O atrito linguístico sobre os padrões de VOT do português : efeitos do inglês (L2) e do alemão (L3) em aprendizes bilíngues e trilíngues

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schereschewsky, Laura Castilhos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242006
Resumo: Este estudo investigativo tem como objetivo discutir efeitos de atrito linguístico em contexto de dominância da L1 sobre os padrões de produção de Voice Onset Time (VOT) das plosivas surdas iniciais do Português (L1) em falantes bilíngues (Português e Inglês-L2) e trilíngues (Português, Inglês-L2 e Alemão-L3). Para a discussão desse fenômeno, analisamos o Voice Onset Time (VOT - momento de surdez entre a soltura de uma plosiva e o início da vibração vocálica seguinte) de plosivas surdas, bilabiais, alveolares e velares (/p/, /t/, /k/), em posição inicial de palavra nas três línguas referidas. O estudo contou com os dados de 40 participantes, sendo 10 bilíngues (PB-Inglês) e 10 trilíngues (PB, Inglês e Alemão), nativos do PB, residentes em Porto Alegre, que compunham os grupos experimentais, além dos dados dos participantes de Kupske (2016), 10 monolíngues de PB, residentes em Porto Alegre, e 10 monolíngues de Inglês, residentes em Londres, que compunham os grupos de controle. Os participantes realizaram tarefas de leitura em voz alta de frases-veículo nas línguas de seu conhecimento, como "Eu diria __", em PB, "I would say __", em Inglês, e "Ich sage __", em Alemão, seguidas por palavras iniciadas pela consoante alvo. À luz de uma visão de língua como um Sistema Adaptativo Complexo (SAC) (LARSEN-FREEMAN & CAMERON, 2008; BECNKER et al., 2009; DE BOT et al., 2013), este estudo ainda tem como objetivo analisar os índices de produção de VOT realizados por esses participantes plurilíngues e correlacionálos com variáveis individuais de suas trajetórias de desenvolvimento linguístico, apontadas através do preenchimento de questionários de experiência linguística, com base em Scholl & Finger (2013). Como resultados, encontramos diferenças significativas entre a L1 e as línguas adicionais de cada um dos dois grupos plurilíngues, porém não encontramos diferenças entre a L2 e a L3 do grupo trilíngue. Ao serem comparados com o grupo de controle monolíngue de Inglês, os participantes brasileiros não demonstraram diferenças significativas para /t/ e /k/ em Inglês, indicando uma produção semelhante à nativa. Quando comparados com o grupo de controle monolíngue do PB, os dois grupos plurilíngues mostraram produções com diferenças significativas. Esses resultados sugerem a ocorrência de atrito linguístico mesmo em um ambiente de L2 ou L3 não-dominante, além de trazerem evidências sobre a multidirecionalidade da transferência linguística e a importância da tipologia no desenvolvimento de línguas adicionais, aspectos fundamentais que ressaltam o caráter dinâmico da língua, previsto pela visão de SAC.
