Avaliação e intervenção em caso com transtorno do espectro autista e hiperlexia : linguagem, habilidades sociocomunicativas e brincadeira simbólica

• Autor(a) principal: Beria, Francielle Machado
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/236667
• topic: Transtorno do espectro autista; Distúrbios da aprendizagem; Intervenção; Autism Spectrum Disorder; Social-communicative skills; Symbolic play; Intervention; Assessment

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurodesenvolvimental que se caracteriza por prejuízos na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades, tendo uma apresentação clínica heterogênea. Uma das condições que pode ocorrer em crianças com TEA é a hiperlexia, que é caracterizada por altas habilidades de decodificação de palavras de forma precoce, mas baixa compreensão. Tendo em vista a importância da avaliação e intervenção individualizada no TEA e a sua crescente prevalência, o presente estudo teve como objetivo realizar um psicodiagnóstico em uma criança com TEA e hiperlexia, assim como uma intervenção de curta duração focada em habilidades sociocomunicativas e brincadeira simbólica. O psicodiagnóstico buscou avaliar comportamentos e marcadores desenvolvimentais presentes no TEA, assim como avaliar a linguagem e o QI. O processo de avaliação consistiu na aplicação de diferentes instrumentos e técnicas com o paciente e familiar, ocorrendo em oito sessões (sessões 1 a 8). A intervenção consistiu em seis sessões (sessões 9 a 14) com foco em brincadeira simbólica, habilidades comunicativas (presentes em todas as sessões), incluindo troca de turnos (sessões 12, 13 e 14) e leitura de livro infantil (sessões 13 e 14). Para avaliação pré e pós intervenção do desenvolvimento infantil, incluindo habilidades sociocomunicativas, foi utilizado o inventário IDADI, que compreende sete domínios: Cognitivo (Cog), Motricidade Ampla (MA) e Fina (MF), Comunicação e Linguagem Expressiva (CLE) e Receptiva (CLR), S ocioemocional (SE) e Comportamento Adaptativo (CA). Foram analisados os escores brutos e os padronizados. Para avaliação qualitativa, foi realizada uma entrevista semi-estruturada (sessão 15), analisada conforme a Análise de Conteúdo. Os resultados do psicodiagnóstico oferecem dados que corroboram a hipótese diagnóstica de TEA e um perfil hiperléxico, com habilidades de vocabulário expressivo oral preservado. Os resultados da análise quantitativa da intervenção apontaram para uma melhora nos Domínios CLR, SE e CA e diminuição do Domínio MA do IDADI, enquanto os resultados da análise qualitativa apontaram para uma melhora significativa em todos os domínios. Assim, o resultado da avaliação contribui para a compreensão do perfil do paciente, possibilitando delinear estratégias de intervenção. Apesar do número reduzido de sessões e pelo espaçamento entre elas, os resultados da análise qualitativa refletiram a importância de uma intervenção facada e individualizada, que parece trazer resultados positivos tanto para a família quanto para o paciente.