Além do princípio de incêndio : A morta de Oswald de Andrade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/212362 |
Resumo: | O material disponível à consulta em texto ou imagem pertence à lista de artefatos permitidos pelo poder. São assombrosamente arbitrários e vulneráveis a ataques. A obliteração dos arquivos atinge o registro humano, mas também todas as contradições que ameaçam a sustentação do poder e o descrédito da crença oficial, como diz Susan Buck-Morss, “o que sobrevive nos arquivos faz isso por acaso. O desaparecimento é a regra”. Explodir o continuum, diz Benjamin, propõe uma violência militante por “metáforas terroristas” que perturbem a instituição histórica dominante, possibilitando um resgate da memória distante das convenções oficiais fornecidas pelo poder dos guardiões nacionais. “Flamba tudo nas mãos heroicas do poeta” (2005, p. 237), escreve Oswald na peça A morta quando o Poeta inicia o incêndio. Os mortos presentes e incendiados do País da Anestesia pertencem ao hall da história. Assim, o receio duvidoso em como prestar testemunho à verdade com artefatos transitórios elencado por Susan Buck-Morss encontra uma brecha para diálogo com o texto de Oswald de Andrade, especialmente nesse caso, em A morta: onde o método antropofágico perpassa o passado ressignificando a sua existência. Faz uso da pólvora, do fogo e da fogueira, dinamita a tradição regrada e instituída no país da gramática e em cemitérios mascarados por um aparente abandono. |
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Caimi, Cláudia LuizaSilva, Augusto Patzlaff da2020-07-23T03:40:45Z20190102-9576http://hdl.handle.net/10183/212362001114957O material disponível à consulta em texto ou imagem pertence à lista de artefatos permitidos pelo poder. São assombrosamente arbitrários e vulneráveis a ataques. A obliteração dos arquivos atinge o registro humano, mas também todas as contradições que ameaçam a sustentação do poder e o descrédito da crença oficial, como diz Susan Buck-Morss, “o que sobrevive nos arquivos faz isso por acaso. O desaparecimento é a regra”. Explodir o continuum, diz Benjamin, propõe uma violência militante por “metáforas terroristas” que perturbem a instituição histórica dominante, possibilitando um resgate da memória distante das convenções oficiais fornecidas pelo poder dos guardiões nacionais. “Flamba tudo nas mãos heroicas do poeta” (2005, p. 237), escreve Oswald na peça A morta quando o Poeta inicia o incêndio. Os mortos presentes e incendiados do País da Anestesia pertencem ao hall da história. Assim, o receio duvidoso em como prestar testemunho à verdade com artefatos transitórios elencado por Susan Buck-Morss encontra uma brecha para diálogo com o texto de Oswald de Andrade, especialmente nesse caso, em A morta: onde o método antropofágico perpassa o passado ressignificando a sua existência. Faz uso da pólvora, do fogo e da fogueira, dinamita a tradição regrada e instituída no país da gramática e em cemitérios mascarados por um aparente abandono.The material that is available for consultation in the form of text or image belongs to the list of artifacts allowed by the power. They are hauntingly arbitrary and vulnerable to attacks. The obliteration of the archives reaches the human register, but also all the contradictions that threaten the maintenance of power and the discredit of the official belief, as Susan Buck-Morss states, “what survives in the archives does so by chance. Disappearance is the rule”. Exploding the continuum, says Benjamin, proposes a militant violence in “terrorist metaphors” that will disturb the dominant historical institution, allowing a rescue of the distant memory conventions provided by the power of the national guardians. “Everything flambés in the heroic hands of the poet” (2005, p. 237), Oswald writes in his play The Dead Woman when the Poet starts the fire. The present and burned dead of the País da Anestesia (Land of Anesthesia) belong to the hall of history. Therefore, the doubtful fear of how to testify the truth with transitory artifacts listed by Susan BuckMorss finds an opening to start a conversation with the text by Oswald de Andrade, specially, in this case, A morta (The Dead Woman): where the anthropophagic method pervades the past, giving new meaning to its existence. The Poet uses gunpowder, fire and bonfire, blows up the regulated and instituted tradition in the country of grammar and in the cemeteries that are masked by an apparent abandonment.application/pdfporCaderno de letras (Pelotas). Pelotas, RS. N. 34 (maio/ago. 2019), p. 273-296Andrade, Oswald de, 1890-1954. A morta : Crítica e interpretaçãoLiteratura brasileiraAntropofagiaAbandonoAnthropophagyFireMemoryInstitutionThe dead womanAlém do princípio de incêndio : A morta de Oswald de AndradeBeyond the fire outbreak : The dead woman by Oswald of Andradeinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001114957.pdf.txt001114957.pdf.txtExtracted Texttext/plain53784http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212362/2/001114957.pdf.txt0d443e71cddefae8cba7cdf4e48863f7MD52ORIGINAL001114957.pdfTexto completoapplication/pdf903571http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212362/1/001114957.pdfbace2e2af478aae5c871aa0b69bc2e9dMD5110183/2123622023-07-28 03:37:31.872639oai:www.lume.ufrgs.br:10183/212362Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-28T06:37:31Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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