Relação entre padrão de comportamento alimentar disfuncional e o comer intuitivo em pacientes com DM tipo 2 ambulatoriais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitag, Ana Carolina
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/258630
Resumo: Introdução: A perda de peso auxilia na melhora do controle metabólico de pacientes com diabetes melito tipo 2 (DM2), contudo a manutenção a longo prazo da perda de peso promovida por programas estruturados nem sempre é evidenciada. Com o estudo do comportamento alimentar têm-se identificado que a efetividade de mudanças comportamentais a longo prazo depende de componentes afetivos, cognitivos e volitivos do indivíduo. Neste sentido, abordagens focadas na "não dieta" têm sido propostas, mas ainda precisam ser melhor exploradas no DM2. Objetivo: Avaliar a possível associação entre padrão de comportamento alimentar disfuncional e o comer intuitivo (CI) em pacientes ambulatoriais com DM2. Métodos: Estudo transversal com pacientes com DM2 atendidos na atenção primária (UBS Santa Cecília) e em ambulatório especializado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes foram submetidos a avaliação de estilo de vida, antropométrica e laboratorial, além de responderem a dois questionários sobre comportamento alimentar: o Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) e o Three Factor Eating Questionnaire (TFEQ-R21). Dois padrões de comportamento alimentar foram determinados por análise de cluster a partir das questões do TFEQ-R21 e as características dos pacientes de acordo com o padrão foram comparadas pelos testes estatísticos apropriados. Modelos de regressão linear foram construídos para investigar a associação entre comportamento alimentar e desfechos de saúde (variável dependente), com ajuste para possíveis variáveis confundidoras. P<0,05 (bi-caudal) foi considerado significativo. Estudo aprovado pelo CEP GPPG/HCPA (2020-0654). Resultados: Foram avaliados 238 pacientes, sendo: 81,5% da atenção especializada, 61,3% mulheres, com 61 anos (53-65), duração do diabetes de 16 + 10 anos e valores de HbA1c = 8,5% + 1,5. Dois padrões de comportamento alimentar foram identificados: pacientes com comportamento alimentar habitual para o diabetes e pacientes com comportamento alimentar disfuncional (comer emocional/descontrole alimentar). Pacientes com padrão de comportamento disfuncional eram mais jovens, usavam mais antidepressivos, apresentaram pior controle glicêmico, maiores valores de triglicerídeos e índice de massa corporal (IMC), e menores escores (total e subescalas) na IES-2, quando comparados com os pacientes do padrão de comportamento usual para o diabetes (P<0,05 para todas análises). O padrão de comportamento disfuncional foi associado a menores escores de comer intuitivo e maiores valores de IMC, após ajuste para idade, sedentarismo e uso de antidepressivos. O aumento de 10 pontos na subescala de comer emocional do TFEQ foi inversamente associado com CI e positivamente associado com IMC e HbA1c, após ajuste para as mesmas variáveis confundidoras. Conclusão: Nesta amostra de pacientes ambulatoriais com DM2, comportamento alimentar disfuncional (especialmente comer emocional) foi associado a menor predisposição ao CI e maiores valores de IMC, quando comparado com pacientes com comportamento alimentar habitual para o diabetes.
