Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jacobs, Maciel Gilmar
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/66302
Resumo: A Suíte Encruzilhada do Sul ocorre na porção norte-noroeste do Batólito Pelotas como um corpo contínuo e alongado na direção N30oE. A suíte é composta dominantemente por rochas graníticas, com ocorrência subordinada de corpos dioríticos e de enclaves microgranulares. As relações de contato entre as rochas graníticas e máficas observadas em campo são caracterizadas por estruturas que identificam a mistura física e química entre estes dois termos composicionais. Para investigar a evolução petrológica deste magmatismo bimodal foram realizados estudos petrográficos e litoquímicos. Os granitos possuem composição monzogranítica com textura heterogranular grossa nas porções centrais do corpo, gradando para termos porfiríticos de matriz média nas porções de bordo do corpo. A mineralogia é caracterizada por elevado percentual de megacristais de K-feldspato com tamanhos entre 2 a 5 cm imersos em matriz equigranular média a grossa rica em quartzo, teores variáveis de plagioclásio e biotita, apatita, zircão e minerais opacos como acessórios. As rochas máficas ocorrem de modo mais abundante associadas à fácies porfirítica, localizada nas porções de bordo da suíte. Composicionalmente são caracterizadas por dioritos, quartzo-dioritos e tonalitos com textura equigranular fina a média. Ocorrem raros corpos de dioritos com formas elípticas a circulares com alguns metros a dezenas de metros de diâmetro. Mais comumente constituem enclaves microgranulares com formas elípticas, circulares e irregulares, que variam entre centímetros e metros de diâmetro. Menos frequente mostram formas tabulares com extensões de dezenas de metros. A composição mineral é constituída por plagioclásio, biotita, hornblenda, clinopiroxênio e, subordinadamente, K- feldspato e quartzo, estes últimos como xenocristais. O contato entre os termos máficos e graníticos indica ocorrência de mistura entre magmas, constatado nas estruturas e texturas geradas pelo processo de hibridização (magma mixing) e de mistura física (magma mingling). A hibridização forma tipos petrográficos intermediários, com textura equigranular média a porfirítica, teores variáveis de biotita e hornblenda. Os dados petrográficos e geoquímicos obtidos indicam que os granitos representam um magma da série alcalina potássica, enquanto as rochas máficas derivam de um magma básico de composição toleítica. A interação entre estes magmas resultou em termos híbridos que apresentam composição intermediária com relação aos magmas ácidos e básicos. A geração desta suíte granítica está associada provavelmente a um episódio de movimentação extensional da Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu em período posterior ao pico do metamorfismo colisional. Esta estrutura atingiu grandes profundidades, provocando a fusão do manto e canalizando a ascensão do magma básico. A interação do calor mantélico e deste magma provoca a fusão parcial da crosta, representada pelos ortognaisses granulíticos do Complexo Arroio dos Ratos e por paragnaisses do Complexo Várzea do Capivarita, com a geração do magmatismo da Suíte Encruzilhada do Sul.
id UFRGS-2_770a017033052a753347de5c522277f9
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/66302
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Jacobs, Maciel GilmarKoester, Edinei2013-02-07T01:40:07Z2012http://hdl.handle.net/10183/66302000871068A Suíte Encruzilhada do Sul ocorre na porção norte-noroeste do Batólito Pelotas como um corpo contínuo e alongado na direção N30oE. A suíte é composta dominantemente por rochas graníticas, com ocorrência subordinada de corpos dioríticos e de enclaves microgranulares. As relações de contato entre as rochas graníticas e máficas observadas em campo são caracterizadas por estruturas que identificam a mistura física e química entre estes dois termos composicionais. Para investigar a evolução petrológica deste magmatismo bimodal foram realizados estudos petrográficos e litoquímicos. Os granitos possuem composição monzogranítica com textura heterogranular grossa nas porções centrais do corpo, gradando para termos porfiríticos de matriz média nas porções de bordo do corpo. A mineralogia é caracterizada por elevado percentual de megacristais de K-feldspato com tamanhos entre 2 a 5 cm imersos em matriz equigranular média a grossa rica em quartzo, teores variáveis de plagioclásio e biotita, apatita, zircão e minerais opacos como acessórios. As rochas máficas ocorrem de modo mais abundante associadas à fácies porfirítica, localizada nas porções de bordo da suíte. Composicionalmente são caracterizadas por dioritos, quartzo-dioritos e tonalitos com textura equigranular fina a média. Ocorrem raros corpos de dioritos com formas elípticas a circulares com alguns metros a dezenas de metros de diâmetro. Mais comumente constituem enclaves microgranulares com formas elípticas, circulares e irregulares, que variam entre centímetros e metros de diâmetro. Menos frequente mostram formas tabulares com extensões de dezenas de metros. A composição mineral é constituída por plagioclásio, biotita, hornblenda, clinopiroxênio e, subordinadamente, K- feldspato e quartzo, estes últimos como xenocristais. O contato entre os termos máficos e graníticos indica ocorrência de mistura entre magmas, constatado nas estruturas e texturas geradas pelo processo de hibridização (magma mixing) e de mistura física (magma mingling). A hibridização forma tipos petrográficos intermediários, com textura equigranular média a porfirítica, teores variáveis de biotita e hornblenda. Os dados petrográficos e geoquímicos obtidos indicam que os granitos representam um