Racismo institucional e a norma antidiscriminatória : desafios e perspectivas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/279090 |
Resumo: | Este trabalho de conclusão de curso aborda a temática acerca da relação entre a legislação que criminaliza o racismo e as práticas discriminatórias enraizadas nas instituições brasileiras, especialmente as de controle penal. Embora se reconheça a complexidade e profundidade da questão que envolve o racismo institucional, devido a forma como está enraizado na história e na sociedade, é imperativo e anacrônico debater sobre o assunto. Para compreender sua dinâmica, explora-se diferentes aspectos, desde suas origens até as estratégias para combatê-lo. Partindo do pressuposto de que o racismo nas Américas tem raízes históricas profundas, entende-se que uma delas é o sistema de castas indiano. A Índia, com seu sistema de castas baseado no hinduísmo, oferece insights valiosos sobre como as categorias raciais se desenvolvem e se perpetuam. A análise de casos específicos, como os dalits (considerados intocáveis) e os descendentes de escravos africanos em diáspora, revela inter-relações e entrelaçamentos na construção das categorias raça e casta. Historicamente, o racismo foi usado para justificar a escravidão e a exclusão social dos negros em todas as colônias europeias, inclusive no Brasil. Após a abolição da escravatura em 1888, o racismo continuou a ser amplamente difundido na sociedade brasileira, afetando áreas como mercado de trabalho, educação, saúde e segurança pública. A Constituição Federal de 1988 finalmente criminalizou o racismo no Brasil, estabelecendo penas para a prática de discriminação racial ou étnica. A Lei nº 7.716/89 define o racismo como crime inafiançável e imprescritível, com penas de reclusão. No entanto, ainda há desafios, como a subnotificação de casos de racismo, a falta de efetividade das penas e o racismo institucional. O combate ao racismo requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo educação, conscientização e promoção da igualdade racial. Como resposta às idiossincrasias institucionais, o Direito Antidiscriminatório, se coloca como alternativa ao enfrentamento ao racismo, visando reduzir desigualdades discriminatórias, promovendo relações baseadas na equidade. Ele não só se propõe como ferramenta de solução a médio prazo, mas a logo também. Por isso, dentro das universidades, o engajamento nesse campo do saber é crucial. Os futuros juristas devem estar preparados para atuar de forma ética e transformadora. A mudança de paradigma requer conscientização, pesquisa e ações concretas, visando a uma sociedade mais inclusiva e equitativa. |
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Campos, Lizaura Tuani Pereira deCosta, Ana Paula Motta2024-09-25T06:41:40Z2024http://hdl.handle.net/10183/279090001210899Este trabalho de conclusão de curso aborda a temática acerca da relação entre a legislação que criminaliza o racismo e as práticas discriminatórias enraizadas nas instituições brasileiras, especialmente as de controle penal. Embora se reconheça a complexidade e profundidade da questão que envolve o racismo institucional, devido a forma como está enraizado na história e na sociedade, é imperativo e anacrônico debater sobre o assunto. Para compreender sua dinâmica, explora-se diferentes aspectos, desde suas origens até as estratégias para combatê-lo. Partindo do pressuposto de que o racismo nas Américas tem raízes históricas profundas, entende-se que uma delas é o sistema de castas indiano. A Índia, com seu sistema de castas baseado no hinduísmo, oferece insights valiosos sobre como as categorias raciais se desenvolvem e se perpetuam. A análise de casos específicos, como os dalits (considerados intocáveis) e os descendentes de escravos africanos em diáspora, revela inter-relações e entrelaçamentos na construção das categorias raça e casta. Historicamente, o racismo foi usado para justificar a escravidão e a exclusão social dos negros em todas as colônias europeias, inclusive no Brasil. Após a abolição da escravatura em 1888, o racismo continuou a ser amplamente difundido na sociedade brasileira, afetando áreas como mercado de trabalho, educação, saúde e segurança pública. A Constituição Federal de 1988 finalmente criminalizou o racismo no Brasil, estabelecendo penas para a prática de discriminação racial ou étnica. A Lei nº 7.716/89 define o racismo como crime inafiançável e imprescritível, com penas de reclusão. No entanto, ainda há desafios, como a subnotificação de casos de racismo, a falta de efetividade das penas e o racismo institucional. O combate ao racismo requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo educação, conscientização e promoção da igualdade racial. Como resposta às idiossincrasias institucionais, o Direito Antidiscriminatório, se coloca como alternativa ao enfrentamento ao racismo, visando reduzir desigualdades discriminatórias, promovendo relações baseadas na equidade. Ele não só se propõe como ferramenta de solução a médio prazo, mas a logo também. Por isso, dentro das universidades, o engajamento nesse campo do saber é crucial. Os futuros juristas devem estar preparados para atuar de forma ética e transformadora. A mudança de paradigma requer conscientização, pesquisa e ações concretas, visando a uma sociedade mais inclusiva e equitativa.Este trabajo de fin de curso aborda la temática de la relación entre la legislación que criminaliza el racismo y las prácticas discriminatorias arraigadas en las instituciones brasileñas, especialmente las relacionadas con el control penal. Si bien se reconoce la complejidad y profundidad del tema que involucra el racismo institucional, por su arraigo en la historia y