Fluxo de leitura e tradução de mangás : obstáculos editoriais
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Publication Date: | 2019 |
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Source: | Repositório Institucional da UFRGS |
Download full: | http://hdl.handle.net/10183/204511 |
Summary: | Neste trabalho pretendo analisar o sentido de leitura oriental dos quadrinhos japoneses, mangás, e como ele pode interferir no processo de tradução devido às especificidades estruturais da obra que estão diretamente relacionadas à estrutura da língua japonesa. Mangá é um tipo de obra articulada junto a uma língua cujo sistema de escrita possui ideogramas e sentido de leitura vertical da direita para esquerda, contrastando duplamente com o sistema ocidental que é horizontal e da esquerda para direita. Assim, no caso de manter-se fiel à ordem dos quadros, tem-se um sentido de leitura dentro dos balões de fala (da esquerda para direita) que é inverso ao sentido de leitura fora dele, entre os quadros (da direita para esquerda) e a adequação do nosso sistema de escrita a esse espaço pré-determinado é ainda mais dificultada pela diferença do número de caracteres utilizado no sistema fonético do português. Pela teoria das deformações de Berman (2012), seria possível perceber essa dificuldade na tradução do gênero como uma deformação, destruição, do ritmo do texto. Foi justamente essa distorção no ritmo do texto do mangá, abrigando sistemas de escrita incompatíveis com sua estrutura, que ocasionou a insegurança editorial das primeiras publicações do gênero no Ocidente. |
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Silva, Greice Luize Schaefer daCunha, Andrei dos Santos2020-01-17T04:10:57Z20191807-9873http://hdl.handle.net/10183/204511001107917Neste trabalho pretendo analisar o sentido de leitura oriental dos quadrinhos japoneses, mangás, e como ele pode interferir no processo de tradução devido às especificidades estruturais da obra que estão diretamente relacionadas à estrutura da língua japonesa. Mangá é um tipo de obra articulada junto a uma língua cujo sistema de escrita possui ideogramas e sentido de leitura vertical da direita para esquerda, contrastando duplamente com o sistema ocidental que é horizontal e da esquerda para direita. Assim, no caso de manter-se fiel à ordem dos quadros, tem-se um sentido de leitura dentro dos balões de fala (da esquerda para direita) que é inverso ao sentido de leitura fora dele, entre os quadros (da direita para esquerda) e a adequação do nosso sistema de escrita a esse espaço pré-determinado é ainda mais dificultada pela diferença do número de caracteres utilizado no sistema fonético do português. Pela teoria das deformações de Berman (2012), seria possível perceber essa dificuldade na tradução do gênero como uma deformação, destruição, do ritmo do texto. Foi justamente essa distorção no ritmo do texto do mangá, abrigando sistemas de escrita incompatíveis com sua estrutura, que ocasionou a insegurança editorial das primeiras publicações do gênero no Ocidente.In this work I intend to analyze the East Asian reading orientation of the Japanese comics, manga, and how it can interfere in the translation process due to the structural specificities of these comics that are directly related to the Japanese language structure. Manga is a type of artistic work articulated next to a language whose writing system has ideograms and vertical reading orientation, from right to left, contrasting with the western system that is horizontal and from left to right. Thus, if the translation remains faithful to the order of the panels, it has a sense of reading inside the speech bubble (from left to right) which is the opposite of the reading direction between panels (from right to left) and the adequacy of our writing system to this predetermined space is further hampered by the difference in the number of characters used in the Portuguese phonetic system. . According to Berman's translation theory of deformations (2012), it would be possible to perceive this difficulty in the translation of the genre as a deformation of the rhythm of the text. It was precisely this distortion in the rhythm of the manga text, dealing with foreign writing systems incompatible with its original structure, which caused the editorial insecurity of the first translated publications of the genre in the West.application/pdfporCadernos de tradução (Porto Alegre). Porto Alegre, RS. Nesp (2019), p. 123-135LeituraTraduçãoMangáLíngua japonesaTranslationComic booksJapanese languageMangaFluxo de leitura e tradução de mangás : obstáculos editoriaisinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001107917.pdf.txt001107917.pdf.txtExtracted Texttext/plain29657http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204511/2/001107917.pdf.txtf2142fcc6718707633cb37a827b7ebdaMD52ORIGINAL001107917.pdfTexto completoapplication/pdf1044455http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204511/1/001107917.pdfd4507a8d66c0f498b0b855b67e05d5c2MD5110183/2045112023-09-21 03:41:00.644293oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204511Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-09-21T06:41Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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