A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Klein, Rafaela Fabricio
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/271253
Resumo: Em razão dos progressos científicos ocorridos nas últimas décadas, tem sido possível que bebês cada vez mais prematuros possam sobreviver e se desenvolver, mesmo com os diversos quadros clínicos associados à prematuridade. São classificados como prematuros aqueles bebês que nascem antes de 37 semanas de gestação, e o bebê prematuro extremo se trata daquele que nasce antes das 28 semanas de gestação. Apesar da possibilidade de sobrevivência desses bebês, isto não acontece sem haver consequências negativas, com os prematuros extremos podendo estar sujeitos a diversas sequelas por terem nascido muito antes do esperado. As sequelas não são apenas associadas ao corpo do bebê; são também de caráter psicológico por conta da separação precoce da mãe de seu filho e interrupção da gestação psíquica. A euforia associada ao nascimento é sobrepujada pelo medo que o bebê morra. Sendo assim, a prematuridade extrema traz prejuízos para a experiência do puerpério e estabelecimento do vínculo mãe-bebê, o que faz necessário que se qualifique a assistência às famílias atendidas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Levando isso em consideração, o objetivo deste estudo foi de compreender de que forma o contexto da prematuridade extrema afeta a experiência no puerpério, em um hospital universitário do Sistema Único de Saúde. Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo exploratório e corte transversal. Participaram da pesquisa cinco puérperas, com idades entre 25 e 40 anos, cujos bebês estavam internados na UTI Neonatal e haviam nascido com menos de 28 semanas de gestação. Foram aplicados dois instrumentos: uma ficha de dados sociodemográficos e uma entrevista semiestruturada sobre a experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema. Os dados obtidos foram analisados conforme o método da análise de conteúdo. Se identificaram cinco categorias temáticas a partir do discurso das participantes, as quais foram: 1) Conhecendo e reconhecendo o bebê prematuro; 2) Desenvolvimento do vínculo mãe-bebê prematuro extremo; 3) Acolhimento da família e equipe; 4) Estratégias de enfrentamento no contexto da prematuridade extrema e 5) Percepção sobre a experiência materna na prematuridade extrema. Os resultados revelaram que há uma ruptura da idealização da gestação e do bebê, o que traz dificuldade para o reconhecimento deste pela mãe. O vínculo era prejudicado pela separação precoce do binômio mãe-bebê, no entanto as participantes eram capazes de desenvolver outras maneiras de se conectarem com seu filho. Os pais dos bebês exerceram papel importante para este vínculo, uma vez que eram aqueles que traziam notícias dos bebês para as puérperas enquanto estas permaneciam internadas se recuperando do nascimento do filho, e a busca por apoio social foi apontada como uma das estratégias de enfrentamento utilizadas pelas puérperas. Foram relatados sentimentos tais como medo, desespero, sensação de fracasso e fragilidade; por outro lado, as puérperas também identificaram que adquiriram uma nova percepção sobre si mesmas, enfatizando o aspecto do aprendizado associado a esta experiência e à vinculação com o bebê.
id UFRGS-2_4e0e3f27253d71a27caedf99772a1265
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271253
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Klein, Rafaela FabricioSantos, Cláudia Simone Silveira dosSalle, Adriane Gonçalves2024-02-01T05:05:57Z2023http://hdl.handle.net/10183/271253001195059Em razão dos progressos científicos ocorridos nas últimas décadas, tem sido possível que bebês cada vez mais prematuros possam sobreviver e se desenvolver, mesmo com os diversos quadros clínicos associados à prematuridade. São classificados como prematuros aqueles bebês que nascem antes de 37 semanas de gestação, e o bebê prematuro extremo se trata daquele que nasce antes das 28 semanas de gestação. Apesar da possibilidade de sobrevivência desses bebês, isto não acontece sem haver consequências negativas, com os prematuros extremos podendo estar sujeitos a diversas sequelas por terem nascido muito antes do esperado. As sequelas não são apenas associadas ao corpo do bebê; são também de caráter psicológico por conta da separação precoce da mãe de seu filho e interrupção da gestação psíquica. A euforia associada ao nascimento é sobrepujada pelo medo que o bebê morra. Sendo assim, a prematuridade extrema traz prejuízos para a experiência do puerpério e estabelecimento do vínculo mãe-bebê, o que faz necessário que se qualifique a assistência às famílias atendidas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Levando isso em consideração, o objetivo deste estudo foi de compreender de que forma o contexto da prematuridade extrema afeta a experiência no puerpério, em um hospital universitário do Sistema Único de Saúde. Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo exploratório e corte transversal. Participaram da pesquisa cinco puérperas, com idades entre 25 e 40 anos, cujos bebês estavam internados na UTI Neonatal e haviam nascido com menos de 28 semanas de gestação. Foram aplicados dois instrumentos: uma ficha de dados sociodemográficos e uma entrevista semiestruturada sobre a experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema. Os dados obtidos foram analisados conforme o método da análise de conteúdo. Se identificaram cinco categorias temáticas a partir do discurso das participantes, as quais foram: 1) Conhecendo e reconhecendo o bebê prematuro; 2) Desenvolvimento do vínculo mãe-bebê prematuro extremo; 3) Acolhimento da família e equipe; 4) Estratégias de enfrentamento no contexto da prematuridade extrema e 5) Percepção sobre a experiência materna na prematuridade extrema. Os resultados revelaram que há uma ruptura da idealização da gestação e do bebê, o que traz dificuldade para o reconhecimento deste pela mãe. O vínculo era prejudicado pela separação precoce do binômio mãe-bebê, no entanto as participantes eram capazes de desenvolver outras maneiras de se conectarem com seu filho. Os pais dos bebês exerceram papel importante para este vínculo, uma vez que eram aqueles que traziam notícias