Análise tectono-estratigráfica do Membro Mucuri no cubo sísmico 3D fazenda Cedro Sul, Aptiano da Bacia do Espírito Santo

• Autor(a) principal: Tramontina, Fernando Rubbo
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/150913
• topic: Evolução tectono-estratigráfica; Sismoestratigrafia; Controle estrutural; Espírito Santo, Bacia do (ES e BA); Tectonic-stratigraphic evolution; Sismostratigraphy; Structural control; Mucuri Member; Aptian

A compreensão da evolução tectono-estratigráfica dos estágios finais da fase rifte e iniciais da fase pós-rifte das bacias da margem continental brasileira é de grande importância, já que importantes reservatórios de hidrocarbonetos, no Brasil e no mundo, ocorrem nesse contexto geológico. O presente trabalho visa melhorar a compreensão do estágio pós-rifte da Bacia do Espírito Santo, representado pelo Membro Mucuri, pertencente à Formação Mariricu, de idade Aptiana, no cubo sísmico 3D Fazenda Cedro Sul, focando na evolução tectônica do intervalo. O objetivo fundamental deste trabalho é obter um arcabouço tectono-estratigráfico para o intervalo de estudo com ênfase na avaliação da intensidade e da duração da atividade tectônica, bem como a sua relação com a sedimentação do Membro Mucuri. Para isso, realizou-se a interpretação da base e do topo do intervalo e a caracterização das principais falhas contidas no volume sísmico. Posteriormente, escolheram-se 3 linhas dip e 2 linhas strike, representativas do intervalo, afim de realizar a interpretação de cada linha sísmica separadamente. A interpretação individual constituiu-se em aplicar os métodos da sismoestratigrafia clássica, identificando as terminações das reflexões sísmicas e fazendo a análise de sismofácies. Assim, obteve-se: 4 superfícies estratigráficas, que definiram 5 unidades sismoestratigráficas (US1, US2, US3, US4 e US5); 3 sismofácies (SF1, SF2 e SF3); 5 cartas cronoestratigráficas. A partir destes dados, fez-se a delimitação das unidades ao longo de todo volume sísmico, com o intuito de obtê-las tridimensionalmente, o que permitiu a obtenção dos mapas de isópacas de cada uma das unidades Os mapas de isópacas serviram de base para a construção dos mapas estruturais de cada unidade sismoestratigráfica. Os mapas estruturais das unidades mostram a localização e as taxas de controle estrutural de cada umas das falhas mapeadas, e sua relação com o mapa de isópacas. Os resultados demonstraram que a atividade tectônica, representada por falhas normais, esteve presente e foi importante em grande parte da deposição do Membro Mucuri. Ela foi muito intensa no início da deposição do intervalo (na US1), ainda como remanescente da fase rifte da bacia, o que gerou uma sedimentação diretamente vinculada às principais falhas identificadas, em estruturas do tipo meio-gráben. A atividade tectônica persistiu durante a deposição da US2 e US3, porém com intensidade moderada, diminuindo também a sua relação com a sedimentação. No final da deposição, na US4 e na US5, a atividade das falhas diminuiu muito, a ponto de se tornar praticamente nula durante a deposição da US5, não apresentando relação com a sedimentação do Membro Mucuri.