Em vista da opacidade : entre memórias, quebras e destraduções aos sentidos do corpo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/255100 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre a produção dos sujeitos, sobre as formas de ser feito e desfeito nas relações, no encontro com o estranho e com o desidêntico em si, como possibilidade de transformar posições cristalizadas e de provocar desidentificações frente a formas de dominação de sujeição social, uma vez que não há natureza humana, mas sentidos e verdades construídos historicamente sobre os corpos e que são tensionados e disputados. O âmbito psíquico e o social não se dissociam, o sujeito pensado é um sujeito marcado pelo inconsciente, altero a si mesmo, no qual os afetos, os desejos e a memória são mobilizados e viabilizados por movimentações políticas, por lutas sociais e pelas relações. O trabalho discorre sobre as marcas de gênero e de raça para apresentar a constituição do corpo a partir de relações de poder dinamizadas pela branquitude e pela cisheteronormatividade em seu caráter hierarquizador. As formas de reconhecimento partem de um quadro normativo de atribuição de inteligibilidade que participa da distribuição desigual de violência, do acesso a direitos e que se articula à produção e gestão de normalidade e de anormalidade. O trabalho leva em consideração a visibilização do racismo e das violências de gênero e de sexualidade para analisar práticas clínicas de escuta, de diagnóstico e de produção de conhecimento, analisando operações da colonialidade em seu sentido redutor, transparentizante e classificatório de corpos e experiências. Nesse sentido, apresentam-se as divisões binárias entre sujeito e objeto e a outrificação daqueles identificados, agrupados e patologizados pela diferença. Os conceitos de opacidade e de transparência são trazidos de modo à tensionar os saberes e corpos produzidos como neutros, universais e a-históricos, situando-os nas relações de poder e na sustentação de projetos políticos. Em resposta aos movimentos da transparência para às traduções e encerramentos do corpo a fim de torná-lo inteligível ao reconhecimento, a opacidade é trazida como aquilo que interroga as formas de interpelação, de produção de conhecimento e suas implicações, abrindo ao disruptivo da incompreensão. Pensar em possibilidades de emancipação é considerar as disputas de verdades e de narrativas sobre os corpos, pois elas produzem materialidade, e a importância da memória enquanto aquilo que sustenta uma experiência coletiva de alianças, de desejo e de desidentificações. Essas desidentificações operam implosões, tremores e transformações, fazendo viver os impossíveis diante das formas de matar do mundo dito como único possível. |
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