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Métodos: Estudo transversal com pacientes com DM2 atendidos na atenção primária (UBS Santa Cecília) e em ambulatório especializado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes foram submetidos a avaliação de estilo de vida, antropométrica e laboratorial, além de responderem a dois questionários sobre comportamento alimentar: o Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) e o Three Factor Eating Questionnaire (TFEQ-R21). Dois padrões de comportamento alimentar foram determinados por análise de cluster a partir das questões do TFEQ-R21 e as características dos pacientes de acordo com o padrão foram comparadas pelos testes estatísticos apropriados. Modelos de regressão linear foram construídos para investigar a associação entre comportamento alimentar e desfechos de saúde (variável dependente), com ajuste para possíveis variáveis confundidoras. P<0,05 (bi-caudal) foi considerado significativo. Estudo aprovado pelo CEP GPPG/HCPA (2020-0654). Resultados: Foram avaliados 238 pacientes, sendo: 81,5% da atenção especializada, 61,3% mulheres, com 61 anos (53-65), duração do diabetes de 16 + 10 anos e valores de HbA1c = 8,5% + 1,5. Dois padrões de comportamento alimentar foram identificados: pacientes com comportamento alimentar habitual para o diabetes e pacientes com comportamento alimentar disfuncional (comer emocional/descontrole alimentar). Pacientes com padrão de comportamento disfuncional eram mais jovens, usavam mais antidepressivos, apresentaram pior controle glicêmico, maiores valores de triglicerídeos e índice de massa corporal (IMC), e menores escores (total e subescalas) na IES-2, quando comparados com os pacientes do padrão de comportamento usual para o diabetes (P<0,05 para todas análises). O padrão de comportamento disfuncional foi associado a menores escores de comer intuitivo e maiores valores de IMC, após ajuste para idade, sedentarismo e uso de antidepressivos. O aumento de 10 pontos na subescala de comer emocional do TFEQ foi inversamente associado com CI e positivamente associado com IMC e HbA1c, após ajuste para as mesmas variáveis confundidoras. Conclusão: Nesta amostra de pacientes ambulatoriais com DM2, comportamento alimentar disfuncional (especialmente comer emocional) foi associado a menor predisposição ao CI e maiores valores de IMC, quando comparado com pacientes com comportamento alimentar habitual para o diabetes.Introduction: Weight loss has a positive impact in metabolic control in type 2 diabetes mellitus (T2DM) patients. However, long-term weight management through traditional lifestyle modification strategies has shown to be challenging. New non-diet approaches, such as Intuitive Eating, have been proposed, targeting long-lasting eating behavior changes. Though, it should be explored in a T2DM context. Aim: To evaluate the possible association between eating behaviors, intuitive eating, and health outcomes in outpatients with T2DM. Methods: This cross-sectional study was conducted in outpatients with T2DM attended in primary or secondary care of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil. Patients underwent clinical, anthropometric, lifestyle, and eating behavior evaluation [Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) and Three Factor Eating Questionnaire (TFEQ-R21)]. Eating behavior patterns were determined through a cluster analysis based on TFEQ-R21 questions and their characteristics were compared by appropriate tests. Models of logistic regression were used to investigate a possible association between eating behavior patterns and health outcomes (dependent variable), after adjusting for variable confounders. P<0.05 (2-tailed) was considered statistically significant. This study was approved by the Hospital’s Ethics Committee (2020-0654). Results: A total of 238 patients were evaluated: 81.5% attended specialized care, 61.3% female, 61 (53-65) years, diabetes duration of 16 ± 10 years, and HbA1c values of 8.5% ± 1.5. Two eating behavior patterns were defined by cluster analysis: a "usual eating pattern to diabetes" and a "disordered eating pattern" (high scores in emotional eating/uncontrolled eating). Patients in the disordered eating pattern were younger, used more psychiatric medication, had a worse glycemic control, higher serum triglycerides and body mass index (BMI), and lower IES-2 scores (total and subscales scores), when compared with patients in the usual pattern to diabetes (P<0.05). The disordered eating pattern was associated with lower IES-2 total scores and higher BMI , after adjusting to age, sedentary lifestyle and psychiatric medication use. Additionally, the increase of 10-points in the emotional eating subscale score was inversely associated with IES-2 total scores and positively associated with BMI values, after adjusting to the same confounders. Conclusion: In this sample of T2DM outpatients, disordered eating pattern (especially emotional eating) was associated with lower intuitive eating and higher BMI values, when compared to patients with usual diabetes eating pattern.application/pdfporDiabetes mellitus tipo 2Comer intuitivoComportamento alimentarÍndice de massa corporalType 2 diabetes mellitusIntuitive eatingEating behaviorBody mass indexRelação entre padrão de comportamento alimentar disfuncional e o comer intuitivo em pacientes com DM tipo 2 ambulatoriaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2023Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001167714.pdf.txt001167714.pdf.txtExtracted Texttext/plain100617http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258630/2/001167714.pdf.txt663f2767da73da8c8b62e2177ec7f2e4MD52ORIGINAL001167714.pdfTexto parcialapplication/pdf2295413http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258630/1/001167714.pdfc0f06c0cb1cd7e548f0a7f93de9f78f7MD5110183/2586302023-05-27 03:44:44.025906oai:www.lume.ufrgs.br:10183/258630Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-05-27T06:44:44Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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