As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/224132 |
Resumo: | A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultraprocessados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram a construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, na produção agroecológica, no resgate da biodiversidade, na criação de feiras e na manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região. |
id |
UFRGS-2_41b3a19a2934a1d7d57df9ee6ec46e3f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224132 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Grisa, CatiaTecchio, AndréiaChechi, Leticia AndreaSabourin, Eric2021-07-17T04:44:45Z20201413-0580http://hdl.handle.net/10183/224132001112879A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultraprocessados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram a construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, na produção agroecológica, no resgate da biodiversidade, na criação de feiras e na manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região.The western region of Santa Catarina was integrated to the “modernization of agriculture” in the 1950s, through the agro-industrialization of the food system, having as protagonists the State, civil society and the market, which acted at the national, state and municipal levels. Based on the sociology of public action, the objective of this paper is to verify how public policies promoted modernity and how the more recent public actions and policies reinforce or delineate new patterns and trajectories of rural development and influence productive and food consumption practices. The methodological procedures consisted of literature review and field research. In 2018, we conducted 13 semi-structured interviews with public managers and mediators from seven organizations operating in the region, two focus groups and 49 questionnaires with family farmers located in Chapecó and nine adjacent municipalities. The results indicate that modernity has led a significant portion of family farmers to produce less food for self-consumption and to consume more industrialized and ultra-processed foods, besides causing concentration of production, rural exodus and environmental pollution. Faced with these risks and uncertainties, “new” food and production practices emerged, and new actors began to build alternatives to modernity. The “new” production strategies consisted of food agro-industrialization, agroecological production, biodiversity restoration, creation of fairs, and the maintenance of production for self-consumption, supported by various actions and public policies. The same State that produces productive and food risks, threats and uncertainties, also contributes to food and nutritional security in the region.application/pdfporEstudos : sociedade e agricultura [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 28, n. 1 (fev./mai 2020), p. 78-108.Espaço ruralProdução de alimentosPolíticas públicasSanta Catarina, OestePublic actionModernityProductive and food practicesAs práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidadeThe productive and food practices in rural space of western Santa Catarina : public action in the search for and critique of modernityinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001112879.pdf.txt001112879.pdf.txtExtracted Texttext/plain89251http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224132/2/001112879.pdf.txta93cd283ae086a57935348fb06fabe4aMD52ORIGINAL001112879.pdfTexto completoapplication/pdf526888http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224132/1/001112879.pdfbcd091504cff3bd755ed40ba1ca74830MD5110183/2241322021-08-18 04:45:45.224324oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224132Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-08-18T07:45:45Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
The productive and food practices in rural space of western Santa Catarina : public action in the search for and critique of modernity |
title |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
spellingShingle |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade Grisa, Catia Espaço rural Produção de alimentos Políticas públicas Santa Catarina, Oeste Public action Modernity Productive and food practices |
title_short |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
title_full |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
title_fullStr |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
title_full_unstemmed |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
title_sort |
As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade |
author |
Grisa, Catia |
author_facet |
Grisa, Catia Tecchio, Andréia Chechi, Leticia Andrea Sabourin, Eric |
author_role |
author |
author2 |
Tecchio, Andréia Chechi, Leticia Andrea Sabourin, Eric |
author2_role |
author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Grisa, Catia Tecchio, Andréia Chechi, Leticia Andrea Sabourin, Eric |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Espaço rural Produção de alimentos Políticas públicas Santa Catarina, Oeste |
topic |
Espaço rural Produção de alimentos Políticas públicas Santa Catarina, Oeste Public action Modernity Productive and food practices |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Public action Modernity Productive and food practices |
description |
A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultraprocessados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram a construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, na produção agroecológica, no resgate da biodiversidade, na criação de feiras e na manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região. |
publishDate |
2020 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-07-17T04:44:45Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/224132 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
1413-0580 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001112879 |
identifier_str_mv |
1413-0580 001112879 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/224132 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Estudos : sociedade e agricultura [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 28, n. 1 (fev./mai 2020), p. 78-108. |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224132/2/001112879.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224132/1/001112879.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
a93cd283ae086a57935348fb06fabe4a bcd091504cff3bd755ed40ba1ca74830 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801225026525986816 |