Fatores associados ao tratamento diretamente observado em casos de coinfecção tuberculose/HIV em Porto Alegre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/215066 |
Resumo: | Introdução: a infecção pelo HIV causa um processo de imunossupressão do organismo, que torna o indivíduo mais vulnerável às doenças oportunistas, incluindo a tuberculose (TB). Para pessoas vivendo com HIV, o risco de infecção por TB chega a 50%. A coinfecção TB/HIV é um grave problema de saúde pública. Em geral, os indivíduos apresentam dificuldade de adesão aos tratamentos, o que está associado a elevadas taxas de internação e morte, para evitar estes desfechos, tem sido adotada mundialmente, dentro de um conjunto de estratégias, o tratamento diretamente observado (TDO). Objetivo: analisar os casos de coinfecção tuberculose/HIV para os quais o TDO foi realizado em Porto Alegre. Metodologia: trata-se de um estudo de coorte retrospectivo conduzido no período 2009 a 2013. Os dados foram provenientes de quatro sistemas nacionais de informação em saúde. A variável dependente foi a realização de TDO. Foram investigadas variáveis sóciodemográficas, clínicas e de acompanhamento através de testes de associação. O projeto foi aprovado em pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Resultados: foram notificados 2.400 casos de coinfecção, com média de idade de 38 anos±9,91 anos, predominantemente brancos e com até 7 anos de estudo. O TDO foi realizado por 16,9%. Os grupos diferiram quanto ao local de origem (p<0,001), raça/cor (p=0,021), escolaridade (p<0,001), situação de entrada (p<0,001) e situação de encerramento (p<0,001). O percentual de casos novos na situação de entrada foi significativamente menor no grupo que realizou TDO (43,1% versus 60,5%). Quanto ao encerramento, no grupo para o qual o TDO foi realizado, 36,9% dos evoluíram para cura, 39,7% para abandono, 13,5% para óbito, 4,5% para transferência e 5,5% para TB Multidroga Resistência (MDR). No grupo para o qual o TDO não foi realizado, 35,4% evoluíram para cura, 35% para abandono, 24,1% para óbito, 3,5% para transferência e 2% para TB MDR. Os grupos também diferiram quanto a ocorrência de alcoolismo (p<0,001) e doença mental (p<0,001). O óbito em até 5 anos após a notificação foi um desfecho para 19,8% dos casos com TDO e para 30,3% dos casos sem TDO (p<0,001). Considerações finais: o estudo evidencia que o TDO é eficaz, pois o percentual de cura foi maior, o percentual de óbito foi menor e o percentual de óbito em cinco 5 anos foi significativamente menor neste grupo quando comparado com casos que não realizaram TDO. Apesar disso, destaca-se que o percentual de abandono foi similar em ambos os grupos, o que evidencia que existe um determinado perfil de casos para o qual o TDO não é eficaz. Novos estudos são necessários, especialmente quanto a assistência em saúde aos casos que reiniciam o tratamento após abandono, para compreensão de como o TDO está sendo realizado nos serviços de saúde e quais são seus limites dentro de contextos de extrema vulnerabilidade social. |
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Brand, Évelin MariaTeixeira, Luciana Barcellos2020-11-17T04:15:49Z2017http://hdl.handle.net/10183/215066001047964Introdução: a infecção pelo HIV causa um processo de imunossupressão do organismo, que torna o indivíduo mais vulnerável às doenças oportunistas, incluindo a tuberculose (TB). Para pessoas vivendo com HIV, o risco de infecção por TB chega a 50%. A coinfecção TB/HIV é um grave problema de saúde pública. Em geral, os indivíduos apresentam dificuldade de adesão aos tratamentos, o que está associado a elevadas taxas de internação e morte, para evitar estes desfechos, tem sido adotada mundialmente, dentro de um conjunto de estratégias, o tratamento diretamente observado (TDO). Objetivo: analisar os casos de coinfecção tuberculose/HIV para os quais o TDO foi realizado em Porto Alegre. Metodologia: trata-se de um estudo de coorte retrospectivo conduzido no período 2009 a 2013. Os dados foram provenientes de quatro sistemas nacionais de informação em saúde. A variável dependente foi a realização de TDO. Foram investigadas variáveis sóciodemográficas, clínicas e de acompanhamento através de testes de associação. O projeto foi aprovado em pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Resultados: foram notificados 2.400 casos de coinfecção, com média de idade de 38 anos±9,91 anos, predominantemente brancos e com até 7 anos de estudo. O TDO foi realizado por 16,9%. Os grupos diferiram quanto ao local de origem (p<0,001), raça/cor (p=0,021), escolaridade (p<0,001), situação de entrada (p<0,001) e situação de encerramento (p<0,001). O percentual de casos novos na situação de entrada foi significativamente menor no grupo que realizou TDO (43,1% versus 60,5%). Quanto ao encerramento, no grupo para o qual o TDO foi realizado, 36,9% dos evoluíram para cura, 39,7% para abandono, 13,5% para óbito, 4,5% para transferência e 5,5% para TB Multidroga Resistência (MDR). No grupo para o qual o TDO não foi realizado, 35,4% evoluíram para cura, 35% para abandono, 24,1% para óbito, 3,5% para transferência e 2% para TB MDR. Os grupos também diferiram quanto a ocorrência de alcoolismo (p<0,001) e doença mental (p<0,001). O óbito em até 5 anos após a notificação foi um desfecho para 19,8% dos casos com TDO e para 30,3% dos casos sem TDO (p<0,001). Considerações finais: o estudo evidencia que o TDO é eficaz, pois o percentual de cura foi maior, o percentual de óbito foi menor e o percentual de óbito em cinco 5 anos foi significativamente menor neste grupo quando comparado com casos que não realizaram TDO. Apesar disso, destaca-se que o percentual de abandono foi similar em ambos os grupos, o que evidencia que existe um determinado perfil de casos para o qual o TDO não é eficaz. Novos estudos são necessários, especialmente quanto a assistência em saúde aos casos que reiniciam o tratamento após abandono, para compreensão de como o TDO está sendo realizado nos serviços de saúde e quais são seus limites dentro de contextos de extrema vulnerabilidade social.application/pdfporTuberculose pulmonarSíndrome da imunodeficiência adquirida : EnfermagemCoinfecçãoSaúde públicaFatores associados ao tratamento diretamente observado em casos de coinfecção tuberculose/HIV em Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2017Enfermagemgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001047964.pdf.txt001047964.pdf.txtExtracted Texttext/plain119115http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215066/2/001047964.pdf.txtdbc99c1d81992848c998191bab69755aMD52ORIGINAL001047964.pdfTexto completoapplication/pdf3045847http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215066/1/001047964.pdfe3f8cc6f03e7b703058d9581be588097MD5110183/2150662020-11-19 05:15:40.252892oai:www.lume.ufrgs.br:10183/215066Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2020-11-19T07:15:40Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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