Terapêutica do carcinoma de células escamosas cutâneo em felinos domésticos : revisão bibliográfica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/249998 |
Resumo: | O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) é uma neoplasia de pele de importância significativa na clínica médica de felinos domésticos. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado à exposição à Radiação Ultravioleta (UVR), e estudos recentes demonstram sua associação também à formação prévia de Carcinoma Bowenoide in situ e infecção pelo Felis catus papilomavírus. Diversos aspectos ambientais e corporais definem a quantidade de UVR absorvida pelo paciente. A hipopigmentação da pele e pelos, e ausência dos mesmos, determinam a maior prevalência do CCE em gatos brancos e em regiões de face como pavilhão auricular, plano nasal e pálpebras. A lesão inicial e pré-neoplásica é caracterizada por queratose actínica, com eritema, descamação, alopecia, edema, formação de crostas e espessamento da epiderme. Ao se tornar crônica e neoplásica, a lesão pode apresentar ulcerações, erosão e perda tecidual. O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos, histórico de exposição solar, exclusão de outros diferenciais e, principalmente, exames laboratoriais para a confirmação diagnóstica. O diagnóstico e tratamento precoces são de extrema importância para estabelecimento de melhor prognóstico. A seleção terapêutica depende das características e estadiamento da neoplasia, como também de fatores relacionados ao tutor, como a aceitação do procedimento, dos efeitos colaterais, mudanças estéticas, recursos financeiros, disponibilidade de equipamentos e fármacos no local em que o animal vive. A exérese cirúrgica possibilita remoção completa do tumor, porém, pode exigir técnicas reconstrutivas agressivas e aceitação da mudança estética pelo tutor. A criocirurgia é capaz de induzir remissão total em lesões pequenas e superficiais, sem gerar maiores complicações. A radioterapia e eletroquimioterapia também apresentaram resultados positivos, altas taxas de resposta e efeitos adversos brandos. A plesioterapia se mostrou eficaz em tratamentos com aplicação única, portanto é uma opção para aqueles que não desejam passar por múltiplas anestesias. A quimioterapia intratumoral obteve boas respostas quando associada a outras terapias adjuvantes. A terapia fotodinâmica é indicada somente para lesões superficiais, além de apresentar altas taxas de recorrência e baixo tempo de remissão. A aplicação de imiquimod é uma opção conservadora, pouco invasiva e indicada como tratamento adjunto a outras técnicas. Os métodos descritos na literatura demonstraram resultados positivos no controle do CCE. |
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Savi, CarolineGomes, Cristiano2022-10-19T04:48:01Z2021http://hdl.handle.net/10183/249998001151376O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) é uma neoplasia de pele de importância significativa na clínica médica de felinos domésticos. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado à exposição à Radiação Ultravioleta (UVR), e estudos recentes demonstram sua associação também à formação prévia de Carcinoma Bowenoide in situ e infecção pelo Felis catus papilomavírus. Diversos aspectos ambientais e corporais definem a quantidade de UVR absorvida pelo paciente. A hipopigmentação da pele e pelos, e ausência dos mesmos, determinam a maior prevalência do CCE em gatos brancos e em regiões de face como pavilhão auricular, plano nasal e pálpebras. A lesão inicial e pré-neoplásica é caracterizada por queratose actínica, com eritema, descamação, alopecia, edema, formação de crostas e espessamento da epiderme. Ao se tornar crônica e neoplásica, a lesão pode apresentar ulcerações, erosão e perda tecidual. O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos, histórico de exposição solar, exclusão de outros diferenciais e, principalmente, exames laboratoriais para a confirmação diagnóstica. O diagnóstico e tratamento precoces são de extrema importância para estabelecimento de melhor prognóstico. A seleção terapêutica depende das características e estadiamento da neoplasia, como também de fatores relacionados ao tutor, como a aceitação do procedimento, dos efeitos colaterais, mudanças estéticas, recursos financeiros, disponibilidade de equipamentos e fármacos no local em que o animal vive. A exérese cirúrgica possibilita remoção completa do tumor, porém, pode exigir técnicas reconstrutivas agressivas e aceitação da mudança estética pelo tutor. A criocirurgia é capaz de induzir remissão total em lesões pequenas e superficiais, sem gerar maiores complicações. A radioterapia e eletroquimioterapia também apresentaram resultados positivos, altas taxas de resposta e efeitos adversos brandos. A plesioterapia se mostrou eficaz em tratamentos com aplicação única, portanto é uma opção para aqueles que não desejam passar por múltiplas anestesias. A quimioterapia intratumoral obteve boas respostas quando associada a outras terapias adjuvantes. A terapia fotodinâmica é indicada somente para lesões superficiais, além de apresentar altas taxas de recorrência e baixo tempo de remissão. A aplicação de imiquimod é uma opção conservadora, pouco invasiva e indicada como tratamento adjunto a outras técnicas. Os métodos descritos na literatura demonstraram resultados positivos no controle do CCE.Squamous Cell Carcinoma (SCC) is a skin neoplasm of significant importance in the clinic of domestic cats. Its development is closely related to Ultraviolet Radiation (UVR) exposure, and recent studies have also shown its association