Violência no trabalho em um serviço de atendimento móvel de urgência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mello, Déborah Bulegon
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/55288
Resumo: Os trabalhadores da área da saúde estão expostos a uma diversidade de riscos laborais, incluindo a violência, fenômeno que se agrava nas unidades psiquiátricas, serviços de emergência e de resgate. Esta violência afeta as relações laborais e pode acarretar agravos à saúde dos trabalhadores. No Brasil, o atendimento pré-hospitalar do Sistema Único de Saúde é realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192. Este estudo, portanto, tem como objetivo identificar a proporção de trabalhadores do SAMU de Porto Alegre/RS que estão expostos à violência no trabalho quanto ao desenvolvimento de Síndrome de Burnout e Distúrbios Psíquicos Menores (DPM). Trata-se de uma pesquisa em base de dados, com delineamento transversal, recorte do projeto “Violência no trabalho em saúde: Implicações para a saúde do trabalhador”. A amostra foi constituída por 85 trabalhadores do SAMU. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e assinou-se um termo de responsabilidade para o uso dos dados. Utilizou-se Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector, Maslach Burnout Inventory, Self-reporting questionnaire. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e analítica. A amostra é predominantemente masculina (62,4%), com média de idade de 45,98 anos (±7,54), em sua maioria de cor branca (75,6%) e casada (71,8%). A escolaridade média é de 14,75 anos (±5,21). Esta amostra foi composta por 31 (36,5%) de condutores, 24 (28,2%) de auxiliares/técnicos de enfermagem, 17 (20%) de médicos, 17 (15,3%) de enfermeiros. O tempo de experiência na área da saúde foi de 17 anos (1-40) e de atuação no SAMU foi de 9 anos (1-16). A maioria trabalhava durante o dia (48,2%), 55 (64,7%) trabalhavam em outra instituição. A maior parcela (56,5%) já sofreu acidentes de trabalho. A satisfação com local de trabalho foi referida por 81,2%. A ocorrência de pelo menos um episódio de violência nos últimos doze meses foi referida por 69 (81,2%) dos trabalhadores entrevistados. A agressão verbal foi relatada por 66 dos entrevistados (77,6%), 15 (17,6%) referiram ter sofrido agressão física, 10 (11,8%) sofreram assédio verbal, 9 (10,9%) foram vítimas de discriminação racial e 3 (3,5%) foram assediados sexualmente. A média de anos de escolaridade foi maior entre trabalhadores vítimas de violência (p=0,039), assim como o tempo médio de experiência na área da saúde (p=0,018), porém a média de horas de sono foi menor (p=0,047). A maioria dos profissionais que sofreu algum tipo de violência no último ano, não se sente reconhecida pelo trabalho que realiza (p=0,053) e se sente insatisfeita com o local onde trabalha (p=0,034). Quanto à Síndrome de Burnout, a violência demonstrou associação com a dimensão de exaustão profissional (p<0,001) e baixa realização profissional (p=0,024). Apresentaram DPM 9,6% do total de trabalhadores, destes, oito (11,9%) sofreram violência, mas não houve diferença estatisticamente significativa. Frente aos resultados, conclui-se que os trabalhadores do SAMU encontram-se intensamente expostos à violência em seu cotidiano laboral, sendo esta uma situação preocupante, que pode causar danos à saúde destes trabalhadores.
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