Das travessuras à docilidade : manisfestações da criança em tempos de medicalização
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/169029 |
Resumo: | A infância pode ser compreendida como um tempo da vida de um sujeito, no qual se sobressai a imaturidade física e psíquica. A referida condição aponta uma série de trabalhos a serem realizados a partir da rede de relações interpessoais e sociais que tecem o cenário no qual se insere o pequeno sujeito. Podemos considerar que se constitui como um tempo em que a estruturação psíquica encontra-se em processo, o que lhe caracteriza como não decidida. As especificidades que dificultam sua afirmação ou confirmação parecem ser esquecidas na atualidade, onde vemos, com freqüência, a propagação de diagnósticos atribuídos a crianças de todas as idades. Não raras vezes, o diagnóstico é acompanhado de intervenções psicotrópicas. Tais práticas, nomeadas como patologização da infância e medicalização, ultrapassam o âmbito clínico, incidindo também desde o apelo social e do contexto escolar. Dessa maneira, a partir de uma vivência profissional em uma escola de educação infantil, a presente monografia buscou problematizar, desde uma analise crítica, o avanço dos diagnósticos e da medicalização sobre a infância. Para a construção desse percurso, buscamos momentos da história envolvidos na passagem para Modernidade e no reconhecimento à infância como uma fase da vida, bem como aportes da Psicanálise para compreender a condição da criança e os elementos envolvidos nos referidos fenômenos. Foi possível perceber a importância de priorizar um olhar atento à singularidade das manifestações de cada criança, o qual possa compreendê-las dentro do contexto onde se produzem. Nessa perspectiva, ressaltamos o tamponamento que pode ser produzido pelo medicamento, impossibilitando a criança de construir respostas criativas aos impasses próprios a sua estruturação psíquica. |
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Machado, Amanda PachecoGurski, Rose2017-09-28T02:28:39Z2017http://hdl.handle.net/10183/169029001046507A infância pode ser compreendida como um tempo da vida de um sujeito, no qual se sobressai a imaturidade física e psíquica. A referida condição aponta uma série de trabalhos a serem realizados a partir da rede de relações interpessoais e sociais que tecem o cenário no qual se insere o pequeno sujeito. Podemos considerar que se constitui como um tempo em que a estruturação psíquica encontra-se em processo, o que lhe caracteriza como não decidida. As especificidades que dificultam sua afirmação ou confirmação parecem ser esquecidas na atualidade, onde vemos, com freqüência, a propagação de diagnósticos atribuídos a crianças de todas as idades. Não raras vezes, o diagnóstico é acompanhado de intervenções psicotrópicas. Tais práticas, nomeadas como patologização da infância e medicalização, ultrapassam o âmbito clínico, incidindo também desde o apelo social e do contexto escolar. Dessa maneira, a partir de uma vivência profissional em uma escola de educação infantil, a presente monografia buscou problematizar, desde uma analise crítica, o avanço dos diagnósticos e da medicalização sobre a infância. Para a construção desse percurso, buscamos momentos da história envolvidos na passagem para Modernidade e no reconhecimento à infância como uma fase da vida, bem como aportes da Psicanálise para compreender a condição da criança e os elementos envolvidos nos referidos fenômenos. Foi possível perceber a importância de priorizar um olhar atento à singularidade das manifestações de cada criança, o qual possa compreendê-las dentro do contexto onde se produzem. Nessa perspectiva, ressaltamos o tamponamento que pode ser produzido pelo medicamento, impossibilitando a criança de construir respostas criativas aos impasses próprios a sua estruturação psíquica.Childhood can be understood as a lifetime of a subject, in which physical and psychic immaturity stands out. The mentioned condition indicates a series of works to be realized from the network of interpersonal and social relations that weave the scenario in which the small subject is inserted. We can consider that it is constituted as a time when the psychic structuring of the subject is in process, which characterizes him as not decided. The specificities that make it difficult to affirm or confirm seem to be forgotten today, where we often see the spread of diagnoses attributed to children of all ages. Not infrequently, the diagnosis is accompanied by psychotropic interventions. These practices, named as pathologization of childhood and medicalization, go beyond the clinical scope, also focusing on the social appeal and the school context. Hence, from a professional experience in a nursery school, this monograph has sought to problematize, from a critical analysis, the advancement of diagnoses and medicalization on childhood. In order to construct this path, we search for moments of history involved in the passage to Modernity and in the recognition of childhood, as well as contributions from psychoanalysis to understand the condition of the child and the elements involved in the mentioned phenomena. It was possible to perceive the importance of prioritizing an attentive look at the singularity of the manifestations of each child, which can understand them within the context where they occur. From this perspective, we emphasize the tamponade that can be produced by the medicine, making it impossible for the child to construct creative answers to the impasses proper to his psychic structuring.application/pdfporInfânciaMedicalizaçãoChildhoodMedicalizationPsychoanalysisDas travessuras à docilidade : manisfestações da criança em tempos de medicalizaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPorto Alegre, BR-RS2017especializaçãoCurso de Especialização em Intervenção Psicanalítica na Clínica da Infância e Adolescênciainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001046507.pdf001046507.pdfTexto completoapplication/pdf325104http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169029/1/001046507.pdfd1e2900ac4b7b1b9ffffc42e74f4d238MD51TEXT001046507.pdf.txt001046507.pdf.txtExtracted Texttext/plain62983http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169029/2/001046507.pdf.txtb51fffd645cdfb67e96d7d1d8b6e4bcbMD52THUMBNAIL001046507.pdf.jpg001046507.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1013http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169029/3/001046507.pdf.jpgae6118f5d77554aad2479aefa7fa99f5MD5310183/1690292018-10-29 07:59:02.675oai:www.lume.ufrgs.br:10183/169029Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-29T10:59:02Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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