dos bebês para as puérperas enquanto estas permaneciam internadas se recuperando do nascimento do filho, e a busca por apoio social foi apontada como uma das estratégias de enfrentamento utilizadas pelas puérperas. Foram relatados sentimentos tais como medo, desespero, sensação de fracasso e fragilidade; por outro lado, as puérperas também identificaram que adquiriram uma nova percepção sobre si mesmas, enfatizando o aspecto do aprendizado associado a esta experiência e à vinculação com o bebê.application/pdfporRecém-nascido prematuroPeríodo pós-partoA experiência do puerpério no contexto da prematuridade extremainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisHospital de Clínicas de Porto AlegrePorto Alegre, BR-RS2023especializaçãoPrograma de Residência Integrada Multiprofissional em Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001195059.pdf.txt001195059.pdf.txtExtracted Texttext/plain16250http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271253/2/001195059.pdf.txtadc38031ad9801ff39ea5e88aee08634MD52ORIGINAL001195059.pdfTexto parcialapplication/pdf368578http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271253/1/001195059.pdfa8e3fce758e70ea98a768efd2db37636MD5110183/2712532024-02-09 06:06:14.3905oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271253Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2024-02-09T08:06:14Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
title A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
spellingShingle A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
Klein, Rafaela Fabricio
Recém-nascido prematuro
Período pós-parto
title_short A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
title_full A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
title_fullStr A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
title_full_unstemmed A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
title_sort A experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema
author Klein, Rafaela Fabricio
author_facet Klein, Rafaela Fabricio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Klein, Rafaela Fabricio
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Santos, Cláudia Simone Silveira dos
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Salle, Adriane Gonçalves
contributor_str_mv Santos, Cláudia Simone Silveira dos
Salle, Adriane Gonçalves
dc.subject.por.fl_str_mv Recém-nascido prematuro
Período pós-parto
topic Recém-nascido prematuro
Período pós-parto
description Em razão dos progressos científicos ocorridos nas últimas décadas, tem sido possível que bebês cada vez mais prematuros possam sobreviver e se desenvolver, mesmo com os diversos quadros clínicos associados à prematuridade. São classificados como prematuros aqueles bebês que nascem antes de 37 semanas de gestação, e o bebê prematuro extremo se trata daquele que nasce antes das 28 semanas de gestação. Apesar da possibilidade de sobrevivência desses bebês, isto não acontece sem haver consequências negativas, com os prematuros extremos podendo estar sujeitos a diversas sequelas por terem nascido muito antes do esperado. As sequelas não são apenas associadas ao corpo do bebê; são também de caráter psicológico por conta da separação precoce da mãe de seu filho e interrupção da gestação psíquica. A euforia associada ao nascimento é sobrepujada pelo medo que o bebê morra. Sendo assim, a prematuridade extrema traz prejuízos para a experiência do puerpério e estabelecimento do vínculo mãe-bebê, o que faz necessário que se qualifique a assistência às famílias atendidas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Levando isso em consideração, o objetivo deste estudo foi de compreender de que forma o contexto da prematuridade extrema afeta a experiência no puerpério, em um hospital universitário do Sistema Único de Saúde. Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo exploratório e corte transversal. Participaram da pesquisa cinco puérperas, com idades entre 25 e 40 anos, cujos bebês estavam internados na UTI Neonatal e haviam nascido com menos de 28 semanas de gestação. Foram aplicados dois instrumentos: uma ficha de dados sociodemográficos e uma entrevista semiestruturada sobre a experiência do puerpério no contexto da prematuridade extrema. Os dados obtidos foram analisados conforme o método da análise de conteúdo. Se identificaram cinco categorias temáticas a partir do discurso das participantes, as quais foram: 1) Conhecendo e reconhecendo o bebê prematuro; 2) Desenvolvimento do vínculo mãe-bebê prematuro extremo; 3) Acolhimento da família e equipe; 4) Estratégias de enfrentamento no contexto da prematuridade extrema e 5) Percepção sobre a experiência materna na prematuridade extrema. Os resultados revelaram que há uma ruptura da idealização da gestação e do bebê, o que traz dificuldade para o reconhecimento deste pela mãe. O vínculo era prejudicado pela separação precoce do binômio mãe-bebê, no entanto as participantes eram capazes de desenvolver outras maneiras de se conectarem com seu filho. Os pais dos bebês exerceram papel importante para este vínculo, uma vez que eram aqueles que traziam notícias dos bebês para as puérperas enquanto estas permaneciam internadas se recuperando do nascimento do filho, e a busca por apoio social foi apontada como uma das estratégias de enfrentamento utilizadas pelas puérperas. Foram relatados sentimentos tais como medo, desespero, sensação de fracasso e fragilidade; por outro lado, as puérperas também identificaram que adquiriram uma nova percepção sobre si mesmas, enfatizando o aspecto do aprendizado associado a esta experiência e à vinculação com o bebê.
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-02-01T05:05:57Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/271253
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001195059
url http://hdl.handle.net/10183/271253
identifier_str_mv 001195059
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271253/2/001195059.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271253/1/001195059.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv adc38031ad9801ff39ea5e88aee08634
a8e3fce758e70ea98a768efd2db37636
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br
_version_ 1817724756927971328