Entre a tradição e a modernidade : o novo fado da banda deolinda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Delazzeri, Giulia Menegat
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/181445
Resumo: Esta pesquisa versa sobre o gênero cancional português de maior expressão identitária em sua acepção mais moderna. Assim, falar de um novo fado pressupõe compreender, primeiramente, uma estética tradicional e canonizada, associada a um Portugal mais medievalista, pouco industrializado e fechado globalmente. Em um segundo momento, priorizou-se localizar as ondas de transformação que o país testemunhou nas últimas décadas, com pontual destaque para a entrada na dinâmica europeia. A partir de então, o contato com o outro forjou a urgente necessidade de reinventar-se e repensar-se enquanto nação e, igualmente, refletir a imagem que os portugueses têm sobre si mesmos. Se já não mais se tratava de um Portugal cantado por Amália Rodrigues, a canção popular, de mesmo modo, foi motivada a acompanhar esse movimento ou fadar-se a gênero folclórico e antiquado. Nesse sentido, atuais nomes da música lusitana vêm imprimindo às suas entoações uma abordagem moderna. A Deolinda, banda formada em 2006, pautou seu fado na alegria, na tematização e trato de personagens do imaginário cotidiano lisboeta e nas palavras de ordem. Trazem em sua constituição diversos elementos de ruptura com as performances tradicionais ao mesmo tempo que mantém traços característicos. Por fim, também é parte deste trabalho a análise aprofundada de duas canções do conjunto –– “Movimento Perpétuo Associativo” e “Canção ao Lado”, ambas do álbum de estreia Canção ao Lado (2008)–– a fim de elucidar algumas questões aqui abordadas. A pesquisa revelou que o mote dos Deolindas não é, de todo, revolucionar o fado de maneira estritamente vanguardista, mas sim trazê-lo ao Portugal contemporâneo e emergente.
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