Variação linguística entre nós e a gente na função de sujeito e o gradiente de estilos contextuais em entrevistas sociolinguísticas de Porto Alegre (RS)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/235401 |
Resumo: | Este trabalho investiga a variação entre as formas pronominais de primeira pessoa do plural nós e a gente, na função de sujeito, no português de Porto Alegre. Realiza-se análise em tempo real (LABOV, 1994) e controla-se a alternância estilística nas entrevistas sociolinguísticas de que são levantados os dados. Tem-se como base teórica a Teoria da Variação e Mudança (LABOV, 2008), além de fundamentos complementares como a Gramaticalização (GONÇALVES et al., 2007), os Estilos Contextuais (LABOV, 2008) e a Árvore de Decisão (LABOV, 2001). Estudos anteriores acerca desta variável (LOPES, 1998; VIANNA e LOPES, 2012; BORGES, 2004; ZILLES, 2007; SOUZA e BOTASSINI, 2009; VITÓRIO, 2017) sugerem que a variação entre os pronomes nós e a gente se trata de uma mudança em progresso generalizada nas variedades do português brasileiro. Nesta investigação, são aplicados dois procedimentos atrelados à sociolinguística variacionista: a análise de regra variável, que implica levantar dados de fala de entrevistas sociolinguísticas, codificá-los e submetê-los à análise estatística de regressão logística; e os critérios da Árvore de Decisão, para identificar trechos de fala monitorada vs. fala espontânea nas entrevistas e codificar os dados para a variável Estilo. Tais procedimentos foram realizados em dados das amostras do VARSUL (1990) e LínguaPOA (2015-2019). A análise estatística foi efetuada no software estatístico R, interface RStudio, com as amostras de 12 informantes do VARSUL e 12 informantes do LínguaPOA. Os resultados para as três variáveis previsoras linguísticas -- Marca Morfêmica, Paralelismo Formal, Estilo -- e duas variáveis previsoras sociais -- Gênero, Faixa Etária -- controladas apontam para um aumento significativo na realização da variante a gente na amostra mais recente, em comparação com os resultados da amostra anterior (65% nos dados do VARSUL vs. 87% nos dados do LínguaPOA). A variação entre os pronomes nós e a gente é favorecida pela variável Paralelismo Formal, nas duas amostras, e pela variável Gênero, apenas na amostra do VARSUL. Em relação à alternância estilística, os resultados do cruzamento entre Gênero, Estilo e a variável-resposta nós apontaram, na amostra mais antiga (VARSUL), uma preferência dos homens pelo uso da variante nós, bem como um aumento da realização por parte de ambos os gêneros deste pronome nos contextos [+monitorados]. Já na amostra mais recente (LínguaPOA), tem-se a hipótese de que o alto percentual de realização de a gente (87%) e a ausência de informantes de ensino fundamental minimizem a influência da alternância estilística mesmo nos contextos de fala monitorada. |
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Teixeira, Thomaz TorresBattisti, Elisa2022-02-19T04:42:44Z2021http://hdl.handle.net/10183/235401001137308Este trabalho investiga a variação entre as formas pronominais de primeira pessoa do plural nós e a gente, na função de sujeito, no português de Porto Alegre. Realiza-se análise em tempo real (LABOV, 1994) e controla-se a alternância estilística nas entrevistas sociolinguísticas de que são levantados os dados. Tem-se como base teórica a Teoria da Variação e Mudança (LABOV, 2008), além de fundamentos complementares como a Gramaticalização (GONÇALVES et al., 2007), os Estilos Contextuais (LABOV, 2008) e a Árvore de Decisão (LABOV, 2001). Estudos anteriores acerca desta variável (LOPES, 1998; VIANNA e LOPES, 2012; BORGES, 2004; ZILLES, 2007; SOUZA e BOTASSINI, 2009; VITÓRIO, 2017) sugerem que a variação entre os pronomes nós e a gente se trata de uma mudança em progresso generalizada nas variedades do português brasileiro. Nesta investigação, são aplicados dois procedimentos atrelados à sociolinguística variacionista: a análise de regra variável, que implica levantar dados de fala de entrevistas sociolinguísticas, codificá-los e submetê-los à análise estatística de regressão logística; e os critérios da Árvore de Decisão, para identificar trechos de fala monitorada vs. fala espontânea nas entrevistas e codificar os dados para a variável Estilo. Tais procedimentos foram realizados em dados das amostras do VARSUL (1990) e LínguaPOA (2015-2019). A análise estatística foi efetuada no software estatístico R, interface RStudio, com as amostras de 12 informantes do VARSUL e 12 informantes do LínguaPOA. Os resultados para as três variáveis previsoras linguísticas -- Marca Morfêmica, Paralelismo Formal, Estilo -- e duas variáveis previsoras sociais -- Gênero, Faixa Etária -- controladas apontam para um aumento significativo na realização da variante a gente na amostra mais recente, em comparação com os resultados da amostra anterior (65% nos dados do VARSUL vs. 87% nos dados do LínguaPOA). A variação entre os pronomes nós e a gente é favorecida pela variável Paralelismo Formal, nas duas amostras, e pela variável Gênero, apenas na amostra do VARSUL. Em relação à alternância estilística, os resultados do cruzamento entre Gênero, Estilo e a variável-resposta nós apontaram, na amostra mais antiga (VARSUL), uma preferência dos homens pelo uso da variante nós, bem como um aumento da realização por parte de ambos os gêneros deste pronome nos contextos [+monitorados]. Já na amostra mais recente (LínguaPOA), tem-se a hipótese de que o alto percentual de realização de a gente (87%) e a ausência de informantes de ensino fundamental minimizem a influência da alternância estilística mesmo nos contextos de fala monitorada.This work investigates the variation between the first-person plural pronouns nós and a gente, in the subject function, in Porto Alegre Portuguese. A real-time analysis is carried out (LABOV, 1994) and stylistic variation is controlled