269e52f5d1afb3b6d360760eMD52THUMBNAIL000964101.pdf.jpg000964101.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1338http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115513/3/000964101.pdf.jpg1658f52f0b99215813392f01a4163463MD5310183/1155132018-10-19 10:55:33.433oai:www.lume.ufrgs.br:10183/115513Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-19T13:55:33Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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