Violência sofrida no trabalho do agente comunitário de saúde : caracterização e problemas vivenciados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Vittória Zarpelão de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234739
Resumo: As características do trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) incluem vulnerabilidades que os tornam suscetíveis à violência no trabalho, uma vez que atuam diretamente na comunidade e residem nos arredores, sendo regiões, por vezes, violentas e com altas taxas de criminalidade. A violência pode repercutir negativamente no desempenho das funções dos ACS, trazendo insatisfação ao trabalhador e baixo rendimento na realização de suas tarefas nas comunidades. O objetivo do estudo foi caracterizar a violência no trabalho do ACS e os problemas vivenciados pelas vítimas. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários de um banco de dados de pesquisa realizada em Unidades de Saúde da Família localizadas em uma gerência distrital da capital da região sul do Brasil, sendo convidados a participar da pesquisa todos os profissionais da equipe mínima de saúde da família (n=190). A amostra final de 106 profissionais, os quais responderam ao Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector. O presente estudo constitui-se em um recorte que utilizou uma subamostra de ACS (n=56). Os dados foram submetidos à análise de frequência absoluta e relativa, bem como medidas de tendência central e dispersão. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na amostra (n=56), 80,4% eram mulheres, brancas (50,9%), não tabagistas (85,7%), com uma mediana de dois filhos (1-3). Dentre os trabalhadores que afirmaram ter sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses de trabalho (58,9%), 53,6% estiveram expostos a agressões verbais, seguida do assédio moral (16,1%), discriminação racial (10,7%), violência física (7,1%) e assédio sexual (1,8%). Dos participantes, 45,5% referiram terem sofrido dois ou mais tipos de violência no trabalho, sendo os maiores perpetradores os pacientes (100-80%), cabendo destacar que somente nos casos de assédio moral as chefias, na maioria das vezes, foram causadoras da violência (66,7%). As principais reações das vítimas frente à violência foram: contar para o colega (entre 60% e 100% das situações) e relatar para o chefe (entre 44,4% e 100%). Permanecer super-alerta, vigilante, de sobreaviso ou constantemente tenso (70-100%) e ter sentimento de que suas atividades passaram a ser mais penosas (50-100%) foram os problemas mais referidos pelos ACS. A maioria dos incidentes ocorreram nos próprios serviços de saúde e 83,9% referiram existir procedimentos para o relato da violência. Concluiu-se que há exposição dos ACS à violência laboral, sendo que as agressões verbais, vindas principalmente dos pacientes, foram mais prevalentes. Medidas de proteção são necessárias, principalmente considerando a importância dos ACS para a promoção e prevenção da saúde nas comunidades.
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