in the sociolinguistic interviews from which data are collected. The theoretical basis is the Theory of Variation and Change (LABOV, 2008), as well as complementary foundations such as Grammaticalization (GONÇALVES ET AL., 2007), Contextual Styles (LABOV, 2008), and the Decision Tree (LABOV, 2001). Previous studies on this variable (LOPES, 1998; VIANNA AND LOPES, 2012; BORGES, 2004; ZILLES, 2007; SOUZA AND BOTASSINI, 2009; VITÓRIO, 2017) suggest that the variation between the pronouns nós and a gente is in progress in Brazilian Portuguese. In this investigation, two methodological procedures linked to variationist sociolinguistic are applied: variable rule analysis, which involves collecting speech data from sociolinguistic interviews, coding and submitting them to statistical analysis of logistic regression; and the application of Decision Tree criteria to identify monitored vs. spontaneous speech in interviews and code the data for the Style variable. Such procedures draw upon VARSUL (1990) and LínguaPOA (2015-2019) databases. The statistical analysis took place in the software R, in the RStudio interface, considering samples of 12 interviews for each database (VARSUL and LínguaPOA). The results for the three linguistic variables --Morphemic Mark, Formal Parallelism, Style -- and the two social variables -- Gender, Age -- point to a significant increase in the realization of a gente in the most recent sample (65% in VARSUL database vs. 87% in LínguaPOA database). The variation between the pronouns nós and a gente is favored by the Formal Parallelism, in both samples, and by Gender, only in VARSUL database. Regarding stylistic variation, the results of the crossing between Gender, Style and the dependent variable nós showed, in the VARSUL database, a preference among men for using the pronoun nós, as well as an increase in the realization by both genders of this variant in the [+monitored] contexts. In the most recent database (LínguaPOA), the hypothesis is that the high percentage of the pronoun a gente (87%) and the lack of elementary school informants reduce the influence of stylistic variation even in monitored speech contexts.application/pdfporVariação lingüísticaSociolingüísticaGramaticalizaçãoEstilo (Linguagem e línguas)Variação lingüística urbana na região sul do Brasil (VARSUL)Nós and a genteSociolinguisticsLinguistic variationGrammaticalizationStyleVariação linguística entre nós e a gente na função de sujeito e o gradiente de estilos contextuais em entrevistas sociolinguísticas de Porto Alegre (RS)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2021Letras: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001137308.pdf.txt001137308.pdf.txtExtracted Texttext/plain133489http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/235401/2/001137308.pdf.txtf5909e759d3b30736650025c4f8d38beMD52ORIGINAL001137308.pdfTexto completoapplication/pdf2332251http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/235401/1/001137308.pdf0a56caa76a602c21aee5d98ebfaaa820MD5110183/2354012022-08-06 04:54:16.982445oai:www.lume.ufrgs.br:10183/235401Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:54:16Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Este trabalho investiga a variação entre as formas pronominais de primeira pessoa do plural nós e a gente, na função de sujeito, no português de Porto Alegre. Realiza-se análise em tempo real (LABOV, 1994) e controla-se a alternância estilística nas entrevistas sociolinguísticas de que são levantados os dados. Tem-se como base teórica a Teoria da Variação e Mudança (LABOV, 2008), além de fundamentos complementares como a Gramaticalização (GONÇALVES et al., 2007), os Estilos Contextuais (LABOV, 2008) e a Árvore de Decisão (LABOV, 2001). Estudos anteriores acerca desta variável (LOPES, 1998; VIANNA e LOPES, 2012; BORGES, 2004; ZILLES, 2007; SOUZA e BOTASSINI, 2009; VITÓRIO, 2017) sugerem que a variação entre os pronomes nós e a gente se trata de uma mudança em progresso generalizada nas variedades do português brasileiro. Nesta investigação, são aplicados dois procedimentos atrelados à sociolinguística variacionista: a análise de regra variável, que implica levantar dados de fala de entrevistas sociolinguísticas, codificá-los e submetê-los à análise estatística de regressão logística; e os critérios da Árvore de Decisão, para identificar trechos de fala monitorada vs. fala espontânea nas entrevistas e codificar os dados para a variável Estilo. Tais procedimentos foram realizados em dados das amostras do VARSUL (1990) e LínguaPOA (2015-2019). A análise estatística foi efetuada no software estatístico R, interface RStudio, com as amostras de 12 informantes do VARSUL e 12 informantes do LínguaPOA. Os resultados para as três variáveis previsoras linguísticas -- Marca Morfêmica, Paralelismo Formal, Estilo -- e duas variáveis previsoras sociais -- Gênero, Faixa Etária -- controladas apontam para um aumento significativo na realização da variante a gente na amostra mais recente, em comparação com os resultados da amostra anterior (65% nos dados do VARSUL vs. 87% nos dados do LínguaPOA). A variação entre os pronomes nós e a gente é favorecida pela variável Paralelismo Formal, nas duas amostras, e pela variável Gênero, apenas na amostra do VARSUL. Em relação à alternância estilística, os resultados do cruzamento entre Gênero, Estilo e a variável-resposta nós apontaram, na amostra mais antiga (VARSUL), uma preferência dos homens pelo uso da variante nós, bem como um aumento da realização por parte de ambos os gêneros deste pronome nos contextos [+monitorados]. Já na amostra mais recente (LínguaPOA), tem-se a hipótese de que o alto percentual de realização de a gente (87%) e a ausência de informantes de ensino fundamental minimizem a influência da alternância estilística mesmo nos contextos de fala monitorada. |
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