Distribuíção espacial e temporal de Sphaenorhynchus cf. surdus (Anura: Hylidae) durante atividade de vocalização e variáveis climáticas associadas à essa atividade em banhados na Região dos Campos de Cima da Serra, Rio Grande do Sul, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/35311 |
Resumo: | O gênero Sphaenorhynchus Tchudi, 1838 contém catorze espécies descritas até o momento. No Rio Grande do Sul, há dúvidas quanto à identidade das populações da Planície Costeira e dos Campos de Cima da Serra. A nomenclatura utilizada no presente estudo, portanto, foi Sphaenorhynchus cf. surdus. Esta pesquisa foi conduzida em quatro banhados com diferentes características da região dos Campos de Cima da Serra, nos municípios de Bom Jesus e Vacaria. Apresentou como objetivo principal a caracterização da distribuição espacial e temporal de S. cf. surdus durante atividade de vocalização através de amostragens de turno e sítio de vocalização. As saídas de campo aconteceram mensalmente e geralmente com a duração de dois dias e duas noites entre junho de 2006 e março de 2008. Os resultados mostraram que S. cf. surdus apresenta reprodução prolongada, concentrada nos meses mais quentes do ano, primavera e verão. A análise estatística não demonstrou relação significativa entre a abundância de machos em atividade de vocalização e o período do dia. Entretanto, é válido mencionar que houve um pico dessa atividade no ocaso e nas primeiras horas da noite, fato observado em ambas as temporadas de vocalização. A temperatura da água mostrou ser a variável climática com maior influência sobre a abundância de indivíduos em atividade de vocalização (r2= 0,43; p= 0,01). A precipitação também apresentou significativa relação com a abundância residual (r2= 0,51; p< 0,01) (abundância gerada depois de removido o efeito das temporadas). Quanto aos sítios de vocalização, a lâmina d´água obteve a maior representatividade (44%) dentre os substratos, seguida pela vegetação arbustiva (22,6%), quando considerados todos os banhados. Se analisados separadamente, contudo, a representatividade dos sítios de vocalização modifica-se, sendo esse fato mais notável no banhado 1. Ele foi o único corpo d´água onde a vegetação arbustiva obteve a maior representatividade entre os substratos amostrados. Tal fato ocorreu, muito provavelmente, devido à composição da vegetação circundante, que apresenta arbustos e árvores de médio e grande porte, ao contrário dos outros corpos d´água. Portanto, conclui-se que nesse estudo, S. cf. surdus demonstrou plasticidade quanto ao sítio de vocalização, ocupando desde arvoretas a mais de dois metros de altura, até a lâmina d´água, onde os indivíduos vocalizavam parcialmente submersos entremeados na vegetação gramínea. |
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Volkmer, GabrieleVerrastro Viñas, Laura2011-12-09T01:19:37Z2010http://hdl.handle.net/10183/35311000781780O gênero Sphaenorhynchus Tchudi, 1838 contém catorze espécies descritas até o momento. No Rio Grande do Sul, há dúvidas quanto à identidade das populações da Planície Costeira e dos Campos de Cima da Serra. A nomenclatura utilizada no presente estudo, portanto, foi Sphaenorhynchus cf. surdus. Esta pesquisa foi conduzida em quatro banhados com diferentes características da região dos Campos de Cima da Serra, nos municípios de Bom Jesus e Vacaria. Apresentou como objetivo principal a caracterização da distribuição espacial e temporal de S. cf. surdus durante atividade de vocalização através de amostragens de turno e sítio de vocalização. As saídas de campo aconteceram mensalmente e geralmente com a duração de dois dias e duas noites entre junho de 2006 e março de 2008. Os resultados mostraram que S. cf. surdus apresenta reprodução prolongada, concentrada nos meses mais quentes do ano, primavera e verão. A análise estatística não demonstrou relação significativa entre a abundância de machos em atividade de vocalização e o período do dia. Entretanto, é válido mencionar que houve um pico dessa atividade no ocaso e nas primeiras horas da noite, fato observado em ambas as temporadas de vocalização. A temperatura da água mostrou ser a variável climática com maior influência sobre a abundância de indivíduos em atividade de vocalização (r2= 0,43; p= 0,01). A precipitação também apresentou significativa relação com a abundância residual (r2= 