magma da série alcalina potássica, enquanto as rochas máficas derivam de um magma básico de composição toleítica. A interação entre estes magmas resultou em termos híbridos que apresentam composição intermediária com relação aos magmas ácidos e básicos. A geração desta suíte granítica está associada provavelmente a um episódio de movimentação extensional da Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu em período posterior ao pico do metamorfismo colisional. Esta estrutura atingiu grandes profundidades, provocando a fusão do manto e canalizando a ascensão do magma básico. A interação do calor mantélico e deste magma provoca a fusão parcial da crosta, representada pelos ortognaisses granulíticos do Complexo Arroio dos Ratos e por paragnaisses do Complexo Várzea do Capivarita, com a geração do magmatismo da Suíte Encruzilhada do Sul.The Encruzilhada do Sul suite occurs in the northern-northwestern Batholith Pelotas as a continuous body and elongated in the direction N30E. The suiteis composed dominantly of granitic rocks with subordinate occurrence of diorite bodies and mafic microgranular enclaves. The contact relations between the mafic and granitic rocks observed in the field are characterized by structures that identify the physical and chemistry mixing between these two composition alterms. To investigate the evolution petrology bimodal magmatism, petrographic and litochemistry studies were performed. The granites have monzogranite composition with coarse texture heterogranular the central portions of the body, for harrow in terms porphyritic matrix in medium edge portions of the body. The mineralogy is characterized by a high percentage of K-feldspar megacrysts ranging in size from 2 to 5 cm immersed in medium to coarse equigranular matrix rich in quartz, varying amounts of plagioclase and biotite, apatite, zircon and opaque minerals as accessories. Mafic rocks occurr more abundantly associated with porphyritic facies, located on the edge portions of the suite. Compositionally are characterized by diorites, quartz-diorites and tonalite with equigranular texture fine to medium. Rares bodies of diorite occurring circular to elliptical shapes, with meters to tens of meters in diameter. Mafic microgranular enclaves are most commonly shaped elliptical, circular and irregular, ranging between centimeters and meters in diameter. Less frequent forms show tabular extensions of tens of meters. Mineral make up consists of plagioclase, biotite, hornblende, clinopyroxene and subordinate K-feldspar and quartz, the latter as xenocrysts. The contact between the mafic and granitic terms indicates occurrence of mixing between magmas, evidenced in the structures and textures generated by the hybridization process (magma mixing) and physical mixture (magma mingling). Hybridization form intermediate petrographic types, with medium equigranular to porphyritic texture, varying amounts of biotite and hornblende. The petrographic and geochemical data obtained indicate that the granites represent a potassic alkaline magma series, while the mafic magma derived from a basic tholeiitic composition. The interaction between these magmas resulted in terms of hybrids which exhibit intermediate composition with respect to acidic and basic melts. The generation of this granitic suiteis probably related to an episode of extensional motion of the Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu in the period after peak metamorphism of collisional. The structure reached great depths, causing the melting of the mantle and channeling the rise of magma. The interaction of heat and this mantle magma causes partial melting of the crust, represented by granulitic orthogneisses Complex Arroio dos Ratos and the paragneisses Complex Várzea Capivarita, with generating of the magmatism of the Encruzilhada do Sul Suite.application/pdfporCinturão Dom FelicianoBatolito pelotasMagmatismo pós-colisionalRochas máficasEncruzilhada do Sul (RS)Dom Feliciano beltPelotas BatholithEncruzilhada do Sul SuitePost-collisional magmatismPetrologyMafic rocksMixing magmasEnclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2012Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000871068.pdf000871068.pdfTexto completoapplication/pdf7904941http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/1/000871068.pdf0a16853a4b826f98e3d8b108ac41976eMD51TEXT000871068.pdf.txt000871068.pdf.txtExtracted Texttext/plain241400http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/2/000871068.pdf.txt7f5bd02a8f75fa7570c0e6d75fb94ae7MD52THUMBNAIL000871068.pdf.jpg000871068.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1116http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/3/000871068.pdf.jpg3ec901aa9aa9c72e6e8bc10251d6cbc8MD5310183/663022018-10-17 07:40:29.278oai:www.lume.ufrgs.br:10183/66302Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-17T10:40:29Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
title Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
spellingShingle Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
Jacobs, Maciel Gilmar
Cinturão Dom Feliciano
Batolito pelotas
Magmatismo pós-colisional
Rochas máficas
Encruzilhada do Sul (RS)
Dom Feliciano belt
Pelotas Batholith
Encruzilhada do Sul Suite
Post-collisional magmatism
Petrology
Mafic rocks
Mixing magmas
title_short Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
title_full Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
title_fullStr Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
title_full_unstemmed Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
title_sort Enclaves microgranulares máficos e rochas híbridas associadas com os granitóides da Suíte Encruzilhada do Sul, RS./ Maciel Gilmar Jacobs.
