Contextos de ocorrência de discriminação entre mulheres vivendo com HIV em Porto Alegre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/196467 |
Resumo: | Introdução: A ocorrência de discriminação em serviços de saúde de pessoas vivendo com HIV ocorre desde o surgimento da epidemia. No Brasil, com o processo da feminização, que atinge especialmente mulheres jovens, houve um aumento expressivo de mulheres vivendo com HIV frequentando serviços de saúde, especialmente em função de demandas sexuais e reprodutivas. Neste cenário, os serviços de saúde ocupam papel chave no sentido de promover direitos humanos, sexuais e reprodutivos, além de incentivar os cuidados contínuos frente ao HIV. Objetivo: Compreender os contextos de ocorrência de discriminação em mulheres vivendo com HIV. Metodologia: Estudo com abordagem mista – quantitativa e qualitativa, que incluiu mulheres de 18 a 49 anos. O componente quantitativo é um estudo descritivo cujo desfecho é a ocorrência de discriminação e os dados foram analisados no software SPSS. A coleta de dados ocorreu através de instrumento elaborado em meio eletrônico. O componente qualitativo utilizou como técnica a entrevista semiestruturada e os dados foram analisados no software Nvivo. Resultados: Foram incluídas 682 mulheres vivendo com HIV e a ocorrência de discriminação foi de 22,4%. Estas mulheres apresentam baixa escolaridade e renda, 15,1% realizaram sexo comercial, 34% tiveram 10 ou mais parceiros sexuais na vida, 35,3% tiveram quatro ou mais gestações, 56,8% tiveram gestações após o diagnóstico e 55,6% realizaram aborto provocado após o HIV. Entrevistas com 19 mulheres revelaram situações discriminatórias nos atendimentos em serviços de saúde, especialmente relacionada ao diagnóstico e ao atendimento perinatal. Considerações finais: As mulheres que sofrem discriminação possuem contextos sociais e trajetória sexual e reprodutiva marcada por desfechos que apontam um quadro de vulnerabilidade em saúde. Este estudo suscita a hipótese de que eventos sexuais e reprodutivos - como gestações e abortos ocorridos após o HIV - podem estar relacionados com demandas de saúde não atendidas e a ocorrência de discriminação em serviços de saúde. Recomenda-se a continuidade deste estudo e a divulgação dos resultados nos serviços participantes como estratégia de educação permanente interprofissional para a melhoria assistencial visando à integralidade do cuidado às mulheres vivendo com HIV. |
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Calvo, Karen da SilvaTeixeira, Luciana Barcellos2019-07-02T02:35:38Z2018http://hdl.handle.net/10183/196467001092182Introdução: A ocorrência de discriminação em serviços de saúde de pessoas vivendo com HIV ocorre desde o surgimento da epidemia. No Brasil, com o processo da feminização, que atinge especialmente mulheres jovens, houve um aumento expressivo de mulheres vivendo com HIV frequentando serviços de saúde, especialmente em função de demandas sexuais e reprodutivas. Neste cenário, os serviços de saúde ocupam papel chave no sentido de promover direitos humanos, sexuais e reprodutivos, além de incentivar os cuidados contínuos frente ao HIV. Objetivo: Compreender os contextos de ocorrência de discriminação em mulheres vivendo com HIV. Metodologia: Estudo com abordagem mista – quantitativa e qualitativa, que incluiu mulheres de 18 a 49 anos. O componente quantitativo é um estudo descritivo cujo desfecho é a ocorrência de discriminação e os dados foram analisados no software SPSS. A coleta de dados ocorreu através de instrumento elaborado em meio eletrônico. O componente qualitativo utilizou como técnica a entrevista semiestruturada e os dados foram analisados no software Nvivo. Resultados: Foram incluídas 682 mulheres vivendo com HIV e a ocorrência de discriminação foi de 22,4%. Estas mulheres apresentam baixa escolaridade e renda, 15,1% realizaram sexo comercial, 34% tiveram 10 ou mais parceiros sexuais na vida, 35,3% tiveram quatro ou mais gestações, 56,8% tiveram gestações após o diagnóstico e 55,6% realizaram aborto provocado após o HIV. Entrevistas com 19 mulheres revelaram situações discriminatórias nos atendimentos em serviços de saúde, especialmente relacionada ao diagnóstico e ao atendimento perinatal. Considerações finais: As mulheres que sofrem discriminação possuem contextos sociais e trajetória sexual e reprodutiva marcada por desfechos que apontam um quadro de vulnerabilidade em saúde. Este estudo suscita a hipótese de que eventos sexuais e reprodutivos - como gestações e abortos ocorridos após o HIV - podem estar relacionados com demandas de saúde não atendidas e a ocorrência de discriminação em serviços de saúde. Recomenda-se a continuidade deste estudo e a divulgação dos resultados nos serviços participantes como estratégia de educação permanente interprofissional para a melhoria assistencial visando à integralidade do cuidado às mulheres vivendo com HIV.application/pdfporHIVVulnerabilidade em saúdeMinorias sexuais e de gêneroContextos de ocorrência de discriminação entre mulheres vivendo com HIV em Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2018Enfermagemgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001092182.pdf.txt001092182.pdf.txtExtracted Texttext/plain87013http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196467/2/001092182.pdf.txt925849f206867b30dd5c70f329496f62MD52ORIGINAL001092182.pdfTexto completoapplication/pdf815653http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196467/1/001092182.pdff842f145f28d6757f444967a201e83d0MD5110183/1964672019-07-03 02:33:48.213172oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196467Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-07-03T05:33:48Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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