with previous bowenoid in situ carcinoma formation and Felis catus papillomavirus infection. Several environmental and body aspects define the amount of UVR absorbed by the patient. The skin and hair’s hypopigmentation, and their absence, determine the higher prevalence of SCC in white cats and in facial regions such as the pinna, nasal planum and eyelids. The initial and pre-neoplastic lesion is characterized by actinic keratosis, with erythema, scaling, alopecia, edema, crusting and epidermis thickening. Once it becomes chronic and neoplastic, the lesion can present ulcerations, erosion and t issue loss. The diagnosis is made through clinical signs, history of sun exposure, exclusion of other differentials and, mainly, laboratory tests for diagnostic confirmation. Early diagnosis and treatment are extremely important to establish a better prognosis. Therapeutic selection depends on the characteristics and staging of the neoplasm, as well as factors related to the owner, such as acceptance of the procedure, side effects, aesthetic changes, financial resources, availability of equipment and drugs where the animal lives. Surgical excision allows complete tumor removal with clean margin, however, it may require aggressive reconstructive techniques and acceptance of the aesthetic change by the owner. Cryosurgery is able to induce total remission in small and superficial lesions, without generating major complications. Radiotherapy and electrochemotherapy also showed positive results, high response rates and mild adverse effects. Plesiotherapy proved to be effective in treatments with a single application, therefore it is an option for those who do not intend to undergo multiple anesthesias. Intratumoral chemotherapy had good responses when associated with other adjuvant therapies. Photodynamic therapy is indicated only for superficial lesions, in addition to having high recurrence rates and short remission time. The application of imiquimod is a conservative and minimally invasive option, indicated as an adjunct treatment to other techniques. The methods described in the literature achieved positive results in the control of SCC.application/pdfporCarcinoma de células escamosasDiagnósticoTratamentoFelinosSquamous cell carcinomaTherapeuticFeline oncologyFeline dermatologyTerapêutica do carcinoma de células escamosas cutâneo em felinos domésticos : revisão bibliográficainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2021/2Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001151376.pdf.txt001151376.pdf.txtExtracted Texttext/plain143029http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249998/2/001151376.pdf.txtf5402e709cfdc791bcdf1ffc1b319fadMD52ORIGINAL001151376.pdfTexto completoapplication/pdf928659http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249998/1/001151376.pdfd979fb8940d5e401bbf27059908be7b5MD5110183/2499982022-10-20 04:43:49.839319oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249998Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-10-20T07:43:49Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) é uma neoplasia de pele de importância significativa na clínica médica de felinos domésticos. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado à exposição à Radiação Ultravioleta (UVR), e estudos recentes demonstram sua associação também à formação prévia de Carcinoma Bowenoide in situ e infecção pelo Felis catus papilomavírus. Diversos aspectos ambientais e corporais definem a quantidade de UVR absorvida pelo paciente. A hipopigmentação da pele e pelos, e ausência dos mesmos, determinam a maior prevalência do CCE em gatos brancos e em regiões de face como pavilhão auricular, plano nasal e pálpebras. A lesão inicial e pré-neoplásica é caracterizada por queratose actínica, com eritema, descamação, alopecia, edema, formação de crostas e espessamento da epiderme. Ao se tornar crônica e neoplásica, a lesão pode apresentar ulcerações, erosão e perda tecidual. O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos, histórico de exposição solar, exclusão de outros diferenciais e, principalmente, exames laboratoriais para a confirmação diagnóstica. O diagnóstico e tratamento precoces são de extrema importância para estabelecimento de melhor prognóstico. A seleção terapêutica depende das características e estadiamento da neoplasia, como também de fatores relacionados ao tutor, como a aceitação do procedimento, dos efeitos colaterais, mudanças estéticas, recursos financeiros, disponibilidade de equipamentos e fármacos no local em que o animal vive. A exérese cirúrgica possibilita remoção completa do tumor, porém, pode exigir técnicas reconstrutivas agressivas e aceitação da mudança estética pelo tutor. A criocirurgia é capaz de induzir remissão total em lesões pequenas e superficiais, sem gerar maiores complicações. A radioterapia e eletroquimioterapia também apresentaram resultados positivos, altas taxas de resposta e efeitos adversos brandos. A plesioterapia se mostrou eficaz em tratamentos com aplicação única, portanto é uma opção para aqueles que não desejam passar por múltiplas anestesias. A quimioterapia intratumoral obteve boas respostas quando associada a outras terapias adjuvantes. A terapia fotodinâmica é indicada somente para lesões superficiais, além de apresentar altas taxas de recorrência e baixo tempo de remissão. A aplicação de imiquimod é uma opção conservadora, pouco invasiva e indicada como tratamento adjunto a outras técnicas. Os métodos descritos na literatura demonstraram resultados positivos no controle do CCE. |
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