A indústria de motocicletas no Brasil : estrutura, concentração e concorrência no período 2003-2022

• Autor(a) principal: Capra, Alexandre Luís Fernandes
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/273873
• topic: Indústria : Brasil; Competitividade; Motorcycle industry; Market concentration; Industrial competition; Porter’s Five Forces

O estudo buscou analisar a estrutura, grau de concentração e a concorrência existente na indústria brasileira de motocicletas no período 2003-2022. Para isso, foi utilizada uma abordagem qualitativa e quantitativa através do paradigma Estrutura, Conduta e Desempenho e das cinco Forças de Porter. Por meio dos dados de emplacamento anual de motos novas, obtidos dos anuários da FENABRAVE, foi possível calcular índices de concentração. Estes índices demonstraram que o mercado brasileiro de motocicletas é altamente concentrado, com Honda e a Yamaha representaram mais de 90% de todas as motocicletas emplacadas no Brasil em 2022. Estas duas empresas detiveram mais de 80% do mercado em todos os anos de 2003 a 2022. Portanto, essas empresas têm considerável poder de mercado, se apresentando como um duopólio. Devido ao aquecimento do mercado no início dos anos 2000, houve diversas empresas entrantes. Essas novas competidoras não conseguiram enfraquecer o duopólio nas categorias de motocicletas de baixa cilindrada e baixo preço. No entanto, nas categorias de nicho, motos de alta cilindrada e alto preço, houve sucesso de algumas empresas em desbancar a Honda e a Yamaha, com destaque para BMW, Harley-Davidson e Kawasaki. Como resultado, as categorias de motos de menor valor são mais concentradas que as de motos de maior valor. A análise de Porter identificou que a ameaça de entrantes foi relevante, especialmente nos nichos de alto valor, mas as firmas estabelecidas ainda contam com grandes vantagens competitivas. O poder de barganha de fornecedores e consumidores é baixo. Por outro lado, a ameaça de substitutos foi relevante ao se considerar motos usadas como alternativa à compra de motos novas. Por fim, a maior fonte de competição no mercado foi a rivalidade entre os competidores existentes. Essa rivalidade aumentou porque a Yamaha começou a competir diretamente contra a Honda nas categorias de menor valor, enquanto nas categorias de maior valor, as entrantes empregaram estratégias de diferenciação. Embora a competição entre as empresas existentes consiga evitar um monopólio puro, o mercado é caracterizado pela presença de oligopólios altamente concentrados. Portanto, o estudo encontrou que há algum grau de poder de mercado em todas as categorias da indústria brasileira de motocicletas durante o período 2003 a 2022.