0,51; p< 0,01) (abundância gerada depois de removido o efeito das temporadas). Quanto aos sítios de vocalização, a lâmina d´água obteve a maior representatividade (44%) dentre os substratos, seguida pela vegetação arbustiva (22,6%), quando considerados todos os banhados. Se analisados separadamente, contudo, a representatividade dos sítios de vocalização modifica-se, sendo esse fato mais notável no banhado 1. Ele foi o único corpo d´água onde a vegetação arbustiva obteve a maior representatividade entre os substratos amostrados. Tal fato ocorreu, muito provavelmente, devido à composição da vegetação circundante, que apresenta arbustos e árvores de médio e grande porte, ao contrário dos outros corpos d´água. Portanto, conclui-se que nesse estudo, S. cf. surdus demonstrou plasticidade quanto ao sítio de vocalização, ocupando desde arvoretas a mais de dois metros de altura, até a lâmina d´água, onde os indivíduos vocalizavam parcialmente submersos entremeados na vegetação gramínea.The genus Sphaenorhynchus Tchudi, 1838 contents fourteen species. In Rio Grande do Sul, the researchers have been doubtful regarding the population identification from the northern coastal plain and the northeastern region. Therefore, the nomenclature used in this research was Sphaenorhynchus cf. surdus. This study was carried out in four ponds in the northeastern region, specifically in Vacaria and Bom Jesus Municipalities. The aim was to describe the temporal and spatial distribution of Sphaenorhynchus aff. surdus during calling activity, utilizing the calling site and calling period sampling. The fieldwork was carried out monthly and it normally lasted for two days and two nights, between June 2006 and March 2008. The results showed that S. cf. surdus presents prolonged breeding season, concentrated in the warmer months, spring and summer. Although there was no statistical significant relationship between calling male abundance and the time of day, a peak of calling male was observed during the sunset and the first hours of the night, in the two calling seasons sampled. Calling activity was primarily associated with water temperature (r2= 0,43; p= 0,01). The rainfall also presented significant relationship with residual abundance (abundance left after the seasons effect was removed) (r2= 0,51; p< 0,01). Regarding the calling sites, water surface was the substrate most representative (44%), followed by shrub (22,6%), when all ponds were considered in the analyses. When analyzed separately, however, each pond shows differences regarding calling sites chosen by S. cf. surdus males. This fact is more prominent in pond 1. This was the only pond in which shrub was most representative among the observed substrates, probably because the composition of the shrubby vegetation around and its almost absence in the other three ponds. Therefore, in this study, S. cf. surdus demonstrated plasticity regarding calling sites. This species was observed calling between both extremes, from small trees above two meters to the water surface, where individuals were partially submerse.application/pdfporSphaenorhynchus surdusVocalização animalDistribuição espaço-temporalDistribuíção espacial e temporal de Sphaenorhynchus cf. surdus (Anura: Hylidae) durante atividade de vocalização e variáveis climáticas associadas à essa atividade em banhados na Região dos Campos de Cima da Serra, Rio Grande do Sul, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPorto Alegre, BR-RS2010Ciências Biológicas: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000781780.pdf.txt000781780.pdf.txtExtracted Texttext/plain63123http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35311/2/000781780.pdf.txtc4331e0703f747970485e7a29cf8d132MD52ORIGINAL000781780.pdf000781780.pdfTexto completoapplication/pdf707223http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35311/1/000781780.pdf6498d412ef61b4eb495077f75ebb6379MD51THUMBNAIL000781780.pdf.jpg000781780.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1282http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35311/3/000781780.pdf.jpgba74735f7efea9e8eaa065a12510d8a0MD5310183/353112018-10-08 07:59:15.502oai:www.lume.ufrgs.br:10183/35311Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-08T10:59:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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