la sociedad, resulta imperativo y anacrónico debatir el tema. Para comprender su dinámica se exploran diferentes aspectos, desde sus orígenes hasta estrategias para combatirla. Suponiendo que el racismo en las Américas tiene profundas raíces históricas, se entiende que una de ellas es el sistema de castas indio. India, con su sistema de castas de base hindú, ofrece información valiosa sobre cómo se desarrollan y perpetúan las categorías raciales. El análisis de casos específicos, como el de los dalits (considerados intocables) y los descendientes de esclavos africanos en la diáspora, revela interrelaciones y entrelazamientos en la construcción de las categorías de raza y casta. Históricamente, el racismo se utilizó para justificar la esclavitud y la exclusión social de los negros en todas las colonias europeas, incluido Brasil. Después de la abolición de la esclavitud en 1888, el racismo siguió estando generalizado en la sociedad brasileña, afectando áreas como el mercado laboral, la educación, la salud y la seguridad pública. La Constitución Federal de 1988 finalmente criminalizó el racismo en Brasil, estableciendo sanciones por la práctica de discriminación racial o étnica. La Ley nº 7.716/89 define el racismo como un delito imprescriptible y no sujeta a fianza, con penas de prisión. Sin embargo, aún existen desafíos, como la falta de denuncia de casos de racismo, la falta de efectividad de las penas y el racismo institucional. La lucha contra el racismo requiere un enfoque multidisciplinario que incluya educación, sensibilización y promoción de la igualdad racial. Como respuesta a las idiosincrasias institucionales, la Ley Antidiscriminación se erige como una alternativa para enfrentar el racismo, apuntando a reducir las desigualdades discriminatorias, promoviendo relaciones basadas en la equidad. No sólo se propone como una herramienta de solución a medio plazo, sino también próximamente. Por lo tanto, dentro de las universidades, la participación en este campo del conocimiento es crucial. Los futuros juristas deben estar preparados para actuar de manera ética y transformadora. Cambiar el paradigma requiere concientización, investigación y acciones concretas, apuntando a una sociedad más inclusiva y equitativa.application/pdfporRacismo institucionalRacismoDiscriminação racialImaginário socialRacismoSistema de castasRacismo institucionalDiscriminación racialImaginario socialRacismo institucional e a norma antidiscriminatória : desafios e perspectivasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2024Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001210899.pdf.txt001210899.pdf.txtExtracted Texttext/plain117608http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/279090/2/001210899.pdf.txtcc959c5e0dabed50aeec801d32b0aa10MD52ORIGINAL001210899.pdfTexto completoapplication/pdf443556http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/279090/1/001210899.pdfc77bc5ea83a0a05f7d7f2972372dce5aMD5110183/2790902024-09-26 06:37:42.981491oai:www.lume.ufrgs.br:10183/279090Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-09-26T09:37:42Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Este trabalho de conclusão de curso aborda a temática acerca da relação entre a legislação que criminaliza o racismo e as práticas discriminatórias enraizadas nas instituições brasileiras, especialmente as de controle penal. Embora se reconheça a complexidade e profundidade da questão que envolve o racismo institucional, devido a forma como está enraizado na história e na sociedade, é imperativo e anacrônico debater sobre o assunto. Para compreender sua dinâmica, explora-se diferentes aspectos, desde suas origens até as estratégias para combatê-lo. Partindo do pressuposto de que o racismo nas Américas tem raízes históricas profundas, entende-se que uma delas é o sistema de castas indiano. A Índia, com seu sistema de castas baseado no hinduísmo, oferece insights valiosos sobre como as categorias raciais se desenvolvem e se perpetuam. A análise de casos específicos, como os dalits (considerados intocáveis) e os descendentes de escravos africanos em diáspora, revela inter-relações e entrelaçamentos na construção das categorias raça e casta. Historicamente, o racismo foi usado para justificar a escravidão e a exclusão social dos negros em todas as colônias europeias, inclusive no Brasil. Após a abolição da escravatura em 1888, o racismo continuou a ser amplamente difundido na sociedade brasileira, afetando áreas como mercado de trabalho, educação, saúde e segurança pública. A Constituição Federal de 1988 finalmente criminalizou o racismo no Brasil, estabelecendo penas para a prática de discriminação racial ou étnica. A Lei nº 7.716/89 define o racismo como crime inafiançável e imprescritível, com penas de reclusão. No entanto, ainda há desafios, como a subnotificação de casos de racismo, a falta de efetividade das penas e o racismo institucional. O combate ao racismo requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo educação, conscientização e promoção da igualdade racial. Como resposta às idiossincrasias institucionais, o Direito Antidiscriminatório, se coloca como alternativa ao enfrentamento ao racismo, visando reduzir desigualdades discriminatórias, promovendo relações baseadas na equidade. Ele não só se propõe como ferramenta de solução a médio prazo, mas a logo também. Por isso, dentro das universidades, o engajamento nesse campo do saber é crucial. Os futuros juristas devem estar preparados para atuar de forma ética e transformadora. A mudança de paradigma requer conscientização, pesquisa e ações concretas, visando a uma sociedade mais inclusiva e equitativa. |
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