author Jacobs, Maciel Gilmar
author_facet Jacobs, Maciel Gilmar
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Jacobs, Maciel Gilmar
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Koester, Edinei
contributor_str_mv Koester, Edinei
dc.subject.por.fl_str_mv Cinturão Dom Feliciano
Batolito pelotas
Magmatismo pós-colisional
Rochas máficas
Encruzilhada do Sul (RS)
topic Cinturão Dom Feliciano
Batolito pelotas
Magmatismo pós-colisional
Rochas máficas
Encruzilhada do Sul (RS)
Dom Feliciano belt
Pelotas Batholith
Encruzilhada do Sul Suite
Post-collisional magmatism
Petrology
Mafic rocks
Mixing magmas
dc.subject.eng.fl_str_mv Dom Feliciano belt
Pelotas Batholith
Encruzilhada do Sul Suite
Post-collisional magmatism
Petrology
Mafic rocks
Mixing magmas
description A Suíte Encruzilhada do Sul ocorre na porção norte-noroeste do Batólito Pelotas como um corpo contínuo e alongado na direção N30oE. A suíte é composta dominantemente por rochas graníticas, com ocorrência subordinada de corpos dioríticos e de enclaves microgranulares. As relações de contato entre as rochas graníticas e máficas observadas em campo são caracterizadas por estruturas que identificam a mistura física e química entre estes dois termos composicionais. Para investigar a evolução petrológica deste magmatismo bimodal foram realizados estudos petrográficos e litoquímicos. Os granitos possuem composição monzogranítica com textura heterogranular grossa nas porções centrais do corpo, gradando para termos porfiríticos de matriz média nas porções de bordo do corpo. A mineralogia é caracterizada por elevado percentual de megacristais de K-feldspato com tamanhos entre 2 a 5 cm imersos em matriz equigranular média a grossa rica em quartzo, teores variáveis de plagioclásio e biotita, apatita, zircão e minerais opacos como acessórios. As rochas máficas ocorrem de modo mais abundante associadas à fácies porfirítica, localizada nas porções de bordo da suíte. Composicionalmente são caracterizadas por dioritos, quartzo-dioritos e tonalitos com textura equigranular fina a média. Ocorrem raros corpos de dioritos com formas elípticas a circulares com alguns metros a dezenas de metros de diâmetro. Mais comumente constituem enclaves microgranulares com formas elípticas, circulares e irregulares, que variam entre centímetros e metros de diâmetro. Menos frequente mostram formas tabulares com extensões de dezenas de metros. A composição mineral é constituída por plagioclásio, biotita, hornblenda, clinopiroxênio e, subordinadamente, K- feldspato e quartzo, estes últimos como xenocristais. O contato entre os termos máficos e graníticos indica ocorrência de mistura entre magmas, constatado nas estruturas e texturas geradas pelo processo de hibridização (magma mixing) e de mistura física (magma mingling). A hibridização forma tipos petrográficos intermediários, com textura equigranular média a porfirítica, teores variáveis de biotita e hornblenda. Os dados petrográficos e geoquímicos obtidos indicam que os granitos representam um magma da série alcalina potássica, enquanto as rochas máficas derivam de um magma básico de composição toleítica. A interação entre estes magmas resultou em termos híbridos que apresentam composição intermediária com relação aos magmas ácidos e básicos. A geração desta suíte granítica está associada provavelmente a um episódio de movimentação extensional da Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu em período posterior ao pico do metamorfismo colisional. Esta estrutura atingiu grandes profundidades, provocando a fusão do manto e canalizando a ascensão do magma básico. A interação do calor mantélico e deste magma provoca a fusão parcial da crosta, representada pelos ortognaisses granulíticos do Complexo Arroio dos Ratos e por paragnaisses do Complexo Várzea do Capivarita, com a geração do magmatismo da Suíte Encruzilhada do Sul.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-02-07T01:40:07Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/66302
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000871068
url http://hdl.handle.net/10183/66302
identifier_str_mv 000871068
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/1/000871068.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/2/000871068.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/66302/3/000871068.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 0a16853a4b826f98e3d8b108ac41976e
7f5bd02a8f75fa7570c0e6d75fb94ae7
3ec901aa9aa9c72e6e8bc10251d6cbc8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224437950840832