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O estudo contou com os dados de 40 participantes, sendo 10 bilíngues (PB-Inglês) e 10 trilíngues (PB, Inglês e Alemão), nativos do PB, residentes em Porto Alegre, que compunham os grupos experimentais, além dos dados dos participantes de Kupske (2016), 10 monolíngues de PB, residentes em Porto Alegre, e 10 monolíngues de Inglês, residentes em Londres, que compunham os grupos de controle. Os participantes realizaram tarefas de leitura em voz alta de frases-veículo nas línguas de seu conhecimento, como "Eu diria __", em PB, "I would say __", em Inglês, e "Ich sage __", em Alemão, seguidas por palavras iniciadas pela consoante alvo. À luz de uma visão de língua como um Sistema Adaptativo Complexo (SAC) (LARSEN-FREEMAN & CAMERON, 2008; BECNKER et al., 2009; DE BOT et al., 2013), este estudo ainda tem como objetivo analisar os índices de produção de VOT realizados por esses participantes plurilíngues e correlacionálos com variáveis individuais de suas trajetórias de desenvolvimento linguístico, apontadas através do preenchimento de questionários de experiência linguística, com base em Scholl & Finger (2013). Como resultados, encontramos diferenças significativas entre a L1 e as línguas adicionais de cada um dos dois grupos plurilíngues, porém não encontramos diferenças entre a L2 e a L3 do grupo trilíngue. Ao serem comparados com o grupo de controle monolíngue de Inglês, os participantes brasileiros não demonstraram diferenças significativas para /t/ e /k/ em Inglês, indicando uma produção semelhante à nativa. Quando comparados com o grupo de controle monolíngue do PB, os dois grupos plurilíngues mostraram produções com diferenças significativas. Esses resultados sugerem a ocorrência de atrito linguístico mesmo em um ambiente de L2 ou L3 não-dominante, além de trazerem evidências sobre a multidirecionalidade da transferência linguística e a importância da tipologia no desenvolvimento de línguas adicionais, aspectos fundamentais que ressaltam o caráter dinâmico da língua, previsto pela visão de SAC.This research study aims to discuss language attrition effects in a context of first-language dominance in the Voice Onset Time (VOT) production patterns of Brazilian Portuguese (BP) (L1) initial voiceless plosives by bilingual (BP and English) and trilingual (BP, English and German) speakers. In order to discuss this phenomenon, we analyzed the VOT (the time interval between the release of a plosive consonant and the beginning of the following vocal fold vibration) of the bilabial, alveolar and velar voiceless plosives (/p/, /t/, /k/), in wordinitial position, in the three referred languages. The study analyzed data from 40 participants, that is, 10 bilinguals (BP - English) and 10 trilinguals (BP, English, German), all native speakers of Portuguese, living in Porto Alegre (Southern Brazil), who composed the experimental groups. This study also considered data from the participants collected by Kupske (2016), 10 monolinguals of Portuguese, living in Porto Alegre, and 10 monolinguals of English, living in London, who composed the control groups. The participants individually took part in reading tasks of carrier sentences in their known languages, such as "Eu diria _", in Portuguese, "I would say _", in English, and "Ich sage _", in German, followed by words beginning with the target plosives. In the light of a view of language as a Complex Adaptive System (CAS) (LARSEN-FREEMAN & CAMERON, 2008; BECKNER et al., 2009; DE BOT et al., 2013), this study also aims to analyze the VOT productions of these plurilingual participants and correlate them with individual variables in their personal linguistic development, appointed by the filling of questionnaires on language experience, based on Scholl & Finger (2013). As results, we found significant differences between the L1 and the additional languages of each of the plurilingual groups; however, we did not find differences between the L2 and L3 of the trilingual group. When compared to the PB monolingual control group, the two plurilingual groups showed significantly different productions. These results suggest the occurrence of language attrition even in non-dominant L2 or L3 environments, in addition to providing evidence regarding the multidirectionality of language transfer and the importance of typology in the development of additional languages, which are fundamental aspects that reinforce the dynamic character of language, predicted by the view of Language as a CAS.application/pdfporAtrito linguísticoPlurilinguismoLinguísticaVoice Onset TimeLanguage attritionVoice Onset TimePlurilingualismLanguage transferO atrito linguístico sobre os padrões de VOT do português : efeitos do inglês (L2) e do alemão (L3) em aprendizes bilíngues e trilínguesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2018Letras: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143408.pdf.txt001143408.pdf.txtExtracted Texttext/plain212764http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242006/2/001143408.pdf.txt270815b3b960fbcafff62dcf1bbdee89MD52ORIGINAL001143408.pdfTexto completoapplication/pdf1200932http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242006/1/001143408.pdf5624551778e4ad31683bf4de8f2e5b7bMD5110183/2420062022-07-08 04:50:24.407181oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242006Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-07-08T07:50:24Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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