Tempos da infância : entre um poeta, um filósofo, um educador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kohan, Walter Omar
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Fernandes, Rosana Aparecida
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/218673
Resumo: A ideia central que aqui apresentaremos é que há um valor político na temporalidade infantil, que é preciso atentar e cuidar, muito mais do que interromper, como fazem, atualmente, as instituições educacionais. Assim, os modos de entender o político exigem repensar a experiência temporal propiciada e afirmada nas instituições educacionais. Nossa estratégia é chamar personagens infantis, vindos da literatura, da filosofia e da educação: Gonzalo Rojas, Gilles Deleuze e Paulo Freire. Um conceito atravessa o presente ensaio: o tempo. Na poesia de Gonzalo Rojas, o esforço do poeta é por honrar o tempo presente da infância que é, também, o tempo da escrita poética. Eis o tempo da reniñez: um tempo que não passa, durativo, atento e sensível à palavra do mundo. Com Gilles Deleuze, pensar a infância como uma cena infantil é restaurar à infância um tempo propriamente infantil, como diz Heráclito no seu icônico fragmento 52. Finalmente, Paulo Freire expande o tempo da infância para todas as idades: invasão aiónica de khrónos, que torna urgente aos educadores e às educadoras de todas as idades, ao habitar um tempo infantil, um presente curioso que olha o mundo com estranheza e pergunta, inquieto, por que o mundo é como é e de que outras maneiras ele poderia ser. Com Freire, ouvíamos uma palavra infantil para pensar o sentido da presença da filosofia na escola: ele não diz respeito a fazer da infância algo diferente do que ela é, mas nos lembra e nos leva à (um tempo de) infância.
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spelling Kohan, Walter OmarFernandes, Rosana Aparecida2021-03-12T04:20:06Z20201517-9702http://hdl.handle.net/10183/218673001122874A ideia central que aqui apresentaremos é que há um valor político na temporalidade infantil, que é preciso atentar e cuidar, muito mais do que interromper, como fazem, atualmente, as instituições educacionais. Assim, os modos de entender o político exigem repensar a experiência temporal propiciada e afirmada nas instituições educacionais. Nossa estratégia é chamar personagens infantis, vindos da literatura, da filosofia e da educação: Gonzalo Rojas, Gilles Deleuze e Paulo Freire. Um conceito atravessa o presente ensaio: o tempo. Na poesia de Gonzalo Rojas, o esforço do poeta é por honrar o tempo presente da infância que é, também, o tempo da escrita poética. Eis o tempo da reniñez: um tempo que não passa, durativo, atento e sensível à palavra do mundo. Com Gilles Deleuze, pensar a infância como uma cena infantil é restaurar à infância um tempo propriamente infantil, como diz Heráclito no seu icônico fragmento 52. Finalmente, Paulo Freire expande o tempo da infância para todas as idades: invasão aiónica de khrónos, que torna urgente aos educadores e às educadoras de todas as idades, ao habitar um tempo infantil, um presente curioso que olha o mundo com estranheza e pergunta, inquieto, por que o mundo é como é e de que outras maneiras ele poderia ser. Com Freire, ouvíamos uma palavra infantil para pensar o sentido da presença da filosofia na escola: ele não diz respeito a fazer da infância algo diferente do que ela é, mas nos lembra e nos leva à (um tempo de) infância.The main idea of this text is that there is a political value in children’s temporality, which needs to be looked after and cared for much more than interrupted, as educational institutions do today. Thus, the ways of understanding the political context require reconsidering the temporal experience which is being provided and affirmed in educational institutions. Our strategy is to focus on three childlike characters, who come from literature, philosophy and education: Gonzalo Rojas, Gilles Deleuze and Paulo Freire. Time is a concept that permeates this essay. In the poetry of Gonzalo Rojas, the poet strives to honor the present time of childhood which is also the time of poetic writing. This is the time of reniñez: a time that does not pass, which is long-lasting, attentive and sensitive to the word of the world. For Gilles Deleuze, conceptualizing childhood as a “childlike scene” means to restore to childhood a truly infantile time, as Heraclitus says in his iconic ‘Fragment 52’. Finally, Paulo Freire expands childhood’s time to all ages: the aionic invasion of khronos, which urges educators of all ages to inhabit childhood’s time, a curious gift that makes one look surprised at the world with and restlessly wonder why the world is as it is and how different it could be. With Freire, we listen to a child’s word to think about the meaning of the presence of philosophy in school: it is not about making childhood something different from what it is, but it reminds us and leads us to childhood times.application/pdfporEducação e pesquisa. São Paulo, SP. Vol. 46 (2020), e236273, 16 p.InfânciaChildhoodGonzalo RojasGilles DeleuzePaulo FreireTempos da infância : entre um poeta, um filósofo, um educadorTimes of childhood : among a poet, a philosopher and an educatorinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001122874.pdf.txt001122874.pdf.txtExtracted Texttext/plain52512http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218673/2/001122874.pdf.txt45d60b60f0a3f60a4a9e3b5742641de2MD52ORIGINAL001122874.pdfTexto completoapplication/pdf250599http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218673/1/001122874.pdf75f73c97b991317bf865e46a792b9c19MD5110183/2186732021-05-07 04:56:27.732459oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218673Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-05